Os apelos dos Papas contra a Guerra
- no dia 2 de Março rezemos juntos pela Paz
Desde o grito de Paulo VI na ONU, em 4 de Outubro de 1965: "Nunca mais a guerra! A paz deve guiar o destino dos povos e de toda a humanidade"; à advertência de João Paulo II aos jovens no Ângelus de 16 de Março de 2003: "Nunca mais a guerra", até as palavras do Papa Francisco, na audiência de 23 de Fevereiro de 2022: "Jesus ensinou-nos que à diabólica insensatez da violência se responde com as armas de Deus, a oração e o jejum".
É com essas armas que o Papa Francisco convida católicos, fiéis e de outras religiões e pessoas de boa vontade a unirem-se na Quarta-feira de Cinzas, 2 de Março, para implorar o dom da paz.
Depois do Ângelus deste Domingo, o Papa fez um novo apelo pela Ucrânia:
“Nestes dias temos sido perturbados por algo trágico: a guerra. Muitas vezes rezamos para que esse caminho não fosse seguido. Não deixemos de orar, ainda mais, imploremos a Deus com maior intensidade. Por isso renovo a todos o convite para viver no dia 2 de Março, Quarta-feira de cinzas, um dia de oração e jejum pela paz na Ucrânia; um dia para estar perto dos sofrimentos do povo ucraniano, sentir que somos todos irmãos e implorar a Deus pelo fim da guerra.
Quem faz a guerra esquece a humanidade.”
A Conferência Episcopal Portuguesa publicou o seguinte comunicado Pela paz na Ucrânia:
Pela paz na Ucrânia
Comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa
1. Na audiência geral de ontem e face à iminência da guerra na Ucrânia, o Papa Francisco apelava a que se fizessem todos os esforços para que se encontrem caminhos de paz. Convidava-nos também à oração pela paz, propondo que o dia 2 de Março fosse assumido por todos como um Dia de Jejum pela Paz e, para os crentes, um dia de jejum e oração:
«Tenho uma grande dor no coração pelo agravamento da situação na Ucrânia. Apesar dos esforços diplomáticos das últimas semanas, estão a abrir-se cenários cada vez mais alarmantes. Como eu, muitas pessoas em todo o mundo estão a sentir angústia e preocupação. Uma vez mais a paz de todos é ameaçada por interesses de alguns. Gostaria de apelar aos responsáveis políticos para que examinem seriamente as suas consciências perante Deus, que é Deus da paz e não da guerra; que é Pai de todos e não apenas de alguns, que quer que sejamos irmãos e não inimigos. Peço a todas as partes envolvidas para que se abstenham de qualquer acção que possa causar ainda mais sofrimento às populações, desestabilizando a convivência entre as nações e desacreditando o direito internacional.
E agora gostaria de apelar a todos, crentes e não-crentes. Jesus ensinou-nos que à diabólica insensatez da violência se responde com as armas de Deus, com a oração e o jejum. Convido todos a fazer no próximo dia 2 de Março, Quarta-feira de Cinzas, um Dia de Jejum pela Paz. Encorajo de modo especial os crentes a dedicarem-se intensamente nesse dia à oração e ao jejum. Que a Rainha da Paz preserve o mundo da loucura da guerra».
2. Infelizmente, a guerra teve início esta madrugada, com a invasão da Ucrânia pela Rússia. A Conferência Episcopal Portuguesa, em sintonia com o Santo Padre e com o apelo pela Paz das Conferências Episcopais da Europa, condena veementemente a guerra na Ucrânia e propõe que todas as pessoas, comunidades e instituições da Igreja rezem pela paz na região, assumindo o dia 2 de Março, Quarta-feira de Cinzas, como um Dia de Jejum e Oração pela Paz na Ucrânia.
3. A Conferência Episcopal manifesta a sua solidariedade para com a população da Ucrânia e, em particular, para com a numerosa Comunidade Ucraniana em Portugal, desejando que este tempo de angústia, sofrimento e guerra seja rapidamente ultrapassado e se restabeleça a paz e a prática do bem para todos, como nos pede o Santo Padre na mensagem da Quaresma hoje divulgada. Apela ainda a que haja uma partilha efectiva para com a Igreja na Ucrânia, nomeadamente através das Cáritas e de outras instituições.
Lisboa, 24 de Fevereiro de 2022
Secretariado Geral da CEP
Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano; Conferência Episcopal Portuguesa; Agência Ecclesia
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