Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

segunda-feira, 10 de julho de 2017

PRIORIDADE AOS POBRES E EXCLUÍDOS, PARAR "MASSACRES INÚTEIS"


Uma nova era inovadora de desenvolvimento

O pedido do Papa Francisco aos líderes do G20
   
   
Na Cimeira que decorreu na passada Sexta-feira e no Sábado (7 e 8 de Julho de 2017) em Hamburgo, Alemanha, foram debatidos temas políticos, financeiros, sociais e ambientais.

Em mensagem endereçada à chanceler alemã Angela Merkel, anfitriã da Cimeira do G20 que reuniu os líderes das 20 maiores economias do mundo na passada semana, o Santo Padre manifesta o seu apreço pelos esforços realizados para garantir a governabilidade e a estabilidade da economia mundial, com atenção especial a um crescimento mundial que seja inclusivo e sustentável.
Esforços, recorda o Papa Francisco, que são inseparáveis da atenção dirigida aos conflitos em andamento e ao problema mundial das migrações.

Aos líderes mundiais o Papa propôs quatro princípios de acção para a construção de sociedades mais justas contidas na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium:
  • o tempo é superior ao espaço;
  • a unidade prevalece sobre o conflito;
  • a realidade é mais importante do que a ideia;
  • e o todo é superior às partes.

O tempo é superior ao espaço
Analisando cada um dos princípios, o Papa Francisco afirma que a gravidade e a complexidade das problemáticas mundiais impedem soluções imediatas, e o drama das migrações – inseparável da pobreza e exacerbado pelas guerras - é uma prova disto.
Todavia, é possível colocar em acção processos que sejam capazes de oferecer soluções progressivas e não traumáticas e conduzir, em tempos relativamente breves, a uma livre circulação e a uma estabilidade das pessoas que sejam vantajosas para todos.
Contudo, para o Santo Padre, esta tensão entre espaço e tempo requer um movimento exactamente contrário na consciência dos governantes e poderosos.
Em seus corações e mentes, é necessário dar prioridade absoluta aos pobres, aos refugiados, aos deslocados e aos excluídos, sem distinção de nação, raça, religião ou cultura, e rejeitar os conflitos armados.”
O Papa faz então um premente apelo aos chefes de Estado e de governo do G20 e a toda a comunidade mundial pela trágica situação do Sudão do Sul, nos Grandes Lagos, Chade, Corno de África e Iémen, “onde 30 milhões de pessoas não têm alimento e água para sobreviver”.

A unidade prevalece sobre o conflito
A história da humanidade, inclusive hoje, apresenta-nos um vasto panorama de conflitos actuais ou potenciais.
Todavia, a guerra jamais é a solução”, acrescenta o Pontífice, afirmando se sentir na obrigação de pedir “ao mundo que ponha fim a inúteis massacres”.
Isso só será possível se todas as partes se empenharem em reduzir substancialmente os níveis de conflitualidade, deter a actual corrida armamentista e renunciar a se envolver directa ou indirectamente em conflitos.
É uma trágica contradição e incoerência a aparente unidade em fóruns económicos e sociais e a persistência de conflitos bélicos”.

A realidade é mais importante do que a ideia
Para o Santo Padre, as trágicas ideologias da primeira metade do século XX foram substituídas por novas ideologias da autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira.
Essas ideologias deixam um rasto de exclusão e de descarte, e inclusive de morte.
Peço a Deus que a cúpula de Hamburgo seja iluminada pelo exemplo de líderes europeus e mundiais que privilegiaram o diálogo e a busca de soluções comuns.”

O todo é superior às partes
Essas soluções, prossegue o Pontífice, para serem duradouras devem ter uma visão ampla e considerar as repercussões em todos os países, não só nos que compõem o G20.
Porque é justamente sobre as nações sem voz e seus habitantes que recaem os efeitos das crises económicas.
Para o Papa Francisco, é importante sempre fazer referência às Nações Unidas, às agências associadas e respeitar os tratados internacionais.

O Papa conclui invocando a bênção de Deus sobre o encontro de Hamburgo e sobre todos os esforços da comunidade internacional para activar uma nova era de desenvolvimento inovadora, interligada, sustentável, respeitosa do meio ambiente e inclusiva de todos os povos e de todas as pessoas.


Fontes: Santa Sé; Rádio Vaticano


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