O
tema da Mensagem do Papa para este 92° Dia Mundial das Missões 2018
é
“Juntamente
com os Jovens, levemos o Evangelho a todos”
A
missão é de Deus na qual somos chamados a cooperar.
O
Mês Missionário tem a sua origem no Dia Mundial das Missões
(penúltimo domingo do mês de Outubro).
A
data foi instituída pelo papa Pio XI em 1926, como um dia de oração
e ofertas em favor da evangelização dos povos.
O
objectivo é incentivar, nas Igrejas locais, a cooperação
missionária.
São
apenas alguns os missionários e missionárias que partem.
Porém,
toda a comunidade tem o dever de participar activamente na missão
universal.
Essa
cooperação realiza-se de três formas:
-
pela oração, sacrifício e testemunho de vida;
-
por meio da ajuda material aos projectos missionários;
-
colocando-se à disposição para servir na missão ad gentes.
As
missões precisam de missionários e missionárias.
Não
podes ir mas podes ajudar!
O
Santo padre aceitou a proposta da Congregação para a Evangelização
dos Povos, de proclamar o mês de Outubro de 2019 como um Mês
Missionário Extraordinário, com objectivo de “despertar, em
medida maior, a consciência da Missão ad gentes e retomar, com novo
impulso, a transformação missionária da vida e da pastoral.”
O
“Mês extraordinário das Missões” tem como tema: “Baptizados
e Enviados: A Igreja de Cristo em missão no mundo”.
Esta
iniciativa, de grande importância eclesial, será composta de
oração, testemunhos e reflexão sobre a centralidade da Missão ad
gentes.
Com
esta iniciativa, o Papa Francisco convida-nos a colocar a Missão ad
gentes no centro das celebrações do 100º aniversário da Carta
Apostólica “Maximum Illud”, do Papa Bento XV.
MENSAGEM
DE SUA SANTIDADE
O
PAPA FRANCISCO
PARA
O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES DE 2018
[21
de Outubro de 2018]
«Juntamente
com os jovens, levemos o Evangelho a todos»
Queridos
jovens, juntamente convosco desejo reflectir sobre a missão que
Jesus nos confiou.
Apesar
de me dirigir a vós, pretendo incluir todos os cristãos, que vivem
na Igreja a aventura da sua existência como filhos de Deus.
O
que me impele a falar a todos, dialogando convosco, é a certeza de
que a fé cristã permanece sempre jovem, quando se abre à missão
que Cristo nos confia.
«A
missão revigora a fé» (Carta
enc. Redemptoris missio,
2): escrevia São João Paulo II, um Papa que tanto amava os jovens
e, a eles, muito se dedicou.
O
Sínodo que celebraremos em Roma no próximo mês de Outubro, mês
missionário, dá-nos oportunidade de entender melhor, à luz da fé,
aquilo que o Senhor Jesus vos quer dizer a vós, jovens, e, através
de vós, às comunidades cristãs.
A
vida é uma missão
Todo
o homem e mulher é uma missão, e esta é a razão pela qual se
encontra a viver na terra.
Ser
atraídos e ser enviados são os dois movimentos que o nosso coração,
sobretudo quando é jovem em idade, sente como forças interiores do
amor que prometem futuro e impelem a nossa existência para a frente.
Ninguém,
como os jovens, sente quanto irrompe a vida e atrai.
Viver
com alegria a própria responsabilidade pelo mundo é um grande
desafio.
Conheço
bem as luzes e as sombras de ser jovem e, se penso na minha juventude
e na minha família, recordo a intensidade da esperança por um
futuro melhor.
O
facto de nos encontrarmos neste mundo sem ser por nossa decisão
faz-nos intuir que há uma iniciativa que nos antecede e faz existir.
Cada
um de nós é chamado a reflectir sobre esta realidade: «Eu sou
uma missão
nesta terra, e para isso estou neste mundo» (Papa Francisco, Exort.
ap. Evangelii gaudium,
273).
Anunciamo-vos
Jesus Cristo
A
Igreja, ao anunciar aquilo que gratuitamente recebeu (cf. Mt
10, 8; At
3, 6), pode partilhar convosco, queridos jovens, o caminho e a
verdade que conduzem ao sentido do viver nesta terra.
Jesus
Cristo, morto e ressuscitado por nós, oferece-Se à nossa liberdade
e desafia-a a procurar, descobrir e anunciar este sentido verdadeiro
e pleno.
Queridos
jovens, não tenhais medo de Cristo e da sua Igreja!
Neles,
está o tesouro que enche a vida de alegria.
Digo-vos
isto por experiência: graças à fé, encontrei o fundamento dos
meus sonhos e a força para os realizar.
Vi
muitos sofrimentos, muita pobreza desfigurar o rosto de tantos irmãos
e irmãs.
E
todavia, para quem está com Jesus, o mal é um desafio a amar cada
vez mais.
Muitos
homens e mulheres, muitos jovens entregaram-se generosamente, às
vezes até ao martírio, por amor do Evangelho ao serviço dos
irmãos.
A
partir da cruz de Jesus, aprendemos a lógica divina da oferta de nós
mesmos (cf. 1 Cor
1, 17-25) como anúncio do Evangelho para a vida do mundo (cf. Jo
3, 16).
Ser
inflamados pelo amor de Cristo consome quem arde e faz crescer,
ilumina e aquece a quem se ama (cf. 2 Cor
5, 14).
Na
escola dos santos, que nos abrem para os vastos horizontes de Deus,
convido-vos a perguntar a vós mesmos em cada circunstância: «Que
faria Cristo no meu lugar?»
Transmitir
a fé até aos últimos confins da terra
Pelo
Baptismo, também vós, jovens, sois membros vivos da Igreja e,
juntos, temos a missão de levar o Evangelho a todos.
Estais
a desabrochar para a vida.
Crescer
na graça da fé, que nos foi transmitida pelos sacramentos da
Igreja, integra-nos num fluxo de gerações de testemunhas, onde a
sabedoria daqueles que têm experiência se torna testemunho e
encorajamento para quem se abre ao futuro.
E,
por sua vez, a novidade dos jovens torna-se apoio e esperança para
aqueles que estão próximo da meta do seu caminho.
Na
convivência das várias idades da vida, a missão da Igreja constrói
pontes intergeracionais, nas quais a fé em Deus e o amor ao próximo
constituem factores de profunda união.
Por
isso, esta transmissão da fé, coração da missão da Igreja,
verifica-se através do «contágio» do amor, onde a alegria e o
entusiasmo expressam o sentido reencontrado e a plenitude da vida.
A
propagação da fé por atracção requer corações abertos,
dilatados pelo amor.
Ao
amor, não se pode colocar limites: forte como a morte é o amor (cf.
Ct
8, 6).
E
tal expansão gera o encontro, o testemunho, o anúncio; gera a
partilha na caridade com todos aqueles que, longe da fé, se mostram
indiferentes e, às vezes, impugnadores e contrários à mesma.
Ambientes
humanos, culturais e religiosos ainda alheios ao Evangelho de Jesus e
à presença sacramental da Igreja constituem as periferias extremas,
os «últimos confins da terra», aos quais, desde a Páscoa de
Jesus, são enviados os seus discípulos missionários, na certeza de
terem sempre com eles o seu Senhor (cf. Mt
28, 20; At 1, 8).
Nisto
consiste o que designamos por missio
ad gentes.
A
periferia mais desolada da humanidade carente de Cristo é a
indiferença à fé ou mesmo o ódio contra a plenitude divina da
vida.
Toda
a pobreza material e espiritual, toda a discriminação de irmãos e
irmãs é sempre consequência da recusa de Deus e do seu amor.
Hoje
para vós, queridos jovens, os últimos confins da terra são muito
relativos e sempre facilmente «navegáveis».
O
mundo digital, as redes sociais, que nos envolvem e entrecruzam,
diluem fronteiras, cancelam margens e distâncias, reduzem as
diferenças.
Tudo
parece estar ao alcance da mão: tudo tão próximo e imediato…
E
todavia, sem o dom que inclua as nossas vidas, poderemos ter miríades
de contactos, mas nunca estaremos imersos numa verdadeira comunhão
de vida.
A
missão até aos últimos confins da terra requer o dom de nós
próprios na vocação que nos foi dada por Aquele que nos colocou
nesta terra (cf. Lc
9, 23-25).
Atrevo-me
a dizer que, para um jovem que quer seguir Cristo, o essencial é a
busca e a adesão à sua vocação.
Testemunhar
o amor
Agradeço
a todas as realidades eclesiais que vos permitem encontrar,
pessoalmente, Cristo vivo na sua Igreja: as paróquias, as
associações, os movimentos, as comunidades religiosas, as mais
variadas expressões de serviço missionário.
Muitos
jovens encontram, no voluntariado missionário, uma forma para servir
os «mais pequenos» (cf. Mt
25, 40), promovendo a dignidade humana e testemunhando a alegria de
amar e ser cristão.
Estas
experiências eclesiais fazem com que a formação de cada um não
seja apenas preparação para o seu bom-êxito profissional, mas
desenvolva e cuide um dom do Senhor para melhor servir aos outros.
Estas
louváveis formas de serviço missionário temporâneo são um começo
fecundo e, no discernimento vocacional, podem ajudar-vos a decidir
pelo dom total de vós mesmos como missionários.
De
corações jovens, nasceram as Pontifícias Obras Missionárias, para
apoiar o anúncio do Evangelho a todos os povos, contribuindo para o
crescimento humano e cultural de muitas populações sedentas de
Verdade.
As
orações e as ajudas materiais, que generosamente são dadas e
distribuídas através das POMs, ajudam a Santa Sé a garantir que,
quantos recebem ajuda para as suas necessidades, possam, por sua vez,
ser capazes de dar testemunho no próprio ambiente.
Ninguém
é tão pobre que não possa dar o que tem e, ainda antes, o que é.
Apraz-me
repetir a exortação que dirigi aos jovens chilenos: «Nunca penses
que não tens nada para dar, ou que não precisas de ninguém. Muita
gente precisa de ti. Pensa nisso! Cada um de vós pense nisto no seu
coração: muita gente precisa de mim» (Encontro
com os jovens, Santiago – Santuário de Maipú,
17/I/2018).
Queridos
jovens, o próximo mês missionário de Outubro, em que terá lugar o
Sínodo a vós dedicado, será mais uma oportunidade para vos
tornardes discípulos missionários cada vez mais apaixonados por
Jesus e pela sua missão até aos últimos confins da terra.
A
Maria, Rainha dos Apóstolos, ao Santos Francisco Xavier e Teresa do
Menino Jesus, ao Beato Paulo Manna, peço que intercedam por todos
nós e sempre nos acompanhem.
Vaticano,
20 de Maio – Solenidade de Pentecostes – de 2018.
FRANCISCO
Fontes:
Santa Sé; Conferência Episcopal Portuguesa; Obras Missionárias
Pontifícias – Portugal; Notícias do Vaticano
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