Foi esta Sexta-feira 24 de Maio
no âmbito da visita ad Limina
Foram duas horas de audiência, como referiu o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) D. José Ornelas, realizada no estilo inaugurado pelo Papa Francisco: um diálogo franco e sincero sobre os desafios eclesiais e sociais que os bispos enfrentam em suas dioceses.
"Uma coisa muito bonita, logo à chegada, foi a mudança de paradigma e de estilo, que reflecte aquilo que nós estamos a viver como uma Igreja sinodal. Normalmente, o encontro começava com um discurso oficial do presidente da Conferência, seguido de um discurso do Papa e depois havia um espaço para perguntas e respostas. Hoje, estávamos todos sentados em círculo com o Papa e ele começou: "Digam vocês, o que é que querem falar? O que é que querem dizer, sugerir, perguntar...". Foram duas horas quase de encontro. E isto foi a grande, a grande mensagem que passou ao longo deste deste diálogo todo, em que percorremos os assuntos da Igreja portuguesa, as preocupações dele também em relação ao mundo, em relação à Igreja e que a todos nos enriqueceu e em alguns pontos penso que vai dar o seu fruto também para nós."
No encontro não faltaram memórias da JMJ Lisboa 2023, e o grande tema dos jovens em geral, ocasião para o Papa recordar que,
“Não se trata simplesmente de pedir coisas para os jovens fazerem, mas de pôr os jovens a fazê-las e a participar, por dentro”.
Outro tema em debate foi a migração,
“Vós sois um povo que foi emigrante e foi criando mundos novos e agora vocês têm de acolhê-los, e acolhê-los bem, porque o mundo onde vivemos é um mundo de migração constante – todos somos migrantes, e temos de aprender a acolher-nos uns aos outros”.
Sendo Portugal também um país de fraca natalidade, o Santo Padre recomendou:
“Vocês precisam dos migrantes e os migrantes precisam de vocês - acolham-nos bem, integrem-nos bem e formem-nos bem e vivam juntos, para criar um futuro melhor para todos”.
Outros assuntos importantes foram tratados como, por exemplo, o tema dos abusos, a missão da Igreja e a situação onde nos encontramos em termos dos desafios que a sociedade tem, pois, a Igreja não vive para si mesma. Como enfatizou D. José:
“A Igreja não vive para si, a Igreja vive no mundo, no mundo com dificuldades, mas no mundo também com perspectivas novas”.
A visita “ad limina Apostolorum”, que significa no limiar, na entrada (das basílicas) dos apóstolos (Pedro e Paulo), é uma visita dos bispos diocesanos aos túmulos dos Apóstolos, na Diocese de Roma, a primeira de todas as Dioceses do mundo e onde está a Sé de Pedro, com quem se encontram na pessoa do Santo Padre.
A visita é feita com periodicidade quinquenal, ou seja, obrigatória a cada cinco anos. Evidentemente que isso depende muito da época e dos compromissos do Papa e do número de Bispos Católicos.
Desde tempos remotos era costume que os bispos fizessem esta visita periódica ao Papa, em Roma. O carácter obrigatório das visitas foi expresso sob o Pontificado de Pascoal II (1099) e principalmente em decretos de Inocêncio III (1160). O ritmo actual das visitas foi decretado pelo Papa São Pio X que, em Dezembro de 1909, já pedia que os Bispos enviassem junto com a visita um relatório completo sobre o estado de suas dioceses.
Essa obrigatoriedade é contemplada hoje no Código de Direito Canónico e a periodicidade começou em 1911.
Embora a obrigação da visita seja dos bispos titulares, estes, em geral, são acompanhados pelos auxiliares.
Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano
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