INTENÇÃO
DE ORAÇÃO PELA EVANGELIZAÇÃO:
Ao
serviço da transmissão da fé
Intenção
de oração pela evangelização:
Para
que pessoas comprometidas com o serviço da transmissão da fé
encontrem uma linguagem adaptada aos nossos dias no diálogo com as
culturas.
41.
[…] As enormes e rápidas mudanças culturais exigem que prestemos
constante atenção ao tentar exprimir as verdades de sempre numa
linguagem que permita reconhecer a sua permanente novidade; é que,
no depósito da doutrina cristã, «uma coisa é a substância (...)
e outra é a formulação que a reveste».
Por
vezes, mesmo ouvindo uma linguagem totalmente ortodoxa, aquilo que os
fiéis recebem, devido à linguagem que eles mesmos utilizam e
compreendem, é algo que não corresponde ao verdadeiro Evangelho de
Jesus Cristo.
Com
a santa intenção de lhes comunicar a verdade sobre Deus e o ser
humano, nalgumas ocasiões, damos-lhes um falso deus ou um ideal
humano que não é verdadeiramente cristão.
Deste
modo, somos fiéis a uma formulação, mas não transmitimos a
substância.
Este
é o risco mais grave.
Lembremo-nos
que «a expressão da verdade pode ser multiforme.
E
a renovação das formas de expressão torna-se necessária para
transmitir ao homem de hoje a mensagem evangélica no seu significado
imutável».
73.
Novas culturas continuam a formar-se nestas enormes geografias
humanas onde o cristão já não costuma ser promotor ou gerador de
sentido, mas recebe delas outras linguagens, símbolos, mensagens e
paradigmas que oferecem novas orientações de vida, muitas vezes em
contraste com o Evangelho de Jesus.
Uma
cultura inédita palpita e está em elaboração na cidade.
O
Sínodo constatou que as transformações destas grandes áreas e a
cultura que exprimem são, hoje, um lugar privilegiado da nova
evangelização.
Isto
requer imaginar espaços de oração e de comunhão com
características inovadoras, mais atraentes e significativas para as
populações urbanas.
Os
ambientes rurais, devido à influência dos mass-media, não
estão imunes destas transformações culturais que também operam
mudanças significativas nas suas formas de vida.
74.
Torna-se necessária uma evangelização que ilumine os novos modos
de se relacionar com Deus, com os outros e com o ambiente, e que
suscite os valores fundamentais.
É
necessário chegar aonde são concebidas as novas histórias e
paradigmas, alcançar com a Palavra de Jesus os núcleos mais
profundos da alma das cidades.
Não
se deve esquecer que a cidade é um âmbito multicultural.
Nas
grandes cidades, pode observar-se uma trama em que grupos de pessoas
compartilham as mesmas formas de sonhar a vida e ilusões
semelhantes, constituindo-se em novos sectores humanos, em
territórios culturais, em cidades invisíveis.
Na
realidade, convivem variadas formas culturais, mas exercem muitas
vezes práticas de segregação e violência.
A
Igreja é chamada a ser servidora dum diálogo difícil.
Enquanto
há citadinos que conseguem os meios adequados para o desenvolvimento
da vida pessoal e familiar, muitíssimos são também os
«não-citadinos», os «meio-citadinos» ou os «resíduos urbanos».
A
cidade dá origem a uma espécie de ambivalência permanente, porque,
ao mesmo tempo que oferece aos seus habitantes infinitas
possibilidades, interpõe também numerosas dificuldades ao pleno
desenvolvimento da vida de muitos.
Esta
contradição provoca sofrimentos lancinantes.
Em
muitas partes do mundo, as cidades são cenário de protestos em
massa, onde milhares de habitantes reclamam liberdade, participação,
justiça e várias reivindicações que, se não forem adequadamente
interpretadas, nem pela força poderão ser silenciadas.
158.
Já dizia Paulo VI que os fiéis «esperam muito desta pregação e
dela poderão tirar fruto, contanto que ela seja simples, clara,
directa, adaptada».
A
simplicidade tem a ver com a linguagem utilizada.
Deve
ser linguagem que os destinatários compreendam, para não correr o
risco de falar ao vento.
Acontece
frequentemente que os pregadores usam palavras que aprenderam nos
seus estudos e em certos ambientes, mas que não fazem parte da
linguagem comum das pessoas que os ouvem.
Há
palavras próprias da teologia ou da catequese, cujo significado não
é compreensível para a maioria dos cristãos.
O
maior risco dum pregador é habituar-se à sua própria linguagem e
pensar que todos os outros a usam e compreendem espontaneamente.
Se
se quer adaptar à linguagem dos outros, para poder chegar até eles
com a Palavra, deve-se escutar muito, é preciso partilhar a vida das
pessoas e prestar-lhes benévola atenção.
A
simplicidade e a clareza são duas coisas diferentes.
A
linguagem pode ser muito simples, mas pouco clara a pregação.
Pode-se
tornar incompreensível pela desordem, pela sua falta de lógica, ou
porque trata vários temas ao mesmo tempo.
Por
isso, outro cuidado necessário é procurar que a pregação tenha
unidade temática, uma ordem clara e ligação entre as frases, de
modo que as pessoas possam facilmente seguir o pregador e captar a
lógica do que lhes diz.
159.
Outra característica é a linguagem positiva.
Não
diz tanto o que não se deve fazer, como sobretudo propõe o que
podemos fazer melhor.
E,
se aponta algo negativo, sempre procura mostrar também um valor
positivo que atraia, para não se ficar pela queixa, o lamento, a
crítica ou o remorso.
Além
disso, uma pregação positiva oferece sempre esperança, orienta
para o futuro, não nos deixa prisioneiros da negatividade.
Como
é bom que sacerdotes, diáconos e leigos se reúnam periodicamente
para encontrarem, juntos, os recursos que tornem mais atraente a
pregação!
EXORTAÇÃO
APOSTÓLICA EVANGELII GAUDIUM
Papa
Francisco, 24 de Novembro de 2013.
ORAÇÃO
Senhor
Jesus,
enviaste
os teus discípulos
para
anunciarem a Boa Nova
a
todos os lugares do mundo.
Desde
sempre que a missão do anúncio da fé
encontrou
diferentes línguas, tempos e culturas
e,
através do teu Espírito,
soubeste
inspirar tantos evangelizadores
a
transmitir a fé de modo que todos pudessem aprender.
Hoje,
Senhor, peço-Te por todos
os
que, no contexto em que vivem,
têm
a missão de Te anunciar.
Que
saibam, através das suas palavras e obras, ser testemunhas do teu
amor.
Pai
Nosso...
DESAFIOS
PARA O MÊS
-
Na própria comunidade, ter algum tempo de reflexão sobre o modo como se tem transmitido a fé, nas suas linguagens, pedagogias, sobretudo às gerações mais jovens.
-
Na comunidade paroquial, preparar bem o Natal, com bons tempos de formação, celebrações que ajudem os cristãos a viver centrados no mais essencial deste tempo.
-
Com os mais novos, explicar, de forma criativa, a história do nascimento de Jesus, a importância e sentido do presépio, e ter momentos em família para experimentar a presença de Jesus menino em casa.
O
VÍDEO DO PAPA – Ao
serviço da transmissão da fé
Aprendamos
a escutar.
Ouçamos
como os outros falam, vivem, e comuniquemos o Evangelho de tal
maneira que possam acolhê-lo em seu coração.
Assim,
é seguro que nos entenderão.
Mais
uma vez, trata-se apenas de seguir o exemplo de Jesus Cristo, o
mestre na comunicação da fé.
Papa
Francisco – Dezembro 2018
“Quem
quiser partilhar sua fé com a palavra, tem que escutar muito.
Imitemos
o estilo de Jesus, que se adaptava às pessoas que tinha diante d´Ele
para aproximá-las do amor de Deus.
Rezemos
para que as pessoas comprometidas com o serviço da transmissão da
fé encontrem uma linguagem adaptada aos nossos dias em diálogo com
a cultura, em diálogo com o coração das pessoas e sobretudo
escutando muito.”
Fontes:
Apostolado da Oração; Rede Mundial de Oração do Papa
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