Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

sábado, 8 de maio de 2021

FAZ AMANHÃ UM ANO QUE MORREU O DR. JOSÉ MANUEL GUIMARÃES




Destacamos a data porque antes de abandonar a vida sacerdotal foi pároco de São Cristóvão do Muro

   


Foi num lindo dia do Outono de 1966 que o Padre Guimarães deu entrada na Paróquia do Muro com a missão de também apoiar o Padre Moreira na Paróquia de Alvarelhos. Recordamos de memória as palavras de boas-vindas proferidas pelo Professor Roboredo:

“Nesta tarde de Outono que mais se assemelha a uma manhã primaveril...”


Recordamos a sua capacidade em constituir e acompanhar grupos para a dinamização de actividades pastorais ou sociais.

Da sua acção pastoral destacamos o acompanhamento e dinamização da Acção Católica de jovens – a JAC/JARC; os Encontros de Noivos como preparação para o matrimónio; os Grupos de Casais.

Das actividades desenvolvidas no Salão Paroquial realçamos a continuação da encenação de peças de Teatro e a realização de espectáculos diversos – lembramos a nossa versão do Zip-Zip; as Sessões de Cinema aos Sábados à noite e tardes de Domingo – por vezes também com projecções no Salão Paroquial de Bougado; as consultas médicas semanais pelo Dr. Couto Reis no consultório do Salão; a criação de uma biblioteca aberta aos Domingos depois da 2.ª Missa para cedência de livros; os encontros informais nas noites de Sexta-feira para “ver televisão” ou jogar matraquilhos – a propósito da televisão, lembram-se que foi com o Padre Guimarães que assistirmos, noite dentro, à chegada do homem à Lua?.

Também o acompanhamento e participação nos Dias da Amizade da JAC e as idas do grupo de jovens para a Praia da Areia em Árvore – outra memória, lembram-se quem na praia, aos saltos, gritava: “Morreu o Salazar! Morreu o Salazar!”, assim soubemos da morte do antigo Presidente do Conselho.

Um destaque especial merece a Telescola - foi sua a iniciativa da criação de um Posto de Telescola no Muro. Adquiridas as mesas e cadeiras, começou por funcionar no átrio do Salão, ele próprio foi monitor com os professores Hermínia e Roboredo. Mais tarde transitou para os pavilhões construídos junto à Escola Primária. Para muitos jovens do Muro e das freguesias vizinhas este foi a única oportunidade de prosseguirem os estudos para além da 4.ª Classe.

Também não podemos esquecer o Campo de Jogos. Obter do Sr. Arnaldo Gonçalves a oferta do terreno e constituir um grupo que transformasse uma bouça num Campo, ainda que de terra batida, para jogar Futebol de Salão – limpar e regularizar o terreno retirando os canhotos; aplicar a rede de vedação do lado da linha do comboio e quintal do Sr. Vilaça; e construir os balneários. Um bem patrimonial da Paróquia que posteriormente outros deram continuidade com a vedação completa, piso de betão e melhorias nos balneários.

Após abandonar a vida sacerdotal licenciou-se em Filosofia, foi Professor na Escola Abel Salazar de São Mamede de Infesta e constituiu família.

Recordamos o entusiasmo com que o Dr. Guimarães se referia às duas netas que apesar de estarem do outro lado da Terra as novas tecnologias permitiam um contacto quase diário – em particular a sua alegria quando em Setembro de 2019 pôde ter no colo a neta mais nova.


Esta manhã, na igreja velha de Ramalde, condiscípulos seus e membros do Coro Gregoriano participaram na Eucaristia em seu sufrágio presidida por D. Januário Torgal Ferreira.

Na nossa paróquia vamos sufragar a sua alma na Eucaristia de amanhã dia 9 de Maio, data em que se completa um ano da sua morte.


 






2 comentários:

  1. Ao ler o blog da Paróquia de S. Cristóvão do Muro deparei com as referências à obra do Dr. José Guimarães (JG), quando celebramos o primeiro aniversário do seu falecimento, vindo-me à memória uma frase bem conhecida: “um povo sem memória é um povo sem história”.
    Por isso, estiveram bem os responsáveis por aquela publicação ao recordar várias iniciativas do então pároco a quem a comunidade murense, e não só, muito deve.
    De facto, JG deixou marcas indeléveis em S. Cristóvão do Muro mas também em Santa Maria de Alvarelhos, comunidade paroquial a que também presidiu. Recordemos algumas:
    Implementação do conselho paroquial, constituído por representantes de todos os lugares, eleitos pelos respectivos moradores, a que não faltou a representação da juventude eleita pelos seus pares.
    Este Órgão, assim criado, passou a analisar as várias necessidades da comunidade e a sugerir as várias medidas então implementadas, de que destacaremos:
    A reforma da igreja feita sob orientação de técnicos especializados, acreditados junto da nossa diocese, pese embora as várias iniciativas descaracterizadoras, bem visíveis, que sofreu nos anos seguintes;
    O fim da comissão de festas da sua maior romaria, de características dinásticas, e a sua substituição por nova, com limite temporal e organização mais transparente;
    A entrega da administração dos bens temporais a uma comissão que passou a assumir a gestão dos recursos e a responsabilizar-se pelos gastos, nos quais se incluía uma verba mensal destinada ao pároco.
    Enfim: um pastor dinâmico, responsável e responsabilizante. Um líder carismático.

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  2. Muito obrigado pelo comentário, por deixar aqui o registo, como diz, das marcas indeléveis que também deixou na comunidade paroquial de Santa Maria de Alvarelhos.

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