Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

domingo, 29 de novembro de 2020

“ORAÇÃO EM FAMÍLIA”

 




Explicada por D. Armando Domingues

   

   

O bispo auxiliar do Porto e responsável pela Equipa de Coordenação Pastoral responde à pergunta: Acha que é importante propor uma Oração em Família, em particular, num tempo dominado por uma pandemia tão grave?



Sem dúvida. Também a Igreja sente que este tempo de pandemia é um óptimo tempo para reflectir e progredir. A ideia das liturgias (oração em família), baseadas no Evangelho de cada domingo, surge porque vários secretariados tinham isso em programa para fornecer às famílias algo para crescerem. E, assim, juntando a Educação Cristã, com a Família e a Liturgia e a Equipa de Coordenação saiu esta sequência de liturgias que vão desde o Advento até ao Baptismo, já que este ano é centrado no Baptismo.

Conta-se que quando chegou o confinamento, numa anedota, o Diabo terá dito a Deus: ‘Vês de repente fechei todas as igrejas. Ao que Deus respondeu: Pelo contrário, abri uma igreja em cada casa’. Esta é uma oportunidade para olhar para dentro e para as potencialidades da casa e, sobretudo, a convidar cada um a viver aquele sacerdócio baptismal que o pai e a mãe e cada baptizado deve ter. Até porque a família é essa estrutura básica e permanente da Igreja onde uma certa dimensão do sagrado e do culto pode e deve ser restaurada. Para muitas famílias a prática cristã resumia-se a ir à missa ao domingo e a levar as crianças à catequese. Assim, uma espécie de religião de miúdos onde faltavam os adultos.

Nestas liturgias participaram leigos e clérigos. Mais de metade são feitas por leigos, à medida da família, com diálogos para perceber o Evangelho. Muito interessantes. Esta Igreja doméstica deve continuar a ser a chave da transmissão da fé. O trabalho dos catequistas é fundamental, mas a primeira catequese é ali com pais, irmãos, avós, tios e a Eucaristia é a oração, mas há também a oração da manhã, da noite, o terço, a oração antes da refeições. Por isso, é um duplo desafio: à equipa que preparou, mas também para que se redescubra a beleza da oração doméstica e se promova uma autêntica espiritualidade familiar e se leve a sério a liturgia da palavra no lar.

S. Crisóstomo, dirigindo-se aos pais de família dizia: com a vossa mulher e os filhos repitam juntos a palavra escutada na igreja, voltem a casa e preparam duas mesas, uma com os pratos para a comida e a outra com os pratos da escritura, fazendo da vossa casa uma igreja. Estas liturgias familiares prevêem que possam ser feitas antes da refeição de domingo, num belo momento para juntar a todos de uma mesa para a outra.”


Fonte: Voz Portucalense


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