Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

VIAGEM APOSTÓLICA AO BARÉM

 



Sexta-feira dia 4Nov


Segundo dia da Viagem

   


Destaques do 2º dia da Viagem Apostólica ao Barém:



O primeiro compromisso da manhã desta Sexta-feira (04/11) do Papa Francisco no Barém foi a participação no Encerramento do Fórum “Oriente e Ocidente em prol da Coexistência Humana”.

O Santo Padre iniciou seu discurso recordando que a terra vista do alto apresenta-se como um vasto mar azul, que liga margens distintas. “Do céu”, disse o Papa, “parece recordar-nos que somos uma família: não ilhas, mas um único grande arquipélago. Em seguida recordou que contudo, vivemos tempos em que uma humanidade, interligada como nunca, se apresenta bem mais dividida do que unida.

Assim, continuou o Papa Francisco, “queria delinear três desafios, que sobressaem do Documento sobre a Fraternidade Humana e da Declaração do Reino do Barém e sobre os quais se reflectiu nestes dias. Dizem respeito à oração, à educação e à acção.

Por isso mesmo a oração, a abertura do coração ao Altíssimo, é fundamental para nos purificar do egoísmo, do isolamento, da auto-referencialidade, das falsidades e da injustiça”.

Se o desafio da oração tem a ver com o coração, o segundo desafio – a educação – diz respeito essencialmente à mente do homem” afirmou o Papa, descrevendo três urgências educativas:

Em primeiro lugar, o reconhecimento da mulher na esfera pública: reconhecer o seu direito ‘à instrução, ao trabalho, ao exercício dos seus direitos políticos’.

Em segundo “‘a tutela dos direitos fundamentais das crianças’, para que cresçam instruídas, assistidas, acompanhadas, não condenadas a viver nos mordimentos da fome e nos remordimentos da violência”.

Em terceiro lugar, “a educação para a cidadania, para viver juntos, no respeito e na legalidade. E, em particular, a importância do ‘conceito de cidadania’, que ‘se baseia na igualdade dos direitos e dos deveres’”.

Por fim falou sobre o último dos três desafios: “aquele que diz respeito à acção – poder-se-ia dizer –, às forças do homem. A Declaração do Reino do Barém ensina que, ‘quando se prega ódio, violência e discórdia, profana-se o nome de Deus’”. “Com efeito”, concluiu o Papa, “não basta dizer que uma religião é pacífica, é preciso condenar e isolar os violentos que abusam do seu nome. E não basta sequer distanciar-se da intolerância e do extremismo, é preciso agir em sentido contrário”. E disse com firmeza:

Por isso, é necessário interromper o apoio aos movimentos terroristas através do fornecimento de dinheiro, de armas, de planos ou justificações e também da cobertura mediática, e considerar tudo isto como crimes internacionais que ameaçam a segurança e a paz mundial. É preciso condenar tal terrorismo em todas as suas formas e manifestações”.

Concluindo, disse:

O homem religioso, o homem de paz, opõe-se também à corrida ao rearmamento, aos negócios da guerra, ao mercado da morte”.



Durante a tarde o Papa Francisco encontrou-se com os membros do Conselho Muçulmano de Anciãos, na Mesquita do Palácio Real Sakhir. A palavra "paz" norteou o discurso do Papa - "o Deus da paz nunca conduz à guerra, nunca incita ao ódio, nunca apoia a violência".

"A paz não pode ser apenas proclamada, deve ser enraizada. E isto é possível removendo as desigualdades e as discriminações, que geram instabilidade e hostilidade".

O Papa Francisco convidou a pensar, "nas várias pessoas que são obrigadas a migrar da sua terra por causa de conflitos alimentados pela compra a preços acessíveis de armamentos já sem validade, para acabar depois identificadas e rejeitadas em outras fronteiras através de equipamentos militares cada vez mais sofisticados. E, assim, a esperança é morta duas vezes!”.



Após o encontro com o Conselho Muçulmano de Anciãos, na Mesquita do Palácio Real Sakhir, o Papa Francisco se dirigiu para a Catedral de Nossa Senhora da Arábia, em Awali, onde se realizou o Encontro Ecuménico e Oração pela Paz. Na sua alocução, o Santo Padre recordou a passagem dos Actos dos Apóstolos que diz que, em Jerusalém, no dia de Pentecostes, cada um ouvia os discípulos falarem das maravilhas de Deus em sua própria língua.

Infelizmente, com as nossas dilacerações, ferimos o corpo santo do Senhor, mas o Espírito Santo, que une todos os membros, é maior do que as nossas divisões carnais. Por isso é justo afirmar que, quanto nos une, supera em muito quanto nos divide e que, quanto mais caminharmos segundo o Espírito, tanto mais seremos levados a desejar e, com a ajuda de Deus, a restabelecer a plena unidade entre nós.”

Depois da unidade na diversidade, o Papa passou ao segundo elemento: o testemunho de vida. No dia de Pentecostes, os discípulos se abrem, saem do Cenáculo e vão a todos os lugares do mundo. "Jerusalém, que parecia o seu ponto de chegada, torna-se o ponto de partida de uma aventura extraordinária", sublinhou o Papa Francisco, reiterando que "o nosso anúncio não é tanto um discurso feito de palavras, mas um testemunho a ser mostrado com os factos; a fé não é um privilégio a ser reivindicado, mas um dom a ser partilhado".

O facto de estar aqui, no Barém, permitiu a muitos de vós voltar a descobrir e praticar a genuína simplicidade da caridade: penso na assistência aos irmãos e irmãs que chegam, numa presença cristã que com humildade quotidiana testemunha, nos locais de trabalho, compreensão e paciência, alegria e mansidão, benevolência e espírito de diálogo. Numa palavra: Paz.”




Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano


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