Depois
das reflexões sobre a esperança cristã à luz do Antigo
Testamento, a catequese de hoje do Papa Francisco foi a partir de um
trecho do Novo Testamento
O
Papa Francisco comentou o trecho da primeira carta de São Paulo aos
Tessalonicenses (5, 4-11) sobre o tema da morte, para reafirmar com
vigor que «também a nossa ressurreição e a dos nossos saudosos
entes queridos não é algo que poderá verificar-se ou não, mas é
uma realidade certa, enquanto radicada» na ressurreição de Cristo.
Quando
o Apóstolo Paulo escreveu esta carta, a comunidade de Tessalónica,
uma pequena comunidade, bastante jovem, tinha sido apenas fundada e
não obstante enfrentar diversas dificuldades, conseguiu permanecer
radicada na fé e a celebrar com entusiasmo e alegria, a ressurreição
do Senhor Jesus.
De
facto, as dificuldades experimentadas por esta pequena comunidade,
não eram tanto ligadas ao facto de reconhecer a ressurreição de
Jesus, mas em acreditar na ressurreição dos mortos.
Neste
sentido, disse o Santo Padre, esta carta do Apóstolo Paulo aos
Tessalonicenses, revela também uma particular actualidade nos nossos
dias.
“Todas
as vezes que nos encontramos diante da nossa morte, ou perante a
morte de uma pessoa querida, sentimos que a nossa fé é posta à
prova.
Emergem
todas as dúvidas, toda a nossa fragilidade e nos perguntamos:
realmente haverá a vida depois da morte?
Poderei
ainda ver e re-abraçar as pessoas que amei?
Também
nós, no contexto actual, temos necessidade de regressar à raiz e
aos fundamentos da nossa fé, por forma a tomar consciência de
quanto Deus realizou para nós em Jesus Cristo e o que significa a
nossa morte.
Todos
nós, de facto, temos medo da morte por causa desta incerteza.
E
é precisamente aqui, que nos vem em ajuda, a palavra do Apóstolo
Paulo ”.
O
Apostolo Paulo, observou o Papa, perante os temores e as
perplexidades da comunidade de Tessalónica, convida a manter-se
segura sobre a cabeça como um cimo, sobretudo nas provas e nos
momentos mais difíceis da nossa vida, a esperança da salvação.
Eis,
sublinha o Pontífice, o que é a esperança.
“Esperar
significa aprender a viver na espera e encontrar a vida.
Quando
uma mulher descobre que está grávida, todos os dias aprende a viver
na espera de ver o olhar daquela criança que virá.
Também
nós devemos aprender essas esperas humanas e viver na espera de ver
o Senhor, de encontrá-Lo.
Isso
não é fácil, mas aprende-se: viver na espera.”
Isso,
porém – prosseguiu o Papa Francisco – implica um coração
humilde, pobre.
Somente
um pobre sabe esperar.
Quem
já é pleno de si e dos seus pertences, não sabe depositar a
própria confiança em ninguém a não ser em si mesmo.
O
Papa concluiu com uma expressão de São Paulo que o impressiona:
“E
assim, estaremos para sempre com o Senhor”.
Resumo
da catequese do Papa:
A
virtude da esperança recebe uma luz particular no Novo Testamento a
partir da novidade representada por Jesus Cristo.
Temos
um exemplo disso na Primeira Carta aos Tessalonicenses.
Aquela
jovem comunidade, que celebrava de modo entusiasta a sua fé na
vitória de Cristo sobre a morte, encontrava dificuldade para crer na
ressurreição dos mortos.
Trata-se
de uma questão actual.
Também
muitos de nós, diante da realidade da morte, nos debatemos com a
dúvida quanto à existência de uma vida após a morte.
Frente
a este temor e perplexidade, São Paulo instava os fiéis de
Tessalônica a manterem firmes como um capacete a esperança da
salvação.
Isso
significa que, para os cristãos, a esperança não é como o desejo
de algo que pode ou não se realizar, mas, ao contrário, é uma
expectativa de algo que já se cumpriu e que certamente se realizará
para cada um de nós.
Esperar,
portanto, significa aprender a viver na expectativa, com um coração
pobre e humilde, de alguém que não deposita a sua confiança nos
seus próprios bens e capacidades, mas em Deus que ressuscitou Jesus
dos mortos e há-de fazer-nos partícipes dessa Ressurreição.
Fontes:
Santa Sé; Rádio Vaticano; L'Osservatore Romano
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