Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

A BUSCA DA PAZ SUPÕE COMBATER A INJUSTIÇA E A VIOLÊNCIA

Conflitos, armas, migrações, família e protecção do meio ambiente
Os temas abordados pelo Papa Francisco ao receber os diplomatas para as saudações de Ano Novo
   
   
O Papa Francisco recebeu hoje, na Sala Régia do Vaticano, os embaixadores acreditados junto da Santa Sé para as felicitações de Ano Novo.
A tradicional audiência é a ocasião para o Santo Padre fazer um dos mais importantes discursos do ano, por tratar de temas de interesse global e internacional.

A Audiência aos membros do Corpo Diplomático decorreu na Sala Régia do Palácio Apostólico do Vaticano e começou com uma saudação do decano do corpo diplomático, Dr. Armindo Vieira, embaixador de Angola.

No início, O Papa Francisco recordou as Viagens Apostólicas realizadas em 2017 - Egipto, Portugal, Colômbia, Mianmar e Bangladesh.

A Portugal, desloquei-me como peregrino, no centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima, para celebrar a canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto.
Pude constatar a fé, cheia de entusiasmo e alegria, que a Virgem Maria suscitou na multidão de peregrinos que então lá se reuniu.”

Ocorrendo este ano do centenário do fim da I Guerra Mundial, segundo o Papa, deste evento podemos tirar duas lições:

vencer nunca significa humilhar o adversário derrotado”;

a paz consolida-se quando as nações se podem confrontar num clima de igualdade”.

Falou depois da Declaração Universal dos Direitos do Homem - completam-se em 2018 os 70 anos da sua adopção pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de Dezembro de 1948.

Na verdade, para a Santa Sé, falar de direitos humanos significa, antes de mais nada, repropor a centralidade da dignidade da pessoa, enquanto querida e criada por Deus à sua imagem e semelhança.”

Setenta anos depois, faz pena assinalar como muitos direitos fundamentais são violados ainda hoje.
E, primeiro dentre eles, o direito à vida, à liberdade e à inviolabilidade de cada pessoa humana.”

O Papa recordou que a busca da paz supõe combater a injustiça e erradicar, de forma não violenta, as causas da discórdia que levam às guerras.

A proliferação de armas agrava claramente as situações de conflito e implica enormes custos humanos e materiais, deteriorando assim o desenvolvimento e a busca duma paz duradoura.”

Sobre a família disse querer dedicar uma especial reflexão.

É sabido como a família, sobretudo no Ocidente, seja considerada, infelizmente, uma instituição superada.
Em vez da estabilidade dum projecto definitivo, preferem-se hoje ligações fugazes.”

Por isso considero urgente que se adoptem políticas efectivas em apoio da família, da qual aliás depende o futuro e o desenvolvimento dos Estados.
Sem ela, de facto, não se podem construir sociedades capazes de enfrentar os desafios do futuro.”

Recordando que a liberdade de movimento faz parte dos direitos humanos fundamentais, o Santo Padre dedicou amplos parágrafos do seu discurso aos fluxos migratórios.

Por isso é necessário sair duma generalizada retórica sobre o assunto e partir da consideração essencial de que se encontram diante de nós, antes de mais nada, pessoas.

Isto mesmo pretendi reiterar, com a Mensagem «Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de paz», escrita para o Dia Mundial da Paz que se celebrou no passado dia 1 de Janeiro.”

O Papa Francisco manifestou sua confiança em vista da adopção de dois Pactos Mundiais (Global Compacts) que serão debatidos este ano, respectivamente sobre os refugiados e para uma migração segura, ordenada e regular.

A Santa Sé não pretende interferir nas decisões que competem aos Estados: a eles cabe – à luz das respectivas situações políticas, sociais e económicas, bem como das próprias capacidades e possibilidades de recepção e integração – a responsabilidade primeira do acolhimento.
Mas ela considera que deve desempenhar um papel de «recordação» dos princípios de humanidade e fraternidade, que fundamentam toda a sociedade coesa e harmoniosa.”

O Papa falou ainda do direito à liberdade religiosa e do direito ao trabalho.

Não há paz nem desenvolvimento, se o homem está privado da possibilidade de contribuir pessoalmente, através da sua actividade, para a edificação do bem comum.”

E do aumento do número de crianças empregadas em actividades laborais e das vítimas das novas formas de escravidão.

Não se pode pensar em projectar um futuro melhor, nem esperar construir sociedades mais inclusivas, se se continua a manter modelos económicos orientados meramente para o lucro e a exploração dos mais fracos, como as crianças.
Eliminar as causas estruturais de tal flagelo deveria ser uma prioridade de Governos e organizações internacionais”

Depois de falar dos direitos, O Papa Francisco concluiu seu discurso com as obrigações de cada indivíduo para edificação do bem comum.
Entre elas, destacou o dever de cuidar da natureza.

Por conseguinte, é preciso enfrentar, com um esforço conjunto, a responsabilidade de deixar às gerações seguintes uma terra mais bela e habitável, esforçando-se, à luz dos compromissos concordados em Paris no ano de 2015, por reduzir as emissões de gás nocivas à atmosfera e prejudiciais para a saúde humana.”

Ao terminar, o Papa Francisco renovou a cada um dos embaixadores presentes, extensivo aos povos dos que representam, “votos de um ano rico de alegria, esperança e paz”.









Fontes: Santa Sé; Noticias do Vaticano

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