Contemplar a cruz com paixão
A liturgia deste último Domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.
A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projectos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.
O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz revela-se o amor de Deus, esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.
Comentário do padre Manuel Barbosa, scj:
LEITURA I – Is 50,4-7
Leitura do livro de Isaías
O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos. Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos, para eu escutar, como escutam os discípulos. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam. Mas o senhor Deus veio em meu auxílio, e por isso não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra, e sei que não ficarei desiludido.
LEITURA II – Filip 2,6-11
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
EVANGELHO – Lc 23,1-49
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, levantaram-se os anciãos do povo, os príncipes dos sacerdotes e os escribas, levaram Jesus a Pilatos e começaram a acusá-l’O, dizendo:
«Encontrámos este homem a sublevar o nosso povo, a impedir que se pagasse o tributo a César e dizendo ser o Messias-Rei».
Pilatos perguntou-Lhe: «Tu és o Rei dos judeus?»
Jesus respondeu-lhe: «Tu o dizes».
Pilatos disse aos príncipes dos sacerdotes e à multidão: «Não encontro nada de culpável neste homem».
Mas eles insistiam: «Amotina o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia, onde começou, até aqui».
Ao ouvir isto, Pilatos perguntou se o homem era galileu; e, ao saber que era da jurisdição de Herodes, enviou-O a Herodes, que também estava nesses dias em Jerusalém. Ao ver Jesus, Herodes ficou muito satisfeito. Havia bastante tempo que O queria ver, pelo que ouvia dizer d’Ele, e esperava que fizesse algum milagre na sua presença. Fez-Lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu. Os príncipes dos sacerdotes e os escribas que lá estavam acusavam-n’O com insistência. Herodes, com os seus oficiais, tratou-O com desprezo e, por troça, mandou-O cobrir com um manto magnífico e remeteu-O a Pilatos. Herodes e Pilatos, que eram inimigos, ficaram amigos nesse dia. Pilatos convocou os príncipes dos sacerdotes, os chefes e o povo, e disse-lhes: «Trouxestes este homem à minha presença como agitador do povo. Interroguei-O diante de vós e não encontrei n’Ele nenhum dos crimes de que O acusais. Herodes também não, uma vez que no-l’O mandou de novo. Como vedes, não praticou nada que mereça a morte. Vou, portanto, soltá-l’O, depois de O mandar castigar».
Pilatos tinha obrigação de lhes soltar um preso por ocasião da festa. E todos se puseram a gritar: «Mata Esse e solta-nos Barrabás».
Barrabás tinha sido metido na cadeia por causa de uma insurreição desencadeada na cidade e por assassínio. De novo Pilatos lhes dirigiu a palavra, querendo libertar Jesus. Mas eles gritavam: «Crucifica-O! Crucifica-O!»
Pilatos falou-lhes pela terceira vez: «Mas que mal fez este homem? Não encontrei n’Ele nenhum motivo de morte. Por isso vou soltá-l’O, depois de O mandar castigar».
Mas eles continuavam a gritar, pedindo que fosse crucificado, e os seus clamores aumentavam de violência. Então Pilatos decidiu fazer o que eles pediam: soltou aquele que fora metido na cadeia por insurreição e assassínio, como eles reclamavam, e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam. Quando o conduziam, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para a levar atrás de Jesus. Seguia-O grande multidão de povo e mulheres que batiam no peito e se lamentavam, chorando por Ele.
Mas Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim; chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos; pois dias virão em que se dirá: ‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram’. Começarão a dizer aos montes: ‘Caí sobre nós’; e às colinas: ‘Cobri-nos’. Porque, se tratam assim a madeira verde, que acontecerá à seca?».
Levavam ainda dois malfeitores para serem executados com Jesus. Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Jesus dizia: «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem».
Depois deitaram sortes, para repartirem entre si as vestes de Jesus. O povo permanecia ali a observar. Por sua vez, os chefes zombavam e diziam: «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito».
Também os soldados troçavam d’Ele; aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam: «Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo».
Por cima d’Ele havia um letreiro: «Este é o rei dos judeus».
Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-O, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».
Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Não temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo das nossas más acções. Mas Ele nada praticou de condenável».
E acrescentou: «Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza».
Jesus respondeu-lhe: «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».
Era já quase meio-dia, quando as trevas cobriram toda a terra, até às três horas da tarde, porque o sol se tinha eclipsado. O véu do templo rasgou-se ao meio.
E Jesus exclamou com voz forte: «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito».
Dito isto, expirou.
Vendo o que sucedera, o centurião deu glória a Deus, dizendo: «Realmente este homem era justo».
E toda a multidão que tinha assistido àquele espectáculo, ao ver o que se passava, regressava batendo no peito. Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que O acompanhavam desde a Galileia, mantinham-se à distância, observando estas coisas.
Avisos à Comunidade Paroquial:
Via-Sacra da Catequese
Realiza-se na Sexta-feira Santa, às 15H00, no Salão Paroquial.
Visita Pascal
Tem início às 9H15, seguindo o trajecto habitual.
Procuremos fazer a Visita Pascal da forma mais tradicional possível, tendo em conta as orientações da Conferência Episcopal. Fica ao critério de cada família receber a Visita Pascal no interior ou no exterior da habitação.
Orientações da Conferência Episcopal para a Visita Pascal 2022
Tendo em conta a situação de pandemia que, infelizmente, ainda permanece, pede-se a máxima atenção para as seguintes orientações:
No percurso na via pública, se houver ajuntamentos, recorrer à protecção da máscara facial.
Nas casas particulares entrarão apenas os membros do grupo paroquial designado para essa missão de anúncio pascal, conforme a organização de cada paróquia; os outros eventuais acompanhantes aguardarão no exterior.
Dentro das casas, os membros desta equipa deverão usar máscara.
O guia do grupo dirigirá uma breve oração com a família reunida, terminada a qual os membros desta são convidados a venerar a cruz com uma vénia ou outro gesto que não implique contacto físico; seguidamente pode proceder-se à aspersão com água benta dos presentes e do lugar onde se encontram.
Embora a mesa possa estar posta, não se convidem para ela os membros do grupo dos mensageiros da Páscoa; a partilha de alimentos deve restringir-se aos membros da família e, por isso, só se fará após a partida dos visitadores; de facto, o comer em conjunto implica retirar a máscara aumentando, assim, o risco de eventuais contágios.
Sempre que haja contacto físico com pessoas ou coisas, deve proceder-se à higienização das mãos.
Na Terça-feira dia 12 de Abril, às 21H15 no Salão Paroquial, haverá uma reunião com os paroquianos que vão integrar o Compasso.
Celebrações Eucarísticas
Domingo dia 10Abr, às 9H30 – Domingo de Ramos na Paixão do Senhor – Ano C; Início no Cruzeiro da Quinta do Anjo com a Bênção dos Ramos.
Quinta-feira dia 14Abr, às 21H00 – Missa da Ceia do Senhor.
Sexta-feira dia 15Abr, às 21H00 – Sexta-feira da Paixão do Senhor com Adoração da Cruz.
Sábado dia 16Abr, às 21H00 – Vigília Pascal.
Domingo dia 17Abr, às 8H00 – Solenidade da Páscoa da Ressurreição do Senhor – Ano C.
30.º Dia do falecimento de:
- Maria Elisa Pinto Lopes Maia (†10Mar2022)
- Maria de Lurdes Duarte da Costa (†16Mar2022)
- Gracinda Ferreira da Silva (†17Mar2022)
Fontes: Dehonianos; Agência Ecclesia
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