“O
Senhor não pensa apenas naquilo que tu és, mas em tudo aquilo que
poderás chegar a ser”
Tem
início no domingo dia 10 de Novembro e prolonga-se até ao Domingo
dia 17 a Semana dos Seminários.
Promovida
pela Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, esta semana
dedicada aos Seminários terá na diocese do Porto vigílias de
oração nas quatro zonas pastorais.
Na
nossa zona pastoral será no dia 14 Novembro, pelas 21 horas na
Capela de Nossa Senhora das Dores, presidida por D. Pio Alves.
Na
nossa paróquia, os ofertórios das Eucaristias de Sábado dia 16 e
Domingo dia 17 revertem para os Seminários.
Mensagem
do Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios:
A
Semana dos Seminários de 2019 tem um lema - Cristo não pensa apenas
naquilo que tu és mas naquilo que poderás chegar a ser –
inspirado na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Christus Vivit
que o Papa Francisco dirigiu, recentemente, aos jovens e a todo o
Povo de Deus.
Os
últimos capítulos deste texto que surge na sequência do último
Sínodo dos Bispos sobre os jovens, a fé e o discernimento
vocacional, correspondem à visão actual do magistério sobre o tema
da vocação e concretamente da vocação ao ministério sacerdotal.
O
Santo Padre propõe-nos uma atitude de esperança assente na
convicção de que «Jesus caminha no meio de nós como fazia na
Galileia.
Ele
passa pelas nossas ruas, detém-se e olha-nos sem pressa.
O
seu chamamento que é atractivo e fascinante» (CV, 277).
Hoje,
porém, é mais difícil de escutar e entender pelos jovens porque
são bombardeados por uma variedade de estímulos e uma
multiplicidade de propostas geradoras de muito ruído e dispersão.
Esse
chamamento é o de um amigo, Jesus Cristo, aquele conhece e ama a
cada um e por isso quer dar-lhe o melhor.
Assim,
a vocação significa antes de mais um dom, um presente,
simultaneamente o mais precioso e o mais exigente, porque «os
presentes de Deus são interactivos, para os gozar é preciso
arriscar».
Não
se trata da exigência de «um dever imposto por outro a partir de
fora, mas algo que estimula a crescer e optar, para que esse presente
amadureça e se torne dom para os outros» (CV, 289).
Abrir-se
a esse dom implica um caminhar juntos com Cristo, na amizade e na
liberdade, num seguimento próprio do discípulo que deseja aprender
com o Mestre.
Esta
amizade com Jesus «não é uma relação fugaz ou passageira mas
estável, firme, fiel, que amadurece com o passar do tempo» (CV,
152).
Ela
não conduz ao isolamento mas impele cada um a sair de si mesmo e
abrir-se ao outros, a abraçar os outros com amor e procurar o seu
bem.
A
vocação assim entendida é chamamento ao serviço missionário dos
outros e ajuda cada um a descobrir e fazer brotar o melhor de si
mesmo para o serviço da Igreja e do mundo.
O
Seminário é o espaço necessário para o discernimento e para uma
sólida configuração com Cristo dos discípulos que serão enviados
em missão como pastores em seu nome.
Esse
discernimento é favorecido pela vida comunitária própria do
seminário que ajuda cada um na descoberta de si mesmo e do outro.
Exige
ainda espaços de silêncio e oração essenciais para um profundo
encontro com Cristo, para o consolidar uma verdadeira espiritualidade
sacerdotal e sobretudo para tomar decisões ponderadas e estáveis.
O
Seminário é também o tempo indispensável para que o percurso de
discernimento seja devidamente acompanhado, pessoal e
comunitariamente.
Em
todo esse processo há perguntas a responder, dúvidas a esclarecer e
receios a superar.
Por
isso é fundamental o papel das equipas formadoras dos seminários,
em articulação com a diocese e o seu Bispo, bem como o papel das
famílias, das comunidades cristãs, dos grupos e movimentos e até
dos amigos.
A
Semana dos Seminários é ocasião para reflectir na centralidade da
questão vocacional e para um renovado compromisso em ordem a uma
«cultura vocacional».
É
também oportunidade para animar os jovens que fazem parte dos vários
seminários do nosso país e reconhecer o precioso trabalho das
equipas formadoras e de todos os que colaboram na vida dos
seminários.
A
todos os cristãos é pedido, durante esta semana e sempre, um
especial apoio e carinho pelos seminários que se pode manifestar na
oração e na ajuda material.
