Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quinta-feira, 20 de abril de 2017

CRISTO RESSUSCITOU DOS MORTOS - AQUI NASCE A FÉ CRISTÃ



Na catequese desta semana o Papa falou de Cristo Ressuscitado esperança do homem tal como é apresentado na primeira Carta de São Paulo aos Coríntios
 
 
Se Cristo não tivesse ressuscitado teríamos nele um exemplo de dedicação suprema, mas isto não poderia gerar a nossa fé.
A fé nasce da Ressurreição – insistiu o Papa.
Aceitar que Cristo morreu e que morreu na cruz, não é um acto de fé, é um acto histórico, mas acreditar que ressuscitou, sim.

A nossa fé nasce na manhã de Páscoa”.

O Santo Padre pergunta porque S. Paulo de perseguidor se tornou apóstolo:

Porque eu vi Jesus vivo!
Vi Jesus Cristo Ressuscitado!

Eis o fundamento da fé de Paulo, assim como da fé dos demais apóstolos, da fé da Igreja, da nossa própria fé.”


A catequese do Papa:

PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça São Pedro, Quarta-feira, 19 de Abril de 2017

Bom dia, prezados irmãos e irmãs!

Hoje encontramo-nos na luz da Páscoa, que celebramos e continuamos a celebrar mediante a Liturgia.
Por isso, no nosso itinerário de catequese sobre a esperança cristã, hoje desejo falar-vos de Cristo Ressuscitado, nossa esperança, assim como no-lo apresenta São Paulo na primeira Carta aos Coríntios (cf. cap. 15).

O apóstolo quer resolver uma problemática que, certamente, na comunidade de Corinto estava no centro dos debates.
A ressurreição é o último dos argumentos enfrentados na Carta mas, provavelmente, em ordem de importância, é o primeiro: com efeito, tudo depende deste pressuposto.

Falando aos seus cristãos, Paulo começa a partir de um dado incontestável, que não é o êxito de uma reflexão de um sábio qualquer, mas um acontecimento, um simples evento que teve lugar na vida de algumas pessoas.
É daqui que nasce o cristianismo.
Não é uma ideologia, nem sequer um sistema filosófico, mas um caminho de fé, que tem início num acontecimento, testemunhado pelos primeiros discípulos de Jesus.
Paulo resume-o deste modo: Jesus morreu pelos nossos pecados, foi sepultado, ressuscitou no terceiro dia e apareceu a Pedro e aos Doze (cf. 1 Cor 15, 3-5).
Eis o acontecimento: Ele morreu, foi sepultado, ressuscitou e apareceu.
Ou seja, Jesus está vivo!
É este o cerne da mensagem cristã.

Anunciando este evento, que constitui o núcleo fulcral da fé, Paulo insiste acima de tudo sobre o último elemento do mistério pascal, ou seja, sobre a constatação de que Jesus ressuscitou.
Com efeito, se tudo tivesse acabado com a morte, nele teríamos um exemplo de dedicação suprema, mas isto não poderia gerar a nossa fé.
Ele foi um herói.
Não! Morreu, mas ressuscitou.
Porque a fé brota da ressurreição.
Aceitar que Cristo morreu, e morreu crucificado, não constitui um gesto de fé, mas um acontecimento histórico.
Ao contrário, crer que ressuscitou, sim.
A nossa fé nasce na manhã de Páscoa. Paulo faz um elenco de pessoas às quais Jesus Ressuscitado apareceu (cf. vv. 5-7).
Aqui temos uma breve síntese de todas as narrações pascais e de todas as pessoas que entraram em contacto com o Ressuscitado.
No topo da lista está Cefas, ou seja Pedro, e o grupo dos Doze; depois, «quinhentos irmãos», muitos dos quais ainda podiam dar o seu próprio testemunho; em seguida, é mencionado Tiago.
O última da lista — como o menos digno de todos — é ele mesmo.
Acerca de si próprio, Paulo diz: «Como um aborto» (cf. v. 8).

Paulo utiliza esta expressão porque a sua história pessoal é dramática: ele não era um ministrante, mas um perseguidor da Igreja, orgulhoso das próprias convicções; sentia-se um homem bem sucedido, com uma ideia muito límpida do que era a vida com os seus deveres.
Contudo, neste quadro perfeito — em Paulo tudo era perfeito, ele sabia tudo — neste quadro de vida perfeito, certo dia acontece algo que era absolutamente imprevisível: o encontro com Jesus Ressuscitado no caminho de Damasco.
Ali não havia apenas um homem caído no chão: havia uma pessoa arrebatada por um acontecimento que teria invertido o sentido da sua vida.
E o perseguidor tornou-se apóstolo, mas porquê?
Porque eu vi Jesus vivo!
Vi Jesus Cristo Ressuscitado!
Eis o fundamento da fé de Paulo, assim como da fé dos demais apóstolos, da fé da Igreja, da nossa própria fé.

Como é bom pensar que o cristianismo é essencialmente isto!
Não é tanto a nossa busca em relação a Deus — na verdade, uma procura tão vacilante — como sobretudo a busca de Deus em relação a nós.
Jesus alcançou-nos, arrebatou-nos, conquistou-nos para nunca mais nos deixar.
O cristianismo é graça, é surpresa, e por este motivo pressupõe um coração capaz de admiração.
Um coração fechado, um coração racionalista, é incapaz de admiração, e não consegue entender o que é o cristianismo, porque o cristianismo é graça, e a graça só se sente, e além disso só se encontra, no enlevo do encontro.

E então, não obstante sejamos pecadores — todos nós o somos — e se os nossos propósitos de bem permanecerem letra-morta, ou então se, olhando para a nossa vida, nos dermos conta de ter acumulado tantas derrotas...
Na manhã de Páscoa podemos agir como aquelas pessoas das quais fala o Evangelho: ir ao sepulcro de Cristo, ver a grande pedra removida e pensar que Deus continua a preparar para mim, para todos nós, um futuro inesperado.
Ir ao nosso sepulcro: todos nós temos um pouco dele dentro de nós.
Ir ali e ver que dali Deus é capaz de ressurgir.
É nisto que consiste a felicidade, a alegria e a vida, onde todos pensavam que havia unicamente tristeza, derrota e trevas.
Deus faz crescer as suas flores mais bonitas no meio das pedras mais áridas.

Ser cristão significa não começar a partir da morte, mas do amor de Deus por nós, que derrotou a nossa acérrima inimiga.
Deus é maior do que o nada, e é suficiente uma vela acesa para vencer a noite mais escura.
Fazendo eco aos profetas, Paulo clama:
«Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão» (v. 55).
Nestes dias de Páscoa, conservemos este brado no coração.
E se nos perguntarem o porquê do nosso sorriso concedido e da nossa partilha paciente, então poderemos responder que Jesus ainda está aqui, que Ele permanece vivo entre nós, que Jesus está ao nosso lado aqui na praça: vivo e ressuscitado!


Fontes: Santa Sé; Rádio Vaticano; L'Osservatore Romano


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