Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

sábado, 20 de janeiro de 2018

O QUE FARIA CRISTO NO MEU LUGAR?



A pergunta que várias vezes o Papa Francisco fez no encontro que teve com os jovens em Santiago do Chile
   
   
Na passada Quarta-feira dia 17, o Santo Padre encontrou-se com os jovens no “Santuário de Maipú”, em Santiago.

Após a saudação ao Papa por um jovem, foi feita a apresentação do Símbolo dos jovens para o Sínodo - a Cruz do Chile.
Uma fita, sinal do sangue derramado por Cristo, foi oferecida ao Papa Francisco que a colocou na Cruz.

Partindo de uma referência à Mãe-pátria, exortou os jovens:

Se não fordes patriotas – não nacionalistas, mas patriotas –, nada fareis na vida.
Amai a vossa terra, rapazes e moças, amai o vosso Chile. Dai o melhor de vós pelo vosso Chile.”

O Papa falou da corrupção e referiu que no seu trabalho como bispo pôde descobrir que há muitas e boas ideias no coração e na cabeça dos jovens.

É verdade; vós sois inquietos, indagadores, sonhadores.
Sabeis quem tem problemas?
O problema, temo-lo nós, adultos, quando ouvimos estes ideais, estas inquietações dos jovens e, com cara de sabichões, dizemos:
«Pensa assim porque é jovem, depressa amadurecerá», ou pior, «se corromperá».
E é assim: por detrás do «depressa amadurecerá» contra estas aspirações e sonhos, esconde-se o tácito «depressa se corromperá».
Atenção! Amadurecer significa crescer e fazer crescer os sonhos, fazer crescer as aspirações.
Estai atentos! Não vos deixeis comprar por dois vinténs.
Isto não é amadurecer.
Assim quando nós, adultos, pensarmos isso, não nos escuteis.
Até parece que, com esta [frase] «depressa amadurecerá» dita por nós, grandes, atiramos para cima de vós um cobertor molhado para vos silenciar; parece esconder o erro que amadurecer seja aceitar a injustiça, pensar que nada se pode fazer, resignar-se porque tudo sempre foi assim: «Porquê devemos mudar, se foi sempre assim, se se fez sempre assim?» Isto é corrupção.
Amadurecer, a verdadeira maturidade significa levar por diante os sonhos, as vossas aspirações, juntos, confrontando-se mutuamente, dialogando entre vós, mas sempre olhando para a frente, estando atentos, não vendendo estas aspirações.
É claro?

A propósito do próximo Sínodo, pediu a interpelação dos jovens.

Dizei-nos aquilo que sentis, aquilo que pensais; e isto, elaborai-o entre vós nos grupos deste encontro.
Depois isso será levado ao Sínodo, onde certamente haverá uma representação vossa, mas o Sínodo será feito pelos bispos com a vossa representação, que recolherá a contribuição de todos.
Por isso preparai-vos para este Encontro e dai, àqueles que irão ao Encontro, as vossas ideias, as vossas expectativas, aquilo que sentis no coração.”

E contou o caso do jovem que lhe disse ficar aborrecido quando o telemóvel tinha a bateria descarregada ou ficava sem acesso à internet, porque não podia acompanhar o que estava acontecendo, por ficar fora do mundo.
O Papa Francisco afirmou que o mesmo pode acontecer-nos com a fé.

Perguntei-lhe: «E porquê?» Responde-me: «É simples, padre! Porque perco tudo o que está a acontecer; fico fora do mundo, como que suspenso.
Então saio a correr à procura de um carregador de baterias ou uma rede wi-fi e da palavra-chave para voltar a ligar-me».
Aquela resposta ensinou-me, fez-me pensar que nos pode acontecer o mesmo com a fé.”

Quando ficamos sem esta «conexão» que é a que dá vida aos nossos sonhos, o coração começa a perder força, a ficar também ele sem bateria e – como diz a canção – «o rumor à nossa volta e a solidão da cidade isolam-nos de tudo. O mundo que gira às avessas procura submergir-me nele afogando as minhas ideias».
Já vos aconteceu isto alguma vez? Cada um responda dentro de si…
Não quero fazer corar de vergonha aqueles a quem não aconteceu!
A mim sucedeu.”

Com um momento de silêncio, cada um de vós pode questionar-se, seriamente, no seu próprio coração: «Que tenho eu para dar na vida?».
E muitos de vós têm vontade de dizer: «Não sei».
Não sabes o que tens para dar?
Tens-lo dentro e não o conheces. Procura encontrá-lo depressa, para o dar.
O mundo precisa de ti, a terra precisa de ti, a sociedade precisa de ti.
Tu tens algo para dar.
Não percas a ligação.”

O Papa Francisco apontou aos jovens a regra de ouro de Santo Alberto Hurtado, jesuíta chileno: “Que faria Cristo no meu lugar?”

E a palavra-chave de Hurtado para ligar-se de novo, para manter o sinal era muito simples…
Certamente nenhum de vós trouxe o telemóvel!
Vejamos… Gostaria que a registásseis nos vossos telemóveis.
Se quiserdes, eu dito-vos. Hurtado questionava-se – e esta é a palavra-chave –:
«Que faria Cristo no meu lugar?»
Quem puder, escreva-a.
«Que faria Cristo no meu lugar?» Que faria Cristo no meu lugar na escola, na universidade, pela estrada, em casa, com os amigos, no trabalho; face àqueles que fazem bullying: «Que faria Cristo no meu lugar?».
Quando saís para dançar, quando fazeis desporto ou ides ao estádio: «Que faria Cristo no meu lugar?».
Esta é a palavra-chave… Esta é a carga de bateria para acender o nosso coração, acender a fé e a centelha nos nossos olhos.
Fazei de modo que não desapareça!
Isto é ser protagonistas da história.
Olhos cintilantes, porque descobrimos que Jesus é fonte de vida e alegria.

Terminou recordando a password.

Queridos amigos, gostaria de ficar mais tempo.
Aqueles que têm o telemóvel, peguem nele na mão: é um sinal, para não se esquecerem da palavra-chave.
Qual era a palavra-chave?
[respondem: «Que faria Cristo no meu lugar?»]
E assim vos ligais de novo e não ficais sem rede.
Gostaria de ficar mais tempo.
Obrigado por este encontro e pela vossa alegria.

Peço-vos, por favor, que não vos esqueçais de rezar por mim.





Fontes: Santa Sé; Noticias do Vaticano

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