Dia
13 de Dezembro, Memória de Santa Luzia, virgem e mártir
Na
nossa paróquia celebramos hoje, na Eucaristia das 17H00 a
realizar na Capela de São Pantaleão, a memória de Santa Luzia.
Considerada
advogada dos olhos é representada na iconografia com uma taça com
dois olhos e a palma de mártir.
Ainda
que seja São Tomé o patrono dos pedreiros e canteiros, têm estes
artífices profunda devoção a Santa Luzia, demonstrada pelos mais
velhos com o facto de não trabalharem neste dia.
Recordamos
o risco para os olhos que os trabalhos destas profissões
representam, agravados pelo facto de serem executados sem qualquer
tipo de protecção. Felizmente que nos dias de hoje, face à
legislação no âmbito da segurança no trabalho, isso já não é
tão frequente.
Santa
Luzia é uma das vítimas da perseguição aos cristãos no tempo de
imperador Dioclesiano e terá sido martirizada por ordem do cônsul
Pascácio a 13 de Dezembro
do ano 304.
Do
Martirológio Romano de 1748, consta:
Aos
13 de Dezembro, …
Em
Saragoça da Sicília, dia de Santa Luzia Virgem, e Mártir, na
perseguição de Dioclesiano; à qual, querendo os ministros da
desonestidade, por ordem do Cônsul Pascácio, levá-la à casa das
mulheres públicas, para ser ofendida do povo sua virginal pureza,
não lhes foi possível abalá-la do lugar, em que estava, por mais
que com cordas, e muitas juntas de bois a pretenderam mover; logo
vencendo pez, resina, e azeite fervendo, do que não recebeu lesão
alguma, consumou finalmente o seu martírio, passada a garganta aos
fios da espada; mas a sua festa se celebra no dia seguinte.
Aos
14 de Dezembro,
A
Festa de Santa Luzia, Virgem, e Mártir, de quem se fez menção no
dia antecedente.
Face
ao pedido pela Constituição do II Concílio Ecuménico do Vaticano
sobre a Sagrada Liturgia «Sacrosanctum Concilium» (4-12-1963)
– que «as paixões ou vidas dos Santos sejam restituídas à
verdade histórica», no actual Martirológio Romano de 2013 já
consta:
13
de Dezembro,
Memória
de Santa Luzia († 304/305), virgem e mártir, que durante a sua
vida conservou a lâmpada acesa para ir ao encontro do Esposo e,
conduzida ao martírio por amor de Cristo em Siracusa, na Sicília,
mereceu entrar com Ele nas núpcias do Céu e possuir a luz que não
tem ocaso.
Quanto
às lendas, com a devida reserva quanto à sua verdade histórica,
reproduzimos a apresentada pelo Evangelho Quotidiano:
Santa
Luzia, como se lê nas Actas, pertencia a uma família rica de
Siracusa.
A
mãe dela, Eutíquie, ficou viúva e havia prometido dar a filha como
esposa a um jovem concidadão.
Luzia,
que tinha feito voto de se conservar virgem por amor a Cristo, obteve
que as núpcias fossem adiadas, também porque a mãe foi atingida
por uma grave doença.
Devota
de Santa Águeda, a mártir de Catânia, que vivera meio século
antes, Luzia quis levar a mãe enferma em visita ao túmulo da Santa.
Desta
peregrinação a mulher voltou perfeitamente curada e por isso
concordou com a filha, dando-lhe licença para seguir a vida que
havia escolhido; consentiu também que ela distribuísse aos pobres
da cidade os bens do seu rico dote.
O
noivo rejeitado vingou-se acusando Luzia de ser cristã ao procônsul
Pascásio.
Ameaçada
de ser exposta ao prostíbulo para que se contaminasse, Luzia deu ao
procônsul uma sábia resposta: "O corpo contamina-se se a alma
consente."
O
procônsul quis passar das ameaças aos factos, mas o corpo de Luzia
ficou tão pesado que dezenas de homens não conseguiram carregá-lo
sequer um palmo.
Um
golpe de espada pôs fim a uma longa série de sofrimentos, mas mesmo
a morrer, a jovem continuou a exortar os fiéis a antepôr os deveres
para com Deus àqueles para com as criaturas, até que os
companheiros de fé, que faziam um círculo em volta dela, selaram o
seu comovente testemunho com a palavra: Amén.
Testemunham-lhe
a antiga devoção, que se difundiu muito rapidamente não só no
Ocidente, mas também no Oriente.
O
episódio da cegueira, ao qual ordinariamente chamam a atenção as
imagens de Santa Luzia, está provavelmente vinculado ao nome: Luzia
(Lúcia em castelhano) derivada de lux (= luz), elemento
indissolúvel unido não só ao sentido da vista, mas também à
faculdade espiritual de captar a realidade sobrenatural.
Por
este motivo Dante Alighieri, na Divina Comédia, atribui a Santa
Lúcia ou Luzia a função de graça iluminadora.
Fontes:
Martirológio Romano de 1748 e de 2013, Evangelho Quotidiano
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