Para
além da escravidão do lucro a qualquer preço, é intolerável o
«escândalo» da fome num mundo onde um terço da produção
alimentar «está indisponível devido às perdas e aos desperdícios
cada vez maiores».
O
Dia Mundial da Alimentação coloca-nos perante um dos mais sérios
desafios para a humanidade: a trágica condição na quais ainda
vivem milhões de pessoas famintas e subnutridas, incluindo muitas
crianças. Assume uma maior gravidade num tempo como o nosso, marcado
por um progresso sem precedentes em vários campos da ciência e por
uma crescente possibilidade de comunicação.
Inicia
assim o Santo Padre a mensagem enviada ao Director Geral da FAO, José
Graziano da Silva, por ocasião do Dia Mundial da Alimentação.
E
prossegue:
Ninguém
seja forçado a deixar sua terra e seu ambiente cultural por falta de
meios essenciais de subsistência!
[...]
Algo
precisa mudar em nós mesmos, nas nossas mentes, na nossa sociedade.
O
que podemos fazer? Acho que um passo importante é quebrar, com
decisão, as barreiras do individualismo, do fechar-se em si mesmo, da
escravidão do lucro a todo custo e isso não só na dinâmica das
relações humanas, mas também na dinâmica económica e financeira
global.
Sobre
o
desperdício de alimentos – destino de quase um terço da produção
alimentar mundial, afirmou:
Mas
o desperdício de alimentos é um dos frutos da "cultura do
descartável"
que muitas vezes leva a sacrificar homens e mulheres aos ídolos do
lucro e do consumo; um triste sinal da "globalização da
indiferença ", que nos torna lentamente a "acostumar-nos"
com o sofrimento dos outros, como que fosse normal.
E,
no que de refere ao papel da família:
Desta
(da família), que é a primeira
comunidade educativa, aprende-se a ter cuidado com o outro, com o bem
do outro, a amar a harmonia da criação e a desfrutar e compartilhar
os seus frutos, favorecendo um consumo racional, equilibrado e
sustentável.
Apoiar
e proteger a família para que eduque para a solidariedade e o
respeito, é um passo decisivo para caminhar rumo a uma sociedade
mais justa e humana.
Fontes:
Santa Sé e L'Osservatore Romano
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