Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quinta-feira, 21 de junho de 2018

O MUNDO PRECISA DE CRISTÃOS COM CORAÇÃO DE FILHOS




Prosseguindo o ciclo de catequeses sobre os mandamentos o Papa Francisco reflectiu sobre o termo “decálogo”
   
   
O termo “decálogo”, que corresponde à expressão “as dez palavras” utilizada na tradição judaica e evocou o capítulo 20 do livro do Êxodo: «Deus pronunciou todas estas palavras».

O Papa frisou a distinção entre os termos “ordem” e “palavra”.
O primeiro, explicou, «é uma comunicação que não requer diálogo», enquanto o segundo é «o meio essencial do relacionamento como diálogo».
Portanto, os mandamentos «são palavras de Deus: Deus comunica-se nestas dez palavras e espera a nossa resposta».

Eis por que na sua vida o cristão é posto continuamente diante de uma escolha: «Deus impõe-me as coisas, ou cuida de mim? Os seus mandamentos são apenas uma lei, ou contêm uma palavra, para cuidar de mim? Deus é patrão ou Pai?».
Trata-se de um verdadeiro «combate, dentro e fora de nós» que «se apresenta continuamente: temos que escolher muitas vezes entre uma mentalidade de escravos e uma mentalidade de filhos».

Mas, segundo o Papa Francisco, a resposta verdadeira só pode ser uma: «Deus é Pai».
E «até nas situações mais negativas – disse dirigindo-se aos presentes – pensai que temos um Pai que ama todos nós».
Em particular o Espírito Santo «é um Espírito de filhos, é o Espírito de Jesus».
Ao contrário, «um espírito de escravos não pode deixar de receber a Lei de modo opressivo».

E isto, observou o Pontífice, produz «dois resultados opostos: ou uma vida feita de deveres e obrigações, ou então uma reacção violenta de rejeição».
Na realidade, «todo o Cristianismo é a passagem da letra da Lei para o Espírito que vivifica».

Porque Jesus, concluiu, «veio para salvar com a sua Palavra, não para nos condenar».





Resumo da catequese do Santo Padre disponibilizada pela Santa Sé:

Os Dez Mandamentos aparecem, na Bíblia, como parte duma relação de Aliança entre Deus e o seu povo.
Entretanto o texto bíblico e a tradição hebraica não falam de mandamentos, mas de «palavras»: são as Dez Palavras, isto é, o Decálogo.
Ora, nós sabemos que não é a mesma coisa receber uma ordem ou sentir que alguém deseja falar connosco.
Diante de nós abre-se esta alternativa: ver Deus como Alguém que me impõe coisas ou como um Pai que tem cuidado de mim e vela pelo meu bem. Logo no Jardim do Éden, o Tentador conseguiu enganar Adão e Eva neste ponto: convenceu-os de que Deus lhes proibira de comer do fruto da árvore do bem e do mal para tê-los sujeitos a Si.
O diabo deixa os nossos primeiros pais perante este dilema: Aquela proibição de Deus é a imposição dum déspota que proíbe e constringe ou é a solicitude dum pai que tem cuidado dos seus filhos e os protege da autodestruição?
Deus é patrão ou Pai?
Somos seus súbditos ou filhos?

Os factos demonstraram dramaticamente que a Serpente os enganou.
Mas esta é uma luta que se apresenta, continuamente, dentro e fora de nós: vezes sem conta, fomos obrigados a escolher entre uma mentalidade de escravos ou uma mentalidade de filhos.
Um espírito de escravo só pode ver a lei como opressora, daí resultando uma vida feita de deveres e obrigações ou então a recusa a obedecer-lhe.
O cristianismo é a passagem da letra da Lei para o Espírito que dá vida.
Jesus é a Palavra do Pai, não a condenação a nós imposta pelo Pai.
O mundo não precisa de legalismo, mas de cristãos com coração de filhos.


Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano; L’Osservatore Romano


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