Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

A MISSA É A ORAÇÃO POR EXCELÊNCIA






Na catequese desta Quarta-feira o Papa Francisco prosseguiu as reflexões sobre a beleza da «celebração eucarística»
   
   
Falando da importância da missa, o Papa iniciou a sua catequese dizendo que «a Missa é oração, aliás, é a oração por excelência, a mais elevada, a mais sublime, e ao mesmo tempo a mais “concreta”.»

Comentando o trecho bíblico tirado do Evangelho de Lucas (11, 1) [Senhor, ensina-nos a rezar] o Santo Padre falou concretamente da experiência de cada cristão e aprofundou em particular o tema do «encontro».


E falou da importância do silêncio na oração.




PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Quarta-feira, 15 de Novembro de 2017

Amados irmãos e irmãs, bom dia!

Continuamos com as catequeses sobre a Santa Missa.
Para compreender a beleza da celebração eucarística desejo iniciar com um aspecto muito simples: a Missa é oração, aliás, é a oração por excelência, a mais elevada, a mais sublime, e ao mesmo tempo a mais “concreta”.
Com efeito é o encontro de amor com Deus mediante a sua Palavra e o Corpo e Sangue de Jesus.
É um encontro com o Senhor.

Mas primeiro temos que responder a uma pergunta.
O que é realmente a oração?
Antes de tudo, ela é diálogo, relação pessoal com Deus.
E o homem foi criado como ser em relação pessoal com Deus que tem a sua plena realização unicamente no encontro com o seu Criador.
O caminho da vida é rumo ao encontro definitivo com o Senhor.

O Livro do Génesis afirma que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, o qual é Pai e Filho e Espírito Santo, uma relação perfeita de amor que é unidade.
Disto podemos compreender que todos nós fomos criados para entrar numa relação perfeita de amor, num contínuo doar-nos e receber-nos para assim podermos encontrar a plenitude do nosso ser.

Quando Moisés, diante da sarça ardente, recebeu a chamada de Deus, perguntou-lhe qual era o seu nome.
E o que respondeu Deus? «Eu sou Aquele que sou» (Êx 3, 14).
Esta expressão, no seu sentido originário, manifesta presença e favor, e com efeito imediatamente a seguir Deus acrescenta: «O Senhor, o Deus dos vossos pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacob» (v. 15).
Assim também Cristo, quando chama os seus discípulos, os chama para que estejam com Ele.
Eis, por conseguinte, a maior graça: poder experimentar que a Missa, a Eucaristia é o momento privilegiado para estar com Jesus e, através d’Ele, com Deus e com os irmãos.

Rezar, como qualquer diálogo verdadeiro, significa saber também ficar em silêncio — nos diálogos há momentos de silêncio — em silêncio juntamente com Jesus.
E quando vamos à Missa, talvez cheguemos cinco minutos antes e comecemos a falar com quem está ao nosso lado.
Mas não é o momento para falar: é o momento do silêncio a fim de nos prepararmos para o diálogo.
É o momento de se recolher no coração a fim de se preparar para o encontro com Jesus.
O silêncio é tão importante!
Recordai-vos do que disse na semana passada: não vamos a um espectáculo, vamos ao encontro com o Senhor e o silêncio prepara-nos e acompanha-nos.
Permanecer em silêncio juntamente com Jesus.
E do misterioso silêncio de Deus brota a sua Palavra que ressoa no nosso coração.
O próprio Jesus nos ensina como é possível “estar” realmente com o Pai e no-lo demonstra com a sua oração.
Os Evangelhos mostram-nos Jesus que se retira em lugares afastados para rezar; os discípulos, ao ver esta sua relação íntima com o Pai, sentem o desejo de poder participar nela, e pedem-lhe: «Senhor, ensina-nos a rezar» (Lc 11, 1).
Assim ouvimos há pouco, na primeira Leitura, no início da audiência.
Jesus responde que a primeira coisa necessária para rezar é saber dizer “Pai”.
Estejamos atentos: se eu não for capaz de dizer “Pai” a Deus, não sou capaz de rezar.
Temos que aprender a dizer “Pai”, ou seja, de nos pormos na sua presença com confiança filial.
Mas a fim de poder aprender, é preciso reconhecer humildemente que precisamos de ser instruídos, e dizer com simplicidade: Senhor, ensina-me a rezar.

