Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quinta-feira, 4 de abril de 2019

DEUS QUER A FRATERNIDADE ENTRE NÓS E OS MUÇULMANOS




Afirmou o Papa Francisco na catequese desta semana lembrando a sua recente viagem a Marrocos
   
   
Para o Papa Francisco, tratou-se de “um novo passo no caminho do diálogo e do encontro com os irmãos e irmãs muçulmanos” como “Servidor de esperança”.
Foi uma viagem inspirada em dois santos: Francisco de Assis – que há 800 anos levou a mensagem de paz e fraternidade ao Sultão al-Malik al-Kamil – e João Paulo II, que depois de receber no Vaticano pela primeira vez um Chefe de Estado muçulmano, o Rei Hassan II, realizou uma memorável visita a Marrocos.

O Santo Padre agradeceu ao povo e às autoridades que o receberam e ilustrou os momentos mais significativos da viagem.
Com o Rei Mohammed VI, o Papa sublinhou que as religiões têm um papel fundamental, defendendo a dignidade humana, promovendo a paz, a justiça e o cuidado da criação.
Também assinaram um Apelo por Jerusalém, para que a Cidade Santa seja preservada como património da humanidade e lugar de encontro pacífico para os fiéis das três religiões monoteístas.

Alguém poderia perguntar-se, observou o Papa Francisco:

Mas por que o Papa se encontra com os muçulmanos e não somente os católicos?
Por que existem tantas religiões, como é possível existir tantas religiões?
Mas com os muçulmanos somos descendentes do mesmo Pai, Abraão: mas por que Deus permite que existam tantas religiões?
Deus quis permitir isso: os teólogos da Escolástica diziam a “volutas permissiva” de Deus.
Ele quis permitir essa realidade: existem muitas religiões; algumas nascem da cultura, mas sempre olham para o céu, olham para Deus.
Mas o que Deus quer é a fraternidade entre nós.
E de maneira especial – por isto essa viagem - com nossos irmãos filhos de Abraão como nós, os muçulmanos.
Não devemos temer a diferença: Deus permitiu isso.
Mas devemos assustar-nos se não trabalharmos em fraternidade, para caminharmos juntos na vida".





Falando da proximidade da Igreja marroquina aos migrantes, o Papa improvisou:

Não gosto de dizer ‘migrantes’.
Gosto mais de dizer ‘pessoas migrantes’.
Sabem por que?
Porque ‘migrante’ é um adjectivo; ao invés, ‘pessoa’ é um substantivo.
Nós caímos na ‘cultura do adjectivo’.
Usamos tantos adjectivos e muitas vezes esquecemo-nos dos substantivos, ou seja, da substância.
O adjectivo vai junto com o substantivo, a uma ‘pessoa’.
Isto é: ‘migrante’ não, ‘pessoa migrante’ sim.
Assim respeita-se, para não cair na ‘cultura do adjectivo’, que é ‘líquida’ demais, ‘gasosa’ demais”.





Resumo, disponibilizado pela Santa Sé, da catequese do Santo Padre:

A recente Viagem Apostólica a Marrocos, sob o lema “servidor da esperança”, foi mais um passo na estrada do diálogo e do encontro com os irmãos e irmãs muçulmanos.
Servir a esperança significa construir pontes entre as civilizações.
Nisto as religiões têm um papel fundamental, defendendo a dignidade humana, promovendo a paz, a justiça e o cuidado da criação.
Durante um encontro com migrantes, ouviu-se o testemunho de como a vida muda quando quem emigra encontra uma comunidade que o acolhe como pessoa, mostrando assim como é importante estar abertos à diferença, sem deixar de conservar a identidade cultural e religiosa, sabendo valorizar a fraternidade humana.
Durante o encontro com sacerdotes, consagrados e membros do Conselho Ecuménico das Igrejas, lembrou-se que a comunidade cristã nessas terras, mesmo sendo um pequeno rebanho, está chamada a ser sal, luz e fermento, dando testemunho do amor fraterno.
Por fim, a missa celebrada no domingo, com fiéis de mais de 60 nacionalidades, foi uma singular epifania do Povo de Deus no coração de uma país islâmico: uma festa dos filhos que se sabem abraçados pelo Pai celestial e por isso podem ser servidores da esperança.



Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano



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