Na
Quinta-feira dia 11 de Fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lourdes e
Dia Mundial do Doente, o Senhor D. Pio celebrou no Salão Paroquial a
Eucaristia do Doente com a Unção dos doentes
Na
homilia, o Senhor D. Pio Alves falou na conversão, na infinita
misericórdia do Senhor e no dom da vida – a vida faz sempre
sentido.
No
final da homilia, o Senhor Bispo agradeceu à Muro de Abrigo o
trabalho que esta instituição tem vindo a realizar em prol dos
idosos e procedeu à administração da Santa Unção a diversos
presentes.
Após
a Eucaristia, houve um convívio e lanche com todos os participantes.
Da
homilia de D. Pio Alves:
O
tempo de quaresma é para todos nós um tempo especial de graça e
convite à conversão.
Quando
ouvimos falar de conversão, podemos ter a tentação de pensar que
nós não precisamos, não somos assim tão maus como isso, portanto
a conversão será para aqueles que andam mesmo longe, são algo de
maus.
A
conversão faz parte da vida de todos nós.
Todos
nós temos muitas coisas em que em podemos melhorar, muitas coisas em
que podemos rectificar, todos temos muitos exemplos a fazer na nossa
vida.
Devemos
querer saber enfrentar essa necessidade.
Se
é necessário, sem medo, porque aquele que em última instância
recebe esse nosso arrependimento, essa nossa vontade de mudança, não
é alguém que olha para nós de lado, mas é Deus, o nosso Deus
infinitamente misericordioso, Pai de Misericórdia.
Às
vezes temos receio de olhar para trás na nossa vida com medo de
podermos tropeçar em coisas que, se calhar os outros não perdoam,
se calhar Deus não perdoa.
Deus
perdoa sempre.
Deus
é infinitamente misericordioso.
E
é bom, não para cultivar simplesmente a saudade, não para cultivar
simplesmente o passado, mas é bom, de vez em quando, saber olhar
para trás, não para nos lamentarmos, mas em primeiro lugar para dar
muitas graças a Deus.
Todos
nós, de certeza, olhando os anos que já foram vividos, se quisermos
ser verdadeiros, encontraremos muitas razões para dar graças a
Deus.
Com
a ajuda dos outros, com a ajuda que os outros nos deram, pelos bens
que pudemos dispor, com maiores dificuldades com certeza, há
problemas com certeza, mas temos que saber olhar para a vida, em
primeiro lugar, dando graças a Deus por tudo.
Por
tantas coisas que descobrimos e por muitas outras que nem sequer nos
apercebemos, mas que fazem parte da nossa vida, fazem parte dessa
acção misericordiosa de Deus na vida de cada um de nós.
E
essa acção misericordiosa de tantas pessoas que, às vezes nem
sequer nos apercebemos da sua acção.
Ao
mesmo tempo que damos graças a Deus, ganhamos ânimo para rectificar
e para pedir perdão.
À
medida que os anos passam, vamos tendo cada vez mais capacidade para
separar e distinguir aquilo que realmente valeu a pena daquilo que
não valeu a pena.
Daquilo
que realmente fica e daquilo que ficou para trás e graças a Deus
ficou para trás.
É
bom fazer esse exercício, não um exercício de pena, não um
exercício de grande saudade, mas um exercício de reconhecimento e
também um exercício que nos leva a abrir caminho, com a graça de
Deus e a ajuda dos outros.
O
tempo de quaresma serve para isso, é um apelo à conversão,
recorda-nos a infinita Misericórdia do Senhor.
E
o Sacramento da Santa Unção que muitos de vós irão receber dentro
de momentos, é também uma oportunidade para, por um lado pedir ao
Senhor mais força, mais alegria, e, se essa é a Sua vontade e se
isso é bom para nós, nos ajude a superar dificuldades de saúde,
dificuldades de falta de forças, dificuldades que possam acontecer
na nossa vida.
Mas
há uma coisa que está garantida, é que Deus não nos esquece, Deus
não nos virou as costas.
O
sacramento da Santa Unção dá-nos força para sabermos dar sentido
àquilo que é a nossa cruz de todos os dias; a cruz que é feita de
doenças, a cruz que é feita de algum desentendimento, