Numa
mensagem dirigida ao Simpósio Internacional sobre a Catequese a
decorrer na Argentina o Papa Francisco traçou o perfil dos
catequistas
Com
data de 5 de Julho de 2017, a mensagem do Santo Padre (de que
reproduzimos grande parte) começa por recordar o exemplo de São
Francisco de Assis que dizia a um dos seus seguidores:
«Irmãos,
quando visitamos os doentes, ajudamos as crianças, e damos de comer
aos pobres, já estamos a pregar».
“Nesta
bela lição está encerrada a vocação e a tarefa do catequista.
Em
primeiro lugar a catequese não é um "trabalho" ou uma
tarefa externa à pessoa do catequista, mas "é"-se
catequista e toda a vida gira em torno desta missão.
Porque
"ser" catequista é uma vocação de serviço na Igreja, o
que se recebeu como dom do Senhor deve por sua vez ser transmitido,
e é por isso que o catequista deve voltar constantemente àquele
primeiro anúncio ou "kerygma", que é o dom que mudou a
sua vida.
É
o anúncio fundamental que deve ressoar sempre na vida do cristão, e
ainda mais naquele que foi chamado a proclamar e ensinar a fé.
Este
anúncio deve acompanhar a fé que está presente na religiosidade do
nosso povo.
É
necessário cuidar de todo o potencial de piedade e amor que envolve
a religiosidade popular para que se transmitam não só os conteúdos
da fé, mas para que também se crie uma verdadeira escola de
formação em que se cultive o dom da fé que se recebeu, de modo que
os actos e as palavras reflictam a graça de ser discípulos de
Jesus.
O
catequista caminha com Cristo e não é uma
pessoa que parte das suas próprias ideias e gostos, mas que se deixa
olhar por Ele, por esse olhar que inflama o coração.
Quanto
mais Jesus tomar o centro das nossas vidas, tanto mais ele nos faz
sair de nós mesmos, descentraliza-nos e torna-nos próximos dos
outros.
Este
dinamismo do amor é como o movimento do coração: "sístole e
diástole”, pois concentra-se para encontrar-se com o Senhor e
imediatamente se abre, saindo de si por amor, para dar testemunho de
Jesus e falar de Jesus, pregar Jesus.
Ele
mesmo dá-nos o exemplo: retirava-se para rezar ao Pai e
imediatamente saia ao encontro dos famintos e sedentos de Deus, para
curá-los e salvá-los.
Daqui
nasce a importância da catequese "mistagógica" que é o
encontro constante com a Palavra e os sacramentos e não algo
meramente ocasional antes da celebração dos sacramentos da
iniciação cristã.
A
vida cristã é um processo de crescimento e integração de todas as
dimensões da pessoa num caminho comunitário de escuta e de
resposta.
O
catequista é também criativo; procura diferentes
meios e formas para anunciar a Cristo.
Os
meios podem ser diferentes, mas o importante é ter presente o estilo
de Jesus, que se adequava às pessoas que tinha diante de si para
aproximá-las do amor de Deus.
É
preciso saber "mudar", adaptar-se, para que a mensagem seja
mais próxima, mesmo quando é sempre a mesma, porque Deus não muda,
mas renova todas as coisas nele.
Na
busca criativa de dar a conhecer Jesus, não devemos ter medo porque
Ele nos precede nesta tarefa.
Ele
já está no homem de hoje, e lá nos espera.
Queridos
catequistas, agradeço-vos por aquilo que fazeis, mas sobretudo
porque caminhais com o Povo de Deus.
Encorajo-vos
a ser alegres mensageiros, guardiões do bem e da beleza que brilham
na vida fiel do discípulo missionário.
Que
Jesus vos abençoe e a Virgem Santa, verdadeira "educadora da
fé", vos cuide.
E
por favor, não vos esqueçais de rezar por mim.”
O
Simpósio Internacional sobre Catequese decorre de 11 a 14 de Julho
na Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Católica
Argentina e tem como tema "Bem-aventurados os que crêem”.
Fontes:
Santa Sé; Rádio Vaticano
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