Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quinta-feira, 13 de julho de 2017

CRIATIVOS E A CAMINHO






Numa mensagem dirigida ao Simpósio Internacional sobre a Catequese a decorrer na Argentina o Papa Francisco traçou o perfil dos catequistas
   
   
Com data de 5 de Julho de 2017, a mensagem do Santo Padre (de que reproduzimos grande parte) começa por recordar o exemplo de São Francisco de Assis que dizia a um dos seus seguidores:

«Irmãos, quando visitamos os doentes, ajudamos as crianças, e damos de comer aos pobres, já estamos a pregar».

Nesta bela lição está encerrada a vocação e a tarefa do catequista.

Em primeiro lugar a catequese não é um "trabalho" ou uma tarefa externa à pessoa do catequista, mas "é"-se catequista e toda a vida gira em torno desta missão.
Porque "ser" catequista é uma vocação de serviço na Igreja, o que se recebeu como dom do Senhor deve por sua vez ser transmitido, e é por isso que o catequista deve voltar constantemente àquele primeiro anúncio ou "kerygma", que é o dom que mudou a sua vida.
É o anúncio fundamental que deve ressoar sempre na vida do cristão, e ainda mais naquele que foi chamado a proclamar e ensinar a fé.

Este anúncio deve acompanhar a fé que está presente na religiosidade do nosso povo.
É necessário cuidar de todo o potencial de piedade e amor que envolve a religiosidade popular para que se transmitam não só os conteúdos da fé, mas para que também se crie uma verdadeira escola de formação em que se cultive o dom da fé que se recebeu, de modo que os actos e as palavras reflictam a graça de ser discípulos de Jesus.

O catequista caminha com Cristo e não é uma pessoa que parte das suas próprias ideias e gostos, mas que se deixa olhar por Ele, por esse olhar que inflama o coração.

Quanto mais Jesus tomar o centro das nossas vidas, tanto mais ele nos faz sair de nós mesmos, descentraliza-nos e torna-nos próximos dos outros.
Este dinamismo do amor é como o movimento do coração: "sístole e diástole”, pois concentra-se para encontrar-se com o Senhor e imediatamente se abre, saindo de si por amor, para dar testemunho de Jesus e falar de Jesus, pregar Jesus.

Ele mesmo dá-nos o exemplo: retirava-se para rezar ao Pai e imediatamente saia ao encontro dos famintos e sedentos de Deus, para curá-los e salvá-los.
Daqui nasce a importância da catequese "mistagógica" que é o encontro constante com a Palavra e os sacramentos e não algo meramente ocasional antes da celebração dos sacramentos da iniciação cristã.
A vida cristã é um processo de crescimento e integração de todas as dimensões da pessoa num caminho comunitário de escuta e de resposta.

O catequista é também criativo; procura diferentes meios e formas para anunciar a Cristo.

Os meios podem ser diferentes, mas o importante é ter presente o estilo de Jesus, que se adequava às pessoas que tinha diante de si para aproximá-las do amor de Deus.
É preciso saber "mudar", adaptar-se, para que a mensagem seja mais próxima, mesmo quando é sempre a mesma, porque Deus não muda, mas renova todas as coisas nele.
Na busca criativa de dar a conhecer Jesus, não devemos ter medo porque Ele nos precede nesta tarefa.
Ele já está no homem de hoje, e lá nos espera.

Queridos catequistas, agradeço-vos por aquilo que fazeis, mas sobretudo porque caminhais com o Povo de Deus.
Encorajo-vos a ser alegres mensageiros, guardiões do bem e da beleza que brilham na vida fiel do discípulo missionário.

Que Jesus vos abençoe e a Virgem Santa, verdadeira "educadora da fé", vos cuide.
E por favor, não vos esqueçais de rezar por mim.”



O Simpósio Internacional sobre Catequese decorre de 11 a 14 de Julho na Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Católica Argentina e tem como tema "Bem-aventurados os que crêem”.


Fontes: Santa Sé; Rádio Vaticano


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