O Santo Padre reflectiu
sobre o nascimento de Jesus
e a visita dos pastores
O Papa Francisco, que ainda se recupera de uma bronquite, compartilhou a sua impossibilidade de ler a catequese na Audiência Geral desta Quarta-feira, sendo o texto lido pelo Padre Pierluigi Giroli.
“Caros irmãos e irmãs, bom dia! No nosso percurso jubilar de catequeses sobre Jesus, que é a nossa esperança, hoje detemo-nos no evento do seu nascimento em Belém. Agora tomo a liberdade de pedir ao sacerdote, ao leitor, que continue lendo, porque eu, com a minha bronquite, ainda não posso. Espero que da próxima vez o possa fazer.”
O Filho de Deus entra na história sujeito a inúmeros contratempos, tal como nós. Por causa de um recenseamento, estando ainda no ventre da Virgem Maria, teve de viajar de Nazaré a Belém. Assim, explicam as palavras do Papa, "O Messias há tanto esperado, o Filho do Deus altíssimo, deixa-se contabilizar, isto é, ser contado e recenseado, como qualquer cidadão.". E em Belém completam-se os dias do parto para Maria, onde nasce Jesus.
Os primeiros a visitá-lo foram os pastores,
“Os pastores descobrem que, num lugar extremamente humilde, reservado aos animais, nasce para eles o Messias há tanto esperado, para ser o seu Salvador, o seu Pastor. Uma notícia que abre o seu coração à admiração, ao louvor e ao anúncio jubiloso. «Ao contrário de tanta gente ocupada a fazer muitas outras coisas, os pastores tornam-se as primeiras testemunhas do essencial, isto é, da salvação que nos é oferecida. São os mais humildes e os mais pobres que sabem acolher o acontecimento da Encarnação».”
“Irmãos e irmãs, peçamos também nós a graça de ser, como os pastores, capazes de admiração e louvor diante de Deus, e capazes de preservar o que Ele nos confiou: os talentos, os carismas, a nossa vocação e as pessoas que coloca ao nosso lado. Peçamos ao Senhor para saber vislumbrar na debilidade a força extraordinária do Deus Menino, que vem para renovar o mundo e transformar a nossa vida com o seu desígnio cheio de esperança para toda a humanidade.”
PAPA FRANCISCO - AUDIÊNCIA GERAL
Sala Paulo VI, Quarta-feira, 12 de Fevereiro de 2025
Ciclo – Jubileu 2025.
Jesus Cristo Nossa Esperança. I. A infância de Jesus.
5. "Hoje vos nasceu um Salvador, que é o Cristo Senhor" (Lc 2,11). O nascimento de Jesus e a visita dos pastores
Caríssimos irmãos e irmãs, bom dia!
No nosso percurso jubilar de catequeses sobre Jesus, que é a nossa esperança, meditemos hoje sobre o acontecimento do seu nascimento em Belém.
O Filho de Deus entra na história, fazendo-se nosso companheiro de caminho, e começa a viajar quando ainda está no seio materno. O evangelista Lucas narra-nos que, assim que foi concebido, partiu de Nazaré para a casa de Zacarias e Isabel; e depois, quando a gravidez já terminou, de Nazaré rumo a Belém, para o recenseamento. Maria e José são obrigados a ir para a cidade do rei David, onde também José tinha nascido. O Messias há tanto esperado, o Filho do Deus altíssimo, deixa-se contabilizar, isto é, ser contado e recenseado, como qualquer cidadão. Submete-se ao decreto de um imperador, César Augusto, que se julga senhor de toda a terra.
Lucas insere o nascimento de Jesus num «tempo exactamente datável» e num «ambiente geográfico exactamente indicado», de tal modo que «o universal e o concreto se tocam» (Bento XVI, A infância de Jesus, 2012, 77). Deus, que entra na história, não desarticula as estruturas do mundo, mas quer iluminá-las e recriá-las a partir de dentro.
Belém significa «casa do pão». Foi ali que, para Maria, se cumpriram os dias do parto e foi ali que nasceu Jesus, pão descido do céu para saciar a fome do mundo (cf. Jo 6, 51). O anjo Gabriel tinha anunciado o nascimento do Rei messiânico no sinal da grandeza: «Eis que conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus dar-lhe-á o trono do seu pai David; reinará eternamente na casa de Jacob, e o seu reino não terá fim» (Lc 1, 32-33).
No entanto, Jesus nasce de modo totalmente inédito para um rei. Com efeito, «quando estavam naquele lugar, completaram-se para ela os dias do parto. Deu à luz o seu filho primogénito e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o numa manjedoura, pois para eles não havia lugar na hospedaria» (Lc 2, 6-7). O Filho de Deus não nasce num palácio real, mas na parte de trás de uma casa, no espaço onde estão os animais.
Assim, Lucas mostra-nos que Deus não vem ao mundo com proclamações retumbantes, não se manifesta no clamor, mas inicia o seu caminho na humildade. E quem são as primeiras testemunhas deste acontecimento? São alguns pastores: homens de pouca cultura, malcheirosos devido ao contacto constante com os animais, vivem à margem da sociedade. Contudo, eles exercem a profissão através da qual o próprio Deus se dá a conhecer ao seu povo (cf. Gn 48, 15; 49, 24; Sl 23, 1; 80, 2; Is 40, 11). Deus escolhe-os como destinatários da notícia mais bonita que jamais ressoou na história: «Não tenhais medo: eis que vos anuncio uma boa nova, que será alegria para todo o povo: hoje, na cidade de David, nasceu para vós um Salvador, que é Cristo Senhor. Este será o sinal para vós: encontrareis um recém-nascido envolto em faixas e reclinado numa manjedoura» (Lc 2, 10-12).
O lugar para ir ao encontro do Messias é uma manjedoura. Com efeito, acontece que, depois de tanta espera, «para o Salvador do mundo, para Aquele por quem todas as coisas foram criadas (cf. Cl 1, 16), não há lugar» (Bento XVI, A infância de Jesus, 2012, 80). Assim, os pastores descobrem que, num lugar extremamente humilde, reservado aos animais, nasce para eles o Messias há tanto esperado, para ser o seu Salvador, o seu Pastor. Uma notícia que abre o seu coração à admiração, ao louvor e ao anúncio jubiloso. «Ao contrário de tanta gente ocupada a fazer muitas outras coisas, os pastores tornam-se as primeiras testemunhas do essencial, isto é, da salvação que nos é oferecida. São os mais humildes e os mais pobres que sabem acolher o acontecimento da Encarnação» (Carta apostólica Admirabile signum, 5).
Irmãos e irmãs, peçamos também nós a graça de ser, como os pastores, capazes de admiração e louvor diante de Deus, e capazes de preservar o que Ele nos confiou: os talentos, os carismas, a nossa vocação e as pessoas que coloca ao nosso lado. Peçamos ao Senhor para saber vislumbrar na debilidade a força extraordinária do Deus Menino, que vem para renovar o mundo e transformar a nossa vida com o seu desígnio cheio de esperança para toda a humanidade.
Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano
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