Mais
precisamente o dia 12 de Dezembro de 1499, o dia em que por vontade
de Bispo D. Diogo de Sousa as relíquias de São Pantaleão foram trasladadas, em
solene procissão, da Igreja de S. Pedro de Miragaia para a Sé
Segundo
a tradição medieval, teriam sido os “arménios”, quando a
cidade de Constantinopla foi invadida pelos turcos em 1453, que
trouxeram por mar as relíquias do santo, deixando-as em São Pedro
de Miragaia.
Por
essa época, de meados do século XV ao finais do XVI, registaram-se
cerca de 24 surtos epidémicos no Porto o que certamente contribuiu
para a grande devoção a São Pantaleão – médico e
antipestífero, ao ponto de o Bispo do Porto D. Diogo de Sousa ter promovido a
alteração do padroeiro da cidade de S. Vicente para S. Pantaleão,
com a aprovação do Papa Alexandre VI.
O
que consta do Martirológio Romano de 1748:
Aos
12 de Dezembro:
Na
cidade do Porto, a Trasladação do corpo de S. Pantaleão Mártir,
Padroeiro da mesma Cidade, o qual estando primeiramente na Igreja
Paroquial de S. Pedro de Miragaia, foi levado para a Catedral; cuja
memória se celebra neste dia.
O
próprio rei D. João II que esteve entre Dezembro de 1483 e Janeiro
de 1484, viria a determinar no seu testamento de 1495: “…
queria que se acabasse a sepultura de S. Pantaleão do Porto na forma
e maneira que os Cónegos da sé têm algumas cartas que segundo a
minha lembrança havia de ser a sepultura de comprido até sete
palmos […] e havia de ter imagens dos seus martírios…”.
O
destino das relíquias acabou por ter outros destinos que não os
estipulados por D. João II.
(posteriormente,
procuraremos abordar o destino das relíquias de São Pantaleão)
A
festa a S. Pantaleão, no Porto, manteve-se pujante até aos inícios
do século XIX, acabando em 1910.
Em
1949 ainda houve uma tentativa de retorno, com a iniciativa de uma
procissão da Catedral.
Posteriormente,
invocando-se o facto de S. Pantaleão ser "quase desconhecido na
cidade", a partir de 1964 a Diocese do Porto acabou por
substituiu o mártir como padroeiro da cidade por Nossa Senhora da
Assunção.
Em
1981, a Congregação para os Sacramentos e o Culto Divino, da Santa
Sé,
aprovou o próprio litúrgico da Diocese do Porto, incluindo a
Memória obrigatória de S. Pantaleão a 27 de Julho.
É
nesse dia que na nossa paróquia celebramos a memória do culto a São
Pantaleão.
O que consta do
Martirológio Romano, Secretariado Nacional de Liturgia, 2013:
27
de Julho,
Em
Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia, São Pantaleão ou
Pantalaimão, († c. 305), mártir, venerado no Oriente por ter
exercitado a profissão de medicina sem receber recompensa alguma
pelo seu trabalho.
Fontes:
Martirológio Romano de 1748, Martirológio Romano de 2013, D. Manuel
Clemente, Secretariado Diocesano de Liturgia da Diocese do Porto,
Museu Nacional
de Soares dos Reis
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