Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

É PRECISO PREGAR O EVANGELHO COM CORAGEM E LIBERDADE

 



O legado dos Santos Cirilo e Metódio

Apóstolos dos Eslavos

   


Na Audiência Geral de hoje, o Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre o zelo apostólico. O Santo Padre abordou na sua reflexão o testemunho de dois irmãos muito conhecidos no Oriente cristão, a ponto de serem chamados de "apóstolos dos eslavos": os Santos Cirilo e Metódio.

Nascidos na Grécia no século IX, em uma família aristocrática, renunciaram à carreira política para se dedicarem à vida monástica. Os irmãos foram enviados como missionários à Grande Morávia, que na época incluía vários povos, em parte já evangelizados, mas entre os quais ainda sobreviviam muitos costumes e tradições pagãs. O príncipe da época solicitou um mestre que explicasse a fé cristã na língua deles.


No final da Audiência Geral o Papa Francisco volta mais uma vez seu pensamento para a grave situação na Palestina e Israel, esperando caminhos de paz para o Oriente Médio e estendendo seu olhar para a atormentada Ucrânia e outras regiões feridas pela guerra. O Papa lembra o Dia de Oração, na próxima sexta-feira, para implorar a paz no mundo.

Recordo a todos que depois de amanhã, Sexta-feira 27 de Outubro, viveremos um dia de jejum, oração e penitência; às 17 horas [horas de Lisboa], em São Pedro, reunir-nos-emos para rezar e implorar a paz no mundo.”


PAPA FRANCISCO - AUDIÊNCIA GERAL

Praça São Pedro, Quarta-feira, 25 de Outubro de 2023

A paixão pela evangelização: o zelo apostólico do crente.

24. Os Santos Cirilo e Metódio, apóstolos dos Eslavos

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje falar-vos-ei de dois irmãos muito famosos no Oriente, a ponto de serem chamados “os apóstolos dos Eslavos”: os Santos Cirilo e Metódio. Nascidos na Grécia no século IX, numa família aristocrática, renunciam à carreira política para se dedicar à vida monástica. Mas o seu sonho de uma existência retirada dura pouco. São enviados como missionários para a Grande Morávia, que naquela época abrangia vários povos, já parcialmente evangelizados, mas entre os quais subsistiam muitos costumes e tradições pagãs. O seu príncipe pediu um mestre que explicasse a fé cristã na língua deles.

Portanto, a primeira tarefa de Cirilo e Metódio consiste em aprofundar o estudo da cultura daqueles povos. Sempre aquele refrão: a fé deve ser inculturada e a cultura deve ser evangelizada. Inculturação da fé, evangelização da cultura, sempre! Cirilo pergunta se têm um alfabeto; dizem-lhe que não. E ele responde: “Quem pode escrever um discurso sobre a água?”. Com efeito, para anunciar o Evangelho e para pregar, era necessário um instrumento próprio, adequado, específico. Assim, inventa o alfabeto glagolítico. Traduz a Bíblia e os textos litúrgicos. As pessoas sentem que aquela fé cristã já não é “estrangeira”, mas torna-se a fé delas, falada na língua materna. Pensai: dois monges gregos que oferecem um alfabeto aos Eslavos. Foi esta abertura de coração que enraizou o Evangelho entre eles. Estes dois não tinham medo, eram corajosos!

No entanto, depressa surgem oposições de alguns Latinos, que se vêem privados do monopólio da pregação entre os Eslavos, aquela luta dentro da Igreja, sempre assim! A sua objecção é religiosa, mas apenas na aparência: Deus só pode ser louvado – dizem – nas três línguas escritas na cruz, o hebraico, o grego e o latim. Tinham a mentalidade fechada para defender a própria autonomia. Mas Cirilo responde com veemência: Deus quer que cada povo o louve na própria língua. Com o irmão Metódio, dirige um apelo ao Papa, que aprova os seus textos litúrgicos em língua eslava, manda colocá-los sobre o altar da igreja de Santa Maria Maior e, com eles, canta os louvores do Senhor segundo aqueles livros. Cirilo falece poucos dias depois, e as suas relíquias ainda são veneradas aqui em Roma, na Basílica de São Clemente. Metódio, ao contrário, é ordenado bispo e enviado para os territórios dos Eslavos. Aqui deverá sofrer muito, até será preso, mas irmãos e irmãs, sabemos que a Palavra de Deus não é acorrentada e que se propaga entre aqueles povos.

Olhando para o testemunho destes dois evangelizadores, que São João Paulo II quis como co-padroeiros da Europa e sobre os quais escreveu a Encíclica Slavorum Apostoli, vejamos três aspectos importantes.

Em primeiro lugar, a unidade: os Gregos, o Papa, os Eslavos: naquela época na Europa havia uma cristandade não dividida, que colaborava para evangelizar.

Um segundo aspecto importante é a inculturação, sobre a qual eu já disse algo antes: evangelizar a cultura, e a inculturação mostra que evangelização e cultura estão intimamente ligadas. Não se pode pregar um Evangelho de modo abstracto, destilado, não: o Evangelho deve ser inculturado e é também expressão da cultura.

Um último aspecto, a liberdade. Na pregação, é necessária a liberdade, mas a liberdade precisa sempre da coragem; uma pessoa é livre quando é mais corajosa e não se deixa acorrentar por tantas coisas que lhe tiram a liberdade!

Irmãos e irmãs, peçamos aos Santos Cirilo e Metódio, apóstolos dos Eslavos, para ser instrumentos de “liberdade na caridade” para os outros. Ser criativos, constantes e humildes, com a oração e com o serviço.

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APELO

Penso sempre na grave situação na Palestina e em Israel: encorajo a libertação dos reféns e a entrada das ajudas humanitárias em Gaza. Continuo a rezar por aqueles que sofrem e a esperar em percursos de paz, no Médio Oriente, na martirizada Ucrânia e noutras regiões feridas pela guerra. Recordo a todos que depois de amanhã, sexta-feira 27 de Outubro, viveremos um dia de jejum, oração e penitência; às 18 horas, em São Pedro, reunir-nos-emos para rezar e implorar a paz no mundo.



Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano


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