Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

sábado, 1 de dezembro de 2018

INTENÇÃO DE ORAÇÃO DO PAPA PARA O MÊS DE DEZEMBRO




INTENÇÃO DE ORAÇÃO PELA EVANGELIZAÇÃO:
Ao serviço da transmissão da fé
   
   
Intenção de oração pela evangelização:
Para que pessoas comprometidas com o serviço da transmissão da fé encontrem uma linguagem adaptada aos nossos dias no diálogo com as culturas.



41. […] As enormes e rápidas mudanças culturais exigem que prestemos constante atenção ao tentar exprimir as verdades de sempre numa linguagem que permita reconhecer a sua permanente novidade; é que, no depósito da doutrina cristã, «uma coisa é a substância (...) e outra é a formulação que a reveste».
Por vezes, mesmo ouvindo uma linguagem totalmente ortodoxa, aquilo que os fiéis recebem, devido à linguagem que eles mesmos utilizam e compreendem, é algo que não corresponde ao verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo.
Com a santa intenção de lhes comunicar a verdade sobre Deus e o ser humano, nalgumas ocasiões, damos-lhes um falso deus ou um ideal humano que não é verdadeiramente cristão.
Deste modo, somos fiéis a uma formulação, mas não transmitimos a substância.
Este é o risco mais grave.
Lembremo-nos que «a expressão da verdade pode ser multiforme.
E a renovação das formas de expressão torna-se necessária para transmitir ao homem de hoje a mensagem evangélica no seu significado imutável».

73. Novas culturas continuam a formar-se nestas enormes geografias humanas onde o cristão já não costuma ser promotor ou gerador de sentido, mas recebe delas outras linguagens, símbolos, mensagens e paradigmas que oferecem novas orientações de vida, muitas vezes em contraste com o Evangelho de Jesus.
Uma cultura inédita palpita e está em elaboração na cidade.
O Sínodo constatou que as transformações destas grandes áreas e a cultura que exprimem são, hoje, um lugar privilegiado da nova evangelização.
Isto requer imaginar espaços de oração e de comunhão com características inovadoras, mais atraentes e significativas para as populações urbanas.
Os ambientes rurais, devido à influência dos mass-media, não estão imunes destas transformações culturais que também operam mudanças significativas nas suas formas de vida.

74. Torna-se necessária uma evangelização que ilumine os novos modos de se relacionar com Deus, com os outros e com o ambiente, e que suscite os valores fundamentais.
É necessário chegar aonde são concebidas as novas histórias e paradigmas, alcançar com a Palavra de Jesus os núcleos mais profundos da alma das cidades.
Não se deve esquecer que a cidade é um âmbito multicultural.
Nas grandes cidades, pode observar-se uma trama em que grupos de pessoas compartilham as mesmas formas de sonhar a vida e ilusões semelhantes, constituindo-se em novos sectores humanos, em territórios culturais, em cidades invisíveis.
Na realidade, convivem variadas formas culturais, mas exercem muitas vezes práticas de segregação e violência.
A Igreja é chamada a ser servidora dum diálogo difícil.
Enquanto há citadinos que conseguem os meios adequados para o desenvolvimento da vida pessoal e familiar, muitíssimos são também os «não-citadinos», os «meio-citadinos» ou os «resíduos urbanos».
A cidade dá origem a uma espécie de ambivalência permanente, porque, ao mesmo tempo que oferece aos seus habitantes infinitas possibilidades, interpõe também numerosas dificuldades ao pleno desenvolvimento da vida de muitos.
Esta contradição provoca sofrimentos lancinantes.
Em muitas partes do mundo, as cidades são cenário de protestos em massa, onde milhares de habitantes reclamam liberdade, participação, justiça e várias reivindicações que, se não forem adequadamente interpretadas, nem pela força poderão ser silenciadas.

158. Já dizia Paulo VI que os fiéis «esperam muito desta pregação e dela poderão tirar fruto, contanto que ela seja simples, clara, directa, adaptada».
A simplicidade tem a ver com a linguagem utilizada.
Deve ser linguagem que os destinatários compreendam, para não correr o risco de falar ao vento.
Acontece frequentemente que os pregadores usam palavras que aprenderam nos seus estudos e em certos ambientes, mas que não fazem parte da linguagem comum das pessoas que os ouvem.
Há palavras próprias da teologia ou da catequese, cujo significado não é compreensível para a maioria dos cristãos.
O maior risco dum pregador é habituar-se à sua própria linguagem e pensar que todos os outros a usam e compreendem espontaneamente.
Se se quer adaptar à linguagem dos outros, para poder chegar até eles com a Palavra, deve-se escutar muito, é preciso partilhar a vida das pessoas e prestar-lhes benévola atenção.
A simplicidade e a clareza são duas coisas diferentes.
A linguagem pode ser muito simples, mas pouco clara a pregação.
Pode-se tornar incompreensível pela desordem, pela sua falta de lógica, ou porque trata vários temas ao mesmo tempo.
Por isso, outro cuidado necessário é procurar que a pregação tenha unidade temática, uma ordem clara e ligação entre as frases, de modo que as pessoas possam facilmente seguir o pregador e captar a lógica do que lhes diz.

159. Outra característica é a linguagem positiva.
Não diz tanto o que não se deve fazer, como sobretudo propõe o que podemos fazer melhor.
E, se aponta algo negativo, sempre procura mostrar também um valor positivo que atraia, para não se ficar pela queixa, o lamento, a crítica ou o remorso.
Além disso, uma pregação positiva oferece sempre esperança, orienta para o futuro, não nos deixa prisioneiros da negatividade.
Como é bom que sacerdotes, diáconos e leigos se reúnam periodicamente para encontrarem, juntos, os recursos que tornem mais atraente a pregação!

EXORTAÇÃO APOSTÓLICA EVANGELII GAUDIUM
Papa Francisco, 24 de Novembro de 2013.



ORAÇÃO

Senhor Jesus,
enviaste os teus discípulos
para anunciarem a Boa Nova
a todos os lugares do mundo.

Desde sempre que a missão do anúncio da fé
encontrou diferentes línguas, tempos e culturas
e, através do teu Espírito,
soubeste inspirar tantos evangelizadores
a transmitir a fé de modo que todos pudessem aprender.

Hoje, Senhor, peço-Te por todos
os que, no contexto em que vivem,
têm a missão de Te anunciar.
Que saibam, através das suas palavras e obras, ser testemunhas do teu amor.

Pai Nosso...


DESAFIOS PARA O MÊS

  • Na própria comunidade, ter algum tempo de reflexão sobre o modo como se tem transmitido a fé, nas suas linguagens, pedagogias, sobretudo às gerações mais jovens.
  • Na comunidade paroquial, preparar bem o Natal, com bons tempos de formação, celebrações que ajudem os cristãos a viver centrados no mais essencial deste tempo.
  • Com os mais novos, explicar, de forma criativa, a história do nascimento de Jesus, a importância e sentido do presépio, e ter momentos em família para experimentar a presença de Jesus menino em casa.



O VÍDEO DO PAPA – Ao serviço da transmissão da fé




Aprendamos a escutar.
Ouçamos como os outros falam, vivem, e comuniquemos o Evangelho de tal maneira que possam acolhê-lo em seu coração.
Assim, é seguro que nos entenderão.
Mais uma vez, trata-se apenas de seguir o exemplo de Jesus Cristo, o mestre na comunicação da fé.
Papa Francisco – Dezembro 2018


Quem quiser partilhar sua fé com a palavra, tem que escutar muito.

Imitemos o estilo de Jesus, que se adaptava às pessoas que tinha diante d´Ele para aproximá-las do amor de Deus.


Rezemos para que as pessoas comprometidas com o serviço da transmissão da fé encontrem uma linguagem adaptada aos nossos dias em diálogo com a cultura, em diálogo com o coração das pessoas e sobretudo escutando muito.”



Fontes: Apostolado da Oração; Rede Mundial de Oração do Papa


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