Decorre de 1 a 8 de Novembro e tem como tema “Jesus chamou os que queria e foram ter com Ele”
D. António Augusto Azevedo, presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, escreveu na sua mensagem para a ‘Semana dos Seminários 2020’:
“Damos graças a Deus porque continua a chamar alguns para serem pastores do seu povo e por todos os jovens e adultos que souberam escutar e responder com generosidade, fazendo parte das comunidades dos vários seminários do país”.
O padre António Jorge Almeida, secretário da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios e actual reitor do Seminário Interdiocesano de São José, em Braga, sublinha:
“As plataformas digitais para encontros personalizados podem também preencher lacunas.
Pode-se fazer um caminho processual ainda mais preenchido, profundo, tendo em conta a variedade da possibilidade de encontros.
O encontro presencial é fundamental.
O chamamento de Jesus aos primeiros discípulos foi presencial, foi pessoal, sobretudo, ele falava às multidões, mas quando falamos de chamamento vocacional, Jesus fazia-o tu a tu, de pessoa a pessoa.”
Mensagem de D. Vitorino Soares, Reitor do Seminário Maior do Porto e do Seminário do Bom Pastor, em Ermesinde:
Mensagem de D. António Augusto Azevedo:
Semana de Oração Pelos Seminários
1-8 de Novembro de 2020
MENSAGEM
A Semana dos Seminários de 2020 tem como fonte de inspiração a palavra do Evangelho: «Jesus chamou os que queria e foram ter com Ele» (Mc. 3,13). Ela apresenta de modo sintético os elementos estruturantes da vocação: o chamamento do Senhor e a resposta dos discípulos, confirmada pela decisão de ir ter com Ele. A esta luz evangélica se entende melhor a natureza e a missão dos seminários como comunidades que congregam aqueles que o Senhor chamou à vocação sacerdotal e se dispuseram a ir ter com o Mestre para aprender com Ele e configurar a vida com a Sua, preparando-se assim para serem discípulos missionários. Neste sentido se pronunciou a XV Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos de 2018, reafirmando que «os seminários e casas de formação são lugares de grande importância onde os jovens, chamados ao sacerdócio e à vida consagrada, aprofundam a sua escolha vocacional e a amadurecem no seguimento» (Documento Final, nº20).
A citada frase do Evangelho aparece num contexto em que as palavras e gestos de Jesus de Nazaré enchiam de espanto as multidões e a sua pessoa suscitava grande fascínio naqueles que O acompanhavam por toda a Galileia. Volvidos vinte séculos, o referido Sínodo assinalou que «muitos jovens são fascinados pela figura de Jesus. A sua vida parece-lhes boa e bela, porque pobre e simples, feita de amizades sinceras e profundas, gasta generosamente com os irmãos, nunca fechada para ninguém, mas sempre disponível ao dom. A vida de Jesus permanece também hoje profundamente atraente e inspiradora; é para todos os jovens uma provocação que interpela» (Documento Final, nº 82).
O chamamento que o Senhor fez então, continua a fazê-lo nos nossos dias. Trata-se de uma escolha livre, uma eleição surpreendente, puro dom da graça divina e não resultado dos méritos ou propósitos humanos. A vocação sacerdotal é, de facto, da ordem do mistério, do mistério da liberdade divina que se entrelaça com a liberdade do homem. Àqueles que primeiro foram chamados, Jesus reafirmará mais tarde: «Não fostes vós que me escolhestes, fui Eu que vos escolhi a vós» (Jo.15,16), conferindo-lhes até a dignidade de amigos. O que Ele tem a oferecer aos seus escolhidos é uma história de amizade profunda, uma história de vida plena.
A resposta ao chamamento de Jesus suscitou nos primeiros discípulos a decisão de ir ter com Ele. Aproximar-se do Senhor, reunir-se com todos os que querem caminhar com Ele, é o desígnio de quem se dispõe a ser discípulo e sacerdote em nome de Cristo. A opção pela vida sacerdotal com o pedido de ingresso ao seminário, exige hoje, porventura mais do que noutras épocas, uma fé corajosa. Numa cultura que promove o provisório e induz ao experimentalismo, uma opção de tal radicalidade supõe uma fé capaz de arriscar, uma fé consciente de que é preciso deixar algumas pedras preciosas porque se encontrou o verdadeiro tesouro.
Desejo que esta Semana dos Seminários sirva para despertar em todos nós três atitudes: gratidão, compromisso e esperança.
Damos graças a Deus porque continua a chamar alguns para serem pastores do seu povo e por todos os jovens e adultos que souberam escutar e responder com generosidade, fazendo parte das comunidades dos vários seminários do país. Gratidão é devida também às equipas formadoras dos seminários e a todos os professores e colaboradores que se empenham na exigente tarefa de formar pastores. Sem esquecer o justo reconhecimento aos seminários pelo seu incomparável papel histórico, desde os tempos de S.Bartolomeu dos Mártires, na renovação da Igreja e na formação humana e cristã de tantas gerações de jovens de todo o país, incluindo os que não foram ordenados.
O compromisso de todos para com o seminário é indispensável para que ele cumpra a sua missão. Essa responsabilidade é pedida, antes de mais, ao clero chamado a assumir o seu papel no processo formativo e a manifestar solicitude, comunhão e proximidade para com o seminário. Também às famílias e comunidades cristãs se pede que tenham consciência da importância do seu apoio e acompanhamento aos seminaristas. E os cristãos não esqueçam que o seu compromisso para com os seminários se pode manifestar de tantas formas: na oração, na ajuda material e outros expressões de interesse e preocupação.
Esperança é o sentimento que pode crescer em nós com a celebração desta semana. Ela funda-se na convicção de que Deus não abandona o seu povo mas, pela acção do Espírito, renova sempre a vida da Igreja e lhe abre caminhos novos. Depositamos também muita esperança nos seminaristas que estão a fazer o seu percurso formativo para serem, na altura própria, os pastores que a Igreja precisa, segundo o modelo de Cristo, Bom Pastor. E esperamos que os jovens e adultos a quem o Senhor continua a chamar não tenham medo e saibam responder com generosidade e alegria.
+António Augusto de Oliveira Azevedo
Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios
Oração para a Semana dos Seminários 2020
Senhor Jesus, filho muito amado do Pai,
envia a força suave do Espírito
para que desperte em todos nós
a decisão de irmos ter contigo para Te seguir.
Dá aos seminaristas amor à vocação
e a graça do compromisso de fidelidade ao Evangelho.
Faz dos nossos seminários comunidades de discípulos,
onde se vive a fraternidade mística.
Confirma nos dons do Espírito Santo os formadores;
recompensa e abençoa os benfeitores,
ampara o nosso Bispo e os nossos párocos,
para que sejam sempre fiéis ao dom do seu sacerdócio.
Que o Teu olhar desperte a generosidade
e a coragem dos jovens para Te seguirem.
Concede às nossas famílias a ousadia
de Te proporem como caminho, verdade e vida.
Senhor Jesus, com a intercessão Maria, Tua e nossa Mãe,
dá à Igreja, felizes e santas vocações sacerdotais.
Ámen!
Fontes: Diocese do Porto / Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações; Comissão Episcopal Vocações e Ministérios; Agência Ecclesia
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