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Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quinta-feira, 13 de junho de 2019

SANTO ANTÓNIO, SACERDOTE FRANCISCANO E DOUTOR DA IGREJA









13 de Junho é o dia de Santo António de Pádua, ou de Lisboa para os portugueses



O “nosso santo popular” é conhecido no resto do mundo como sendo de Pádua, cidade italiana onde morreu.
Por cá, as crianças já não pedem um tostão para o Santo António, nem as solteiras lhe pedem um namorado.


Santo António de Pádua, século XVII (© Musei Vaticani)


Seu nome de baptismo é Fernando.
Nasceu em Lisboa, Portugal, por volta do dia 15 de Agosto de 1125, no seio de uma nobre família.
Com 15 anos, entra para a Ordem dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho.
Preparou-se para o sacerdócio no mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra.
Sendo ordenado sacerdote, com 24 anos de idade, foi encaminhado para a carreira de filósofo e teólogo.
Mas, desejava uma vida religiosa mais severa.
A reviravolta deu-se em 1220, quando chegaram à igreja de Santa Cruz os restos mortais de cinco missionários franciscanos, torturados e assassinados em Marrocos.

Da regra agostiniana à regra franciscana

Fernando decidiu deixar os Cónegos agostinianos para seguir as pegadas de São Francisco de Assis; escolheu ser chamado António, para imitar o santo anacoreta egípcio.
Amadureceu um forte impulso à missão e, seguindo este ideal, partiu para Marrocos.
Porém, contraiu uma doença e foi obrigado a um repouso forçado, sem poder pregar.
Não teve outra opção a não ser ir para a Itália.
No entanto, o navio no qual embarcou, naufragou no golfo da Sicília.
Tendo-se restabelecido, em 1221, foi parar a Assis, onde Francisco havia convocado todos os seus frades.
Esta foi uma ocasião propícia para conhecê-lo pessoalmente, não obstante tenha sido um simples encontro.
Revigorando sua escolha de seguir a Cristo, na fraternidade Franciscana, António foi enviado ao eremitério de Montepaolo, na Romanha.
Ali, dedicou-se, sobretudo, à oração, meditação, penitência e trabalhos humildes.

António pregador

Em Setembro de 1222, António foi enviado a fazer pregação em Forlì, onde revelou seu talento.
Das suas palavras emergiram uma profunda cultura bíblica e simplicidade de expressão.
A Assidua, a primeira biografia de Santo António, narra: “A sua língua, movida pelo Espírito Santo, começou a raciocinar sobre muitos assuntos, com ponderação, de modo claro e conciso”.
Desde então, António começou a percorrer o norte da Itália e o sul da França, pregando o Evangelho aos povos e povoados, muitas vezes confusos pelas heresias do tempo, sem poupar críticas contra a decadência moral de alguns expoentes da Igreja.
No ano seguinte, em Bolonha, foi mestre de Teologia para os frades que se formavam.
Foi o próprio Francisco que, com uma carta, lhe conferiu este encargo, autorizando-o a ensinar e recomendando-lhe também a não se descuidar da oração.

A escolha de Pádua

Pelos seus talentos, que António demonstra saber colocar ao serviço do Reino de Deus, com 32 anos foi nomeado superior das Fraternidades franciscanas do norte da Itália.
Ao cumprir tal função, visitou, incansavelmente, os numerosos Conventos, sob a sua jurisdição, e abriu outros.
No entanto, continuou a atrair grandes multidões com suas pregações, passando diversas horas no confessionário e a reservar, para si, momentos de retiro em solidão.
Decidiu estabelecer-se em Pádua, junto à pequena comunidade franciscana da igreja de Santa Maria Mater Domini.
Não obstante a sua pouca presença, instaurou com a cidade um forte ligação, prodigalizando em prol dos pobres e contra as injustiças.
Precisamente em Pádua, teriam sido escritos os Sermones, um tratado para instruir os co-irmãos à pregação do Evangelho e ao preceito dos Sacramentos, sobretudo, da Penitência e da Eucaristia.

A pregação da Quaresma, em 1231, é considerada seu testamento espiritual, à qual se deve incluir a sua dedicação amorosa, por horas e horas, às confissões.
Após as celebrações pascais, abatido por problemas de saúde e consumido pela fadiga, António aceitou retirar-se por um período de convalescença; depois, com alguns co-irmãos, aceitou o convite de um período de descanso e de meditação num pequeno eremitério, em Camposampiero, a poucos quilómetros de Pádua.
Pediu que lhe fosse adaptado um simples refúgio sob uma grande nogueira, onde pudesse passar os dias em contemplação e em contacto com a gente humilde da periferia do campo, só voltando para o eremitério à noite.
Ali, deu-se a visão do Menino Jesus.

No dia 13 de Junho, António sentiu-se mal; entendendo que a sua hora se aproximava, pediu para morrer em Pádua.
Foi transportando num carro de boi, mas, ao chegar à Arcella, um bairro às portas da cidade, expirou murmurando: “Vejo o meu Senhor!”.

Reconhecido pela influência de Santo Agostinho, António conjugou, de modo original, mente e coração, pesquisa teórica, prática das virtudes, estudo e oração.
Doutor da Igreja, Santo António é simplesmente chamado em Pádua como “o Santo”.


Basílica de Santo António de Pádua







A Basílica de Santo António, o principal monumento de Pádua, é reconhecida pela Santa Sé como Santuário Internacional.
A sua construção terá sido iniciada em 1232, um ano após a morte do santo.








A Capela do Santo é uma obra do Renascimento, iniciada no ano 1500 e concluída nos finais do mesmo século.




Igreja de Santo António em Lisboa







Esta Igreja ergue-se sobre o local onde nasceu Santo António, antes de ter partido pelo mundo como pregador, acabando por morrer em Pádua.
O templo actual foi construído em 1767 no local onde existia uma capela desde o século XV.







Oferece como elementos dignos de nota a imagem do santo patrono, poupada pelo terramoto de 1755, a cripta com o seu lugar de nascimento e a tela representando Santo António com as feições mais autênticas que se conservam.
Foi visitada pelo Papa São João Paulo II em 1982.




Martirológio Romano – 13 de Junho:

Memória de Santo António, presbítero e doutor da Igreja, natural de Portugal, que, sendo cónego regular, ingressou na Ordem dos Menores recentemente fundada, para se entregar à propagação da fé entre os povos da África; mas foi na Itália e na França que, exercendo com muito fruto o ministério da pregação, atraiu muita gente à verdadeira doutrina.
Escreveu sermões impregnados de doutrina e suavidade e, por ordem de São Francisco, ensinou teologia aos seus irmãos, até que em Pádua partiu deste mundo ao encontro do Senhor.



Fontes: Notícias do Vaticano; Basílica de Santo António de Pádua; Igreja de Santo António de Lisboa; Secretariado Nacional de Liturgia


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