Este é o primeiro ponto: ser humildes, reconhecer-se filhos, repousar no Pai, confiar n’Ele.
Para entrar no Reino dos céus é necessário fazer-se pequeninos como as crianças.
No sentido de que as crianças sabem confiar, sabem que alguém se preocupará com elas, com o que hão-de comer, com o que vestirão e assim por diante (cf. Mt 6, 25-32).
Esta é a primeira atitude: confiança e confidência, como a criança com os pais; saber que Deus se recorda de ti, cuida de ti, de ti, de mim, de todos.

A segunda predisposição, também ela própria das crianças, é deixar-se surpreender.
A criança faz sempre muitas perguntas porque deseja descobrir o mundo; e admira-se até com coisas pequenas porque para ela tudo é novo.
Para entrar no Reino dos céus é preciso deixar-se surpreender.
Na nossa relação com o Senhor, na oração — eu pergunto — deixamo-nos surpreender ou pensamos que a oração é falar a Deus como fazem os papagaios?
Não, é confiar e abrir o coração para se deixar surpreender.
Deixamo-nos maravilhar por Deus que é sempre o Deus das surpresas?
Porque o encontro com o Senhor é sempre um encontro vivo, não é um encontro de museu.
É um encontro vivo e nós vamos à Missa e não a um museu.
Vamos a um encontro vivo com o Senhor.

No Evangelho fala-se de um certo Nicodemos (cf. Jo 3, 1-21), um idoso, uma autoridade em Israel, que vai procurar Jesus para o conhecer; e o Senhor fala-lhe da necessidade de “renascer do alto” (cf. v. 3).
Mas que significa isto?
Pode-se “renascer”?
Voltar a ter o gosto, a alegria, a maravilha da vida, é possível, mesmo face a tantas tragédias?
Esta é uma pergunta fundamental da nossa fé e este é o desejo de qualquer crente verdadeiro: o desejo de renascer, a alegria de recomeçar.
Nós temos este desejo?
Cada um de nós tem vontade de renascer sempre para se encontrar com o Senhor?
Tendes este desejo?
Com efeito, pode-se perdê-lo facilmente porque, por causa de tantas actividades, de tantos projectos a concretizar, no final temos pouco tempo e perdemos de vista o que é fundamental: a nossa vida do coração, a nossa vida espiritual, a nossa vida que é encontro com o Senhor na oração.

Na verdade, o Senhor surpreende-nos ao mostrar-nos que Ele nos ama até com as nossas debilidades: «Jesus Cristo [...] é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo» (1 Jo 2, 2).
Este dom, fonte de verdadeira consolação — mas o Senhor perdoa-nos sempre — conforta, é uma verdadeira consolação, é um dom que nos é concedido através da Eucaristia, aquele banquete nupcial no qual o Esposo encontra a nossa fragilidade.
Posso dizer que quando recebo a comunhão na Missa, o Senhor encontra a minha fragilidade?
Sim!
Podemos dizê-lo porque isto é verdade!
O Senhor encontra a nossa fragilidade para nos reconduzir à nossa primeira chamada: ser à imagem e semelhança de Deus.
É este o ambiente da Eucaristia, é esta a oração.


Fontes: Santa Sé; Rádio Vaticano; L'Osservatore Romano



1 comentário:

  1. Falando da importância da missa, o Papa iniciou a sua catequese dizendo que «a Missa é oração, aliás, é a oração por excelência, a mais elevada, a mais sublime, e ao mesmo tempo a mais “concreta”.»
    APROVEITEMOS ESTA DOUTRINA DE SUA SANTIDADE, PARA TERMOS, TODOS, EM ATENÇÃO OS TELEFONES QUE LEVAMOS CONNOSCO ÀS CELEBRAÇÕES "AOS MOMENTOS DE ORAÇÃO" PARA QUE FAÇAM, TAMBÉM eles, SILÊNCIO.

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