Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

domingo, 26 de abril de 2015

SOMOS TODOS PESSOAS



A Igreja Católica em Portugal promove hoje uma manifestação de “indignação” face às tragédias que vitimaram este ano mais de 1500 pessoas na travessia do Mediterrâneo



A iniciativa ‘Somos todos pessoas’ é proposta por várias organizações católicas, com o apoio da Conferência Episcopal Portuguesa, e apela a todos os portugueses para que hoje, dia 26 de Abril, coloquem nas suas janelas um pano branco ou usem uma peça de roupa branca e se unam, em oração ou num minuto de silêncio, aos milhares de pessoas que se sentem solidárias com todos os que buscam uma vida melhor para si e para as suas famílias e partem diariamente das suas terras na procura legítima de melhores condições de vida.

Este ano, mais de 1500 pessoas morreram no Mar Mediterrâneo, um número 50 vezes superior ao de 2014.
Os acontecimentos dos últimos dias, nomeadamente a morte de mais de 700 pessoas que se viram trancadas no porão do navio, e muitos outros já vividos não só no nesta região mas também noutros lugares onde a imigração é considerada irregular face às leis humanas vigentes, obrigam-nos a não ficar calados, sob pena de sermos cúmplices de um verdadeiro massacre que deveria envergonhar o mundo, particularmente os que têm responsabilidades políticas.

As organizações da Igreja Católica, com o apoio da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, lembram que todas estas pessoas “são pessoas como nós que se vêm obrigadas a fugir do seu país porque vivem situações que ferem gravemente a sua dignidade e colocam em risco a sua sobrevivência e das suas famílias”.

Acreditamos que a União Europeia pode e deve fazer mais por cada uma destas pessoas, nomeadamente, olhando de forma diferente para os seus países de origem.
As organizações da Igreja Católica pedem medidas que ultrapassem a excessiva preocupação securitária e de controlo de fronteiras e que se pensem alternativas de maior humanização.

Um gesto tão simples como este que agora se propõem é uma manifestação de indignação e, para além disso, deverá ser entendido como uma adesão pessoal e institucional à realidade vivida nas periferias e o inconformismo com uma cultura do descartável.


Em declarações à Agência Ecclesia, D. Manuel Clemente sublinhou a importância de tocar "consciências" e de "manter vivo" este problema, para que ele não fique apenas como em outros casos pelo mero "pico mediático, que desaparece passado alguns dias", declarando que:

"É trágico que sejam precisas grandes catástrofes para as pessoas, as instituições e os líderes irem por diante em acções que já deviam estar tomadas há muito tempo.
O Mediterrâneo não se pode tornar num cemitério"


Recordamos as palavras do Papa Francisco no Regina caeli do passado dia 19 de Abril ao ter presente mais uma tragédia ocorrida no Mediterrâneo:

«Dirijo um urgente apelo a fim de que a comunidade internacional aja com decisão e prontidão para evitar que tragédias semelhantes continuem a repetir-se.
São homens e mulheres como nós, nossos irmãos que procuram uma vida melhor, famintos, perseguidos, feridos, explorados, vítimas de guerras; procuravam uma vida melhor.
Buscavam a felicidade...
Convido-vos a rezar primeiro em silêncio e depois todos juntos por estes irmãos e irmãs».


Esta manifestação de “indignação” é subscrita pela Agência Ecclesia, Cáritas Portuguesa, Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), Comissão Nacional Justiça e Paz, Comissão Nacional Justiça, Paz e Ecologia dos Religiosos, Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Obra Católica Portuguesa de Migrações, Rádio Renascença, Serviço Jesuíta aos Refugiados e Sociedade de São Vicente de Paulo.

Fontes: Cáritas Portuguesa; Agência Ecclesia


Sem comentários:

Enviar um comentário