A
todos os jovens se renova o apelo do Papa para que cada um saiba
responder à pergunta: «para quem sou eu?», começando por
reconhecer as qualidades e carismas que Deus lhe concedeu e
dispondo-se a pô-los ao serviço de todos.
E
se for chamado a ao ministério sacerdotal ou à vida consagrada
saiba responder com coragem e alegria, confiante de que o Senhor «não
pensa apenas naquilo que tu és mas em tudo aquilo que, juntamente
com Ele e todos os outros, poderás chegar a ser» (CV, 290).
+
António Augusto Azevedo
Nota
Pastoral do Bispo do Porto:
Semana
dos Seminários: para que o coração da Diocese irrigue todo o corpo
eclesial
É
da tradição da Igreja dedicar específicos tempos a temáticas
urgentes e inadiáveis: Dia Mundial da Paz, Dia das Missões, Semana
da Vida, etc.
Aliás,
como, mais tarde, a sociedade civil veio a imitar.
Mas
um dos temas propostos há mais tempo e com maior intensidade é
precisamente o dos Seminários.
É
que a Igreja sabe que eles constituem como que o coração que há-de
bombear o sangue que vivificará todo o corpo eclesial.
Sim,
o sacerdócio comum dos fiéis será tanto mais valorizado, apreciado
e exercitado quanto mais o ministerial viver para ele.
Na
prática, o sacerdócio ordenado é condição da promoção dos
leigos e do seu sacerdócio comum.
Engana-se
quem vive de chavões e anda por aí a propalar que esta é a “hora
dos leigos” e, como tal, se bastam a si mesmos e não precisam dos
sacerdotes.
A
experiência demonstra que são precisamente os leigos mais
esclarecidos e activos quem mais reclama o ministério insubstituível
dos padres.
Não
existe oposição entre clero e laicado.
Pelo
contrário: um clero que não existisse para o serviço do povo de
Deus nem tinha razão teológica de ser nem sequer sentiria
identidade eclesial.
E,
da parte dos leigos, sabemos bem que uma laicidade sem sacerdotes
quase sempre se transforma em laicismo anti fé: sem um clero que
saiba ocupar o seu lugar e dedicar-se de alma e coração à causa do
povo de Deus, a laicidade que, por si, é sadia, facilmente decai no
laicismo doentio e rançoso, quando não velhaco e opressor, como a
realidade demonstra.
Na
próxima Semana dos Seminários, que celebraremos de 10 a 17 de
Novembro, convido, cordialmente, todos os fiéis da Diocese do Porto
a reflectirem nisto e a empenharem-se, de alma e coração, na causa
sacerdotal.
A
vários níveis: na dedicação e apreço pelos sacerdotes; na visita
aos velhinhos e doentes, mormente na nossa Casa Sacerdotal; no
despertar vocacional persistente e contínuo; na oração “ao
Senhor da messe para que envie operários para a sua messe”; na
ajuda económica significativa, até porque, brevemente, iremos
iniciar obras muito volumosas em dois dos nossos Seminários; enfim,
na divulgação afectiva desta causa e na simpatia por ela
demonstrada.
Os
cristãos do Porto sabem que precisam de Padres.
Então,
ajudem a formá-los no único lugar possível onde um jovem generoso
se transforma num Pastor “com o cheiro das ovelhas”: o Seminário.
+
Manuel, Bispo do Porto
ORAÇÃO
DA SEMANA DOS SEMINÁRIOS
Senhor
Jesus Cristo, fonte de vida nova,
Tu
que não olhas ao que somos
mas
ao que poderemos chegar a ser,
abre
caminhos de construção do Reino,
ajudando-nos
a ser mansos e humildes de coração.
Tu
que vives e revelas o imenso amor do Pai,
nós
te pedimos que continues
a
despertar o coração dos jovens
para
que aceitem o desafio de Te seguir,
caminhando
em liberdade, sem medos e resistências,
e,
animados pelo Espírito Santo,
se
façam ao largo e lancem as redes para a pesca.
Por
intercessão da Virgem Maria e de S. José,
nós
Vos pedimos pelos Seminários, pelos seminaristas
e
por todos os jovens a quem chamas e envias.
Fazei
que neles brotem sinais de esperança,
sementes
de entrega e verdadeiro serviço.
Concede-nos,
pela graça do baptismo,
o
dom da escuta da Tua voz
e
da resposta generosa,
colaborando
na edificação do Reino de Deus.
Ámen.
Fontes:
Voz Portucalense; Diocese do Porto; Secretariado Diocesano da
Pastoral das Vocações; Agência Ecclesia
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