É
a mão de Jesus através da nossa mão
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O Papa Francisco na catequese de hoje
Depois
da pausa de verão, o Papa Francisco retomou a série de catequeses
sobre os Actos dos Apóstolos, comentando o milagre de Pedro da cura
de um paralítico em nome de Cristo.
A
cura de um paralítico de nascença que agora caminha, anda e louva a
Deus.
“Em
nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda” (At 3,3-6).
O
Papa Francisco recordou que a lei da época impedia de oferecer
sacrifícios a quem tinha algum tipo de deficiência física, em
consequência de alguma culpa, e inclusive impedia o acesso ao Templo
em Jerusalém.
Mas,
como narra o Evangelho, o paralítico, “paradigma de tantos
excluídos e descartados da sociedade, estava ali para pedir a esmola
de todos os dias”, quando os Apóstolos trocaram olhares com ele e
Pedro disse: “Não tenho prata, nem ouro, mas o que tenho, isso te
dou. Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda” (At
3,3-6).
Essa
foi a relação estabelecida entre o paralítico e os Apóstolos, o
mesmo modo em que Deus ama se manifestar, ressaltou o Santo Padre,
“na relação”, sempre no diálogo, com a inspiração do
coração, através de um encontro real entre as pessoas que pode
acontecer só no amor.
Referindo-se
ao Templo, na frente do qual se encontrava o paralítico, o Papa
explicou que o local era, para além de centro religioso, também um
lugar de trocas económicas e financeiras – facto que por diversas
vezes os Profetas e o próprio Jesus se manifestaram contra.
“Mas
quantas vezes penso nisso quando vejo algumas paróquias onde se
pensa que o dinheiro é mais importante que os sacramentos!
Por
favor! Pobre Igreja: peçamos ao Senhor por isso.”
Aquele
mendigo paralítico, encontrando os Apóstolos, não encontrou
dinheiro, mas “o Nome que salva o homem: Jesus Cristo, o Nazareno”.
Pedro
invocou o Seu nome e ordenou o paralítico a levantar-se e andar,
tocou no doente e ajudou-o a ficar em pé.
“E
aqui aparece o retrato da Igreja, que vê quem está em dificuldade,
não fecha os olhos, sabe olhar a humanidade no rosto para criar
relações significativas, pontes de amizade e de solidariedade no
lugar de barreiras.
Aparece
o rosto de ‘uma Igreja sem fronteiras que se sente mãe de todos’
(Evangelii gaudium, 210), que sabe pegar na mão e acompanhar para
levantar-se – não para condenar.
Jesus
sempre pega a mão, sempre procura levantar, fazendo com que as
pessoas se curem, que sejam felizes, que encontrem Deus.”
Os
Apóstolos Pedro e João ensinam-nos a confiar na “verdadeira
riqueza que é a relação com Jesus”, afirmou o Papa.
Uma
tarefa que também cabe a nós, acrescentou o santo Padre, ao
finalizar a catequese de hoje:
“E
nós, cada um de nós, o que temos?
Qual
é a nossa riqueza, o nosso tesouro?
Com
que coisa podemos tornar ricos os outros?
Peçamos
ao Pai o dom de uma memória agradecida ao recordar os benefícios do
seu amor na nossa, para dar a todos o testemunho de louvor e
reconhecimento.
Não
esqueçamos: sempre a mão estendida para ajudar o outro a erguer-se;
é a mão de Jesus que, através da nossa mão, ajuda os outros a
levantarem-se.”
Resumo
da catequese de hoje:
O
livro dos Actos dos Apóstolos mostra como o anúncio do Evangelho é
confirmado pelos milagres e sinais que o acompanham.
O
primeiro deles é a cura dum paralítico de nascença que, todos os
dias, era colocado à porta do Templo de Jerusalém para pedir
esmola.
Um
dia, pelas três da tarde, Pedro e João sobem ao Templo e seus olhos
cruzam-se com o olhar daquele mendicante que pede uma esmola.
Os
apóstolos acolhem aquele olhar, aceitam um encontro real com aquele
homem enfermo, activam uma relação: «Dinheiro, não temos! Mas
damos-te o que temos: “Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te
e anda!” E ele de um salto, pôs-se de pé e começou a andar».
Encontrando
os Apóstolos, o mendicante não encontra dinheiro, mas o Nome que
salva: Jesus Cristo Nazareno.
Pedro
e João ensinam-nos a confiar, não nos meios materiais – sem
dúvida, necessários –, mas na verdadeira riqueza que é a relação
com Jesus ressuscitado.
De
facto, como dirá o apóstolo Paulo, «somos tidos (…) por pobres,
nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo
possuindo» (2 Cor 6, 10).
O
nosso tudo é o Evangelho, que manifesta o poder do nome de Jesus que
realiza prodígios.
Prova
disto é o paralítico curado: agora caminha, salta e louva a Deus.
Pode
viver celebrando o Amor de Deus que o criou para a vida e a alegria.
Fontes:
Santa Sé; Notícias do Vaticano
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