Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

MARIA NÃO TEME OS PERIGOS E OS JULGAMENTOS ALHEIOS

 




Mas vai ao encontro dos outros

   


O Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses jubilar sobre Jesus Cristo, nossa esperança.

Por causa de uma forte constipação, a catequese do Santo Padre foi lida pelo Pe. Pierluigi Giroli, sacerdote rosminiano, funcionário da Secretaria de Estado. "Peço-lhes desculpas porque com esta forte constipação está difícil falar", disse o Papa antes da leitura do texto.

A Virgem Maria visita Santa Isabel,

Depois do espanto e admiração por aquilo que lhe foi anunciado pelo Anjo, Maria levanta-se e põe-se a caminho, como todos os chamados da Bíblia, pois «o único acto com que o homem pode corresponder ao Deus que se revela é o da disponibilidade ilimitada». Esta jovem filha de Israel não decide proteger-se do mundo, não teme os perigos e os julgamentos alheios, mas vai ao encontro dos outros.”

Mas a Virgem também vai ao encontro de Isabel para partilhar a sua fé no Deus do impossível.

O encontro entre as duas mulheres produz um impacto surpreendente: a voz da “cheia de graça” que saúda Isabel provoca a profecia no menino que a idosa traz no ventre e suscita nela uma dupla bênção: «Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre!». E também uma bem-aventurança: «Bem-aventurada sois vós que acreditastes, porque se hão de cumprir as coisas que Senhor vos disse»”.


PAPA FRANCISCO - AUDIÊNCIA GERAL

Sala Paulo VI, Quarta-feira, 5 de Fevereiro de 2025

Ciclo – Jubileu 2025. Jesus Cristo Nossa Esperança.

I. A infância de Jesus.

4. "Bem-aventurada sois vós que acreditastes" (Lc 1, 45). A Visitação e o Magnificat


Estimados irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje contemplamos a beleza de Jesus Cristo, nossa esperança, no mistério da Visitação. A Virgem Maria visita Santa Isabel; mas é sobretudo Jesus, no seio da mãe, que visita o seu povo (cf. Lc 1, 68), como diz Zacarias no seu hino de louvor.

Depois do espanto e admiração por aquilo que lhe foi anunciado pelo Anjo, Maria levanta-se e põe-se a caminho, como todos os chamados da Bíblia, pois «o único acto com que o homem pode corresponder ao Deus que se revela é o da disponibilidade ilimitada» (H.U. von Balthasar, Vocazione, Roma 2002, 29). Esta jovem filha de Israel não decide proteger-se do mundo, não teme os perigos e os julgamentos alheios, mas vai ao encontro dos outros.

Quando alguém se sente amado, experimenta uma força que faz circular o amor; como diz o apóstolo Paulo, «o amor de Cristo constrange-nos» (2 Cor 5, 14), impele-nos, move-nos. Maria sente o impulso do amor e vai ajudar uma mulher que é sua parente, mas é também uma idosa que, depois de longa espera, acolhe uma gravidez inesperada, difícil de enfrentar na sua idade. Mas a Virgem vai ao encontro de Isabel também para partilhar a fé no Deus do impossível e a esperança no cumprimento das suas promessas.

O encontro entre as duas mulheres produz um impacto surpreendente: a voz da “cheia de graça” que saúda Isabel provoca a profecia no menino que a idosa traz no ventre e suscita nela uma dupla bênção: «Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre!» (Lc 1, 42). E também uma bem-aventurança: «Bem-aventurada sois vós que acreditastes, porque se hão de cumprir as coisas que Senhor vos disse» (v. 45).

Perante o reconhecimento da identidade messiânica do seu Filho e da sua missão de mãe, Maria não fala de si mesma, mas de Deus, elevando um louvor cheio de fé, esperança e alegria, um cântico que ressoa todos os dias na Igreja durante a oração das Vésperas: o Magnificat (Lc 1, 46-55).

Este louvor a Deus salvador, que jorra do coração da sua humilde serva, é um memorial solene que resume e cumpre a prece de Israel. Está imbuído de ressonâncias bíblicas, sinal de que Maria não quer cantar “fora do coro”, mas sintonizar-se com os pais, exaltando a sua compaixão pelos humildes, os pequeninos que, na sua pregação, Jesus declarará «bem-aventurados» (cf. Mt 5, 1-12).

A presença maciça do motivo pascal faz do Magnificat também um cântico de redenção, que tem como pano de fundo a memória da libertação de Israel do Egipto. Os verbos estão todos no passado, impregnados de uma memória de amor que acende o presente de fé e ilumina o futuro de esperança: Maria canta a graça do passado, mas é a mulher do presente que no seio traz o futuro.

A primeira parte deste cântico louva a ação de Deus em Maria, microcosmo do povo de Deus que adere plenamente à aliança (vv. 46-50); a segunda dilui-se na obra do Pai no macro-cosmo da história dos seus filhos (vv. 51-55), mediante três palavras-chave: memória - misericórdia - promessa.

O Senhor, que se inclinou sobre a pequena Maria para nela fazer “grandes coisas” e para a tornar mãe do Senhor, começou a salvar o seu povo desde o êxodo, recordando-se da bênção universal prometida a Abraão (cf. Gn 12, 1-3). O Senhor, Deus fiel para sempre, fez fluir uma corrente ininterrupta de amor misericordioso, «de geração em geração» (v. 50) sobre o povo fiel à aliança, e agora manifesta a plenitude da salvação no seu Filho, enviado para salvar o povo dos seus pecados. De Abraão a Jesus Cristo e à comunidade dos crentes, a Páscoa aparece assim como a categoria hermenêutica para compreender todas as libertações posteriores, até à realizada pelo Messias na plenitude dos tempos.

Amados irmãos e irmãs, peçamos hoje ao Senhor a graça de saber esperar o cumprimento de todas as suas promessas; e de nos ajudar a acolher na nossa vida a presença de Maria. Colocando-nos na sua escola, todos nós podemos descobrir que cada alma que crê e espera «concebe e gera o Verbo de Deus» (Santo Ambrósio, Exposição do Evangelho segundo Lucas 2, 26).


Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano


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