Na
catequese de hoje o Papa Francisco começou a analisar a segunda
parte da oração do Pai Nosso
A
parte em que apresentamos a Deus as nossas necessidades.
O
Santo Padre começou
por analisar a súplica: o
pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Frequentemente
esquecemos que não somos criaturas auto-suficientes e que precisamos
nos alimentar todos os dias.
Jesus
não exige súplicas refinadas.
Nos
Evangelhos, há uma multidão de mendigos que suplicam libertação e
salvação: há quem pede pão, cura, purificação, a visão...
Jesus jamais passa indiferente ao lado desses pedidos e dores.
Jesus
ensina-nos a pedir o pão quotidiano:
“Quantas
mães e pais, ainda hoje, vão dormir com o tormento de não ter no
dia seguinte pão suficiente para os próprios filhos!
Imaginemos
esta oração recitada não na segurança de um cómodo apartamento,
mas na precariedade de um quarto onde as pessoas se adaptam, onde
falta o necessário para viver.
As
palavras de Jesus assumem uma força nova.”
Jesus
educa-nos a pedir a Deus as necessidades de todos e repreende-nos
pelo facto de não estarmos acostumados a dividir o pão com quem
está próximo de nós.
“O
alimento não é propriedade privada, vamos colocar isso na cabeça,
mas providência a compartilhar, com a graça de Deus.”
Resumo
da catequese do Santo Padre:
Na
oração do Pai Nosso, Jesus ensina-nos a pedir «o pão nosso de
cada dia», e a fazê-lo solidários com tantos homens e mulheres que
vivem aflitos por não terem pão suficiente para seus filhos.
E,
quem diz «pão», diz remédios, casa, trabalho…
A
oração cristã parte da realidade, da carne das pessoas
necessitadas ou de quantos partilham com elas a sua situação
miserável: «Pai, dai-nos hoje o pão necessário para nós e para
todos».
O
pão, que o cristão pede, não é o «meu», mas o «nosso».
Esta
oração contém uma atitude de empatia e solidariedade.
Um
dia, este pão poderá censurar-nos pela falta de o repartirmos com
quem está ao nosso lado: era um pão oferecido à humanidade, mas
alguém se encarregou de o comer, todo, sozinho.
O
amor não pode suportar isto.
Na
minha fome, sinto e penso na fome das multidões.
Na
leitura inicial, ouvimos o milagre da multiplicação dos pães para
uma multidão faminta.
Jesus
perguntara se alguém tinha alguma coisa; encontrou-se apenas um
rapazinho disposto a partilhar o que possuía: cinco pães e dois
peixes.
Jesus
multiplicou aquele gesto generoso.
Aquele
rapazinho compreendeu a lição do «Pai-Nosso»: o alimento não é
propriedade minha, mas dom da providência para ser compartilhado.
O
verdadeiro milagre feito por Jesus naquele dia foi o milagre da
partilha.
Ele
próprio, ao multiplicar aquele pão oferecido, antecipou a sua
oferta no Pão Eucarístico.
De
facto, só a Eucaristia é capaz de saciar a fome de infinito e o
desejo de Deus que habita no coração de cada homem e mulher e se
exprime também na procura do pão quotidiano.
Fontes:
Santa Sé; Notícias do Vaticano
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