Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

sábado, 26 de outubro de 2019

A IGREJA É UMA TENDA QUE ACOLHE TODOS


Não é uma fortaleza, mas uma tenda capaz de ampliar seu espaço para dar acesso a todos
- o Papa Francisco na Audiência da passada Quarta-feira
   
   
Na catequese desta semana o Papa reflectiu sobre os Actos dos Apóstolos, partindo do versículo 14, 27, onde se lê:
"Deus abriu a porta da fé aos pagãos": a missão de Paulo e Barnabé e o Concílio de Jerusalém.

O livro dos Actos dos Apóstolos narra que São Paulo, após seu encontro transformador com Jesus, foi acolhido pela Igreja de Jerusalém, graças à mediação de Barnabé, e começou a proclamar a Boa Nova de Cristo.
No entanto, devido à hostilidade de alguns, Paulo foi obrigado a transferir-se para Tarso, sua cidade natal, seguido por Barnabé, que também foi envolvido na pregação da Palavra de Deus.

O evangelista Lucas diz que a sua pregação começou depois de uma forte perseguição.
Paulo e Barnabé estiveram um ano em Antioquia da Síria, ensinando e ajudando a comunidade a criar raízes.
Depois, foram "enviados pelo Espírito" a outros lugares, anunciando a mensagem de Cristo e atraindo muitas pessoas para a fé cristã.

Esta foi a primeira etapa missionária de Paulo, que passou da pregação do Evangelho nas Sinagogas da diáspora ao anúncio em ambientes pagãos populares.
Ao retornarem a Antioquia, Paulo e Barnabé contaram aos seus irmãos “como Deus abriu aos pagãos a porta da fé", cumprindo a “obra" para a qual o Espírito Santo os havia enviado.
E o Papa explicou:

Do Livro dos Actos, emerge a natureza da Igreja, que não é uma fortaleza, mas uma tenda capaz de ampliar seu espaço para dar acesso a todos.
A Igreja deve ser “em saída”, senão não é uma Igreja; é uma Igreja de “portas abertas", chamada a ser sempre a Casa aberta do Pai.
Assim, se alguém quiser seguir a acção do Espírito e buscar a presença de Deus, não encontrará o obstáculo de uma porta fechada”.

Porém, disse o Papa Francisco, naquele momento começavam os problemas: a novidade de abrir as portas aos pagãos e judeus desencadeou uma controvérsia ferrenha.
Alguns judeus sentiam a necessidade da circuncisão para se salvar e ser baptizados.
Para resolver a questão, Paulo e Barnabé pedem o parecer do conselho dos Apóstolos e anciãos de Jerusalém, que foi considerado o primeiro Concílio da história da Igreja: o Concílio de Jerusalém ou Assembleia de Jerusalém, sobre o qual o Santo Padre disse:

Foi abordada uma questão teológica, espiritual e disciplinar muito delicada: a relação entre a fé em Cristo e a observância da Lei de Moisés.
Durante a assembleia foram decisivos os discursos de Pedro e Tiago, "pilares" da Igreja mãe.
Ambos convidavam a não impor a circuncisão aos pagãos, mas apenas a pedir para rejeitar a idolatria, em todas as suas expressões.”

Essa decisão, ratificada com uma Carta Apostólica, foi enviada a Antioquia.

O Papa perguntou qual o significado da assembleia de Jerusalém nos nossos dias e respondeu:

A Assembleia de Jerusalém oferece-nos uma luz importante sobre o modo de enfrentar as divergências e buscar a verdade na caridade.
Recorda-nos que o método eclesial de resolver os conflitos baseia-se no diálogo feito de escuta atenciosa e paciente e no discernimento à luz do Espírito.
De facto, é o Espírito que nos ajuda a superar os fechamentos e as tensões e age nos corações para que, na verdade e no bem, chegue à unidade.

Este texto ajuda-nos a entender o significado de Sínodo, iluminados pelo Espírito Santo”.





Resumo da Catequese do Santo Padre:

Nos Actos dos Apóstolos, vemos como Paulo, enfrentando algumas hostilidades no seu anúncio de Cristo, teve que ir para Tarso, onde, algum tempo depois, aceitou o convite de Barnabé de participar numa viagem para difundir a Palavra de Deus.
Tal viagem teve início no meio de perseguições que, longe de esmorecer os ânimos, abriram novos horizontes para a evangelização.

Durante esta primeira viagem apostólica de Paulo, o Espírito Santo mostrou como os pagãos também estavam chamados à fé, pois a Igreja, longe de ser uma realidade fechada em si mesma, é uma casa com as portas abertas para todos.
Diante desses acontecimentos, surgiu uma discussão acalorada sobre a necessidade da circuncisão mosaica.
Por isso, Paulo e Barnabé foram até Jerusalém para se reunir com os Apóstolos.
Assim, superando tensões e fechamentos, à luz do Espírito e na verdade da caridade, puderam discernir juntos que a salvação se deve exclusivamente à graça do Senhor Jesus e que a essência da Igreja é realmente a de ser uma Mãe fecunda de muitos filhos.



Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano


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