Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

700 ANOS DO CULTO DA IMACULADA CONCEIÇÃO

 



No dia 8 de Dezembro celebra-se a Solenidade da Imaculada Conceição

   


Celebraram-se a 17 de Outubro de 2020 os 700 anos do Decreto do Bispo de Coimbra, D. Raimundo Evrard, que instituiu o culto da Imaculada Conceição em Portugal, nomeadamente na Sé Velha de Coimbra.

Na Nota Pastoral elaborada a propósito desta comemoração, D. Virgílio Antunes refere que “Coimbra faz parte irrenunciável desta história de acolhimento da Virgem Maria pela Igreja, pois, tanto nas manifestações da piedade popular como na reflexão académica de cariz teológico dá passos muito significativos.


O calendário romano já lhe dedicava uma festa no seu calendário em 1476, mas nos anos 700 esta celebração já existia no Oriente. Em 1570, Pio V publicou o novo Ofício e em 1708 Clemente XI estendeu a festa, tornando-a obrigatória a toda cristandade.


Portugal, desde os primórdios da sua história, soube sempre acolher-se ao regaço da Mãe de Jesus. Como povo em crescimento e em busca da consolidação de fronteiras, dedicou, desde os primeiros tempos da sua história, uma terna e filial afeição à Virgem Maria que escolhera como sua Senhora.

De entre as inúmeras invocações, com que a Ela se dirige, sobressai, desde muito cedo, no horizonte de um culto sempre crescente, a da Imaculada Conceição. No Calendário de Salisbury, adoptado pelo primeiro bispo de Lisboa reconquistada, Gilberto Hastings (1147-1166), já figurava a referência ao mistério de Maria Imaculada. À medida que Portugal se consolidava e se expandia pelo mundo, a veneração e devoção à sua Senhora ia aumentando. No século XVII, o culto de Maria, no Mistério da sua Imaculada Conceição, fazia parte da cultura nacional. Sinais disso, entre muitos outros, são: a consagração de Portugal a Maria Imaculada, a entrega da coroa real à imagem da Senhora da Conceição de Vila Viçosa, pelo Rei D. João IV, e o juramento a que se obrigou o corpo docente da Universidade de Coimbra de defender e ensinar que Maria fora concebida sem pecado – foi nas cortes celebradas em Lisboa no ano de 1646, depois da restauração de Portugal, que D. João IV declarou tomar a Virgem Nossa Senhora da Conceição por padroeira do Reino de Portugal, prometendo-lhe em seu nome, e dos seus sucessores, o tributo anual de 50 cruzados de ouro, bem como à deposição da coroa do Reino aos pés de Maria, em Vila Viçosa.

Já em 1385 a ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganhara destaque quando as tropas comandadas por D. Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados na batalha de Aljubarrota. Em honra a esta vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.

A antiga igreja de Nossa Senhora do Castelo, espaço onde se ergue actualmente o Santuário Nacional, afirmou-se nos finais do século XIV como o primeiro sinal desta devoção, em toda a Península Ibérica.




No dia 8 de Dezembro de 1854, Pio IX, depois de ter consultado o episcopado do mundo inteiro, declarou solenemente, fazendo apelo à autoridade suprema do seu magistério:

A doutrina segundo a qual a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante da sua concepção, foi por especial privilégio de Deus Omnipotente, com vista aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, preservada imune de toda a mácula do pecado original, é revelada por Deus e deve por isso ser acreditada por todos os fieis, firmemente e com constância” (Bula Ineffabilis Deus – 08-12-1854).

Esta definição dogmática, nada acrescentou à fé e devoção do povo português, mas contribuiu, e muito, para as confirmar e robustecer. Prova disso, foi o dinamismo suscitado entre os fieis de Portugal, no sentido de erguer um monumento nacional que assinalasse a definição de Pio IX. Em 1869 concluía-se esse primeiro monumento, no Sameiro, seguindo-se-lhe a construção dum santuário dedicado à Imaculada Conceição de Maria, cuja imagem foi coroada solenemente há mais de cem anos.









Fontes: Santa Sé; Conferência Episcopal Portuguesa; Agência Ecclesia; Paróquias de Portugal


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