A
catequese de hoje foi sem a presença de fiéis e sem abraços
Realizou-se
na
Biblioteca do Palácio Apostólico
com
transmissão em directo
pelo portal do Vatican
News
O
Papa
Francisco
deu continuidade ao ciclo sobre as Bem-aventuranças
meditando
sobre a quarta: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque serão saciados”
Fome
e sede são necessidades primárias, dizem respeito à sobrevivência.
Mas
fome e sede de justiça falam de outra exigência vital e não se
trata de vingança.
“Certamente,
as injustiças ferem a humanidade; a sociedade humana tem urgência
de equidade, de verdade e de justiça social; recordam que o mal
sofrido pelas mulheres e pelos homens do mundo chega até o coração
do Pai. Qual pai não sofreria pela dor dos seus filhos?”
Mas
a fome e a sede de justiça de que fala o Senhor, prosseguiu o Papa,
é ainda mais profunda do que a legítima necessidade de justiça
humana que todo homem carrega em seu coração.
No
próprio “sermão da montanha”, Jesus fala de uma justiça maior
do que o direito humano, dizendo: “Porque vos digo que, se a vossa
justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum
entrareis no reino dos céus” (Mt 5,20).
É
a justiça que vem de Deus (cfr 1 Cor 1,30).
Nas
Escrituras, há uma sede ainda mais profunda do que aquela física.
Como
diz o Salmo 63, a nossa alma tem sede de Deus, como terra deserta,
árida, sem água.
Santo
Agostinho expressou o que significa esse desejo, quando afirmou que o
nosso coração permanece inquieto até repousar em Deus.
“Em
todo coração, até mesmo na pessoa mais corrupta e distante do bem,
está escondido um anseio rumo à luz, mesmo se sob os escombros de
enganos e erros, há sempre a sede de verdade e de bem, que é a sede
de Deus.
É
o Espírito Santo que suscita esta sede.”
Por
isso a Igreja é enviada a anunciar a todos a Palavra de Deus, porque
o Evangelho de Jesus Cristo é a maior justiça que se possa oferecer
ao coração da humanidade, que é uma sua necessidade vital, mesmo
que não perceba.
Nesta
Bem-aventurança, Jesus anuncia que há uma sede que não será
desiludida, porque corresponde ao coração próprio de Deus e à
semente que o Espírito Santo semeou em nossos corações, concluindo
o Papa Francisco:
"Que
o Senhor nos dê esta graça, de ter esta sede de justiça, que é a
vontade de encontrar, de ver Deus e de fazer o bem aos outros."
Fonte:
Notícias do Vaticano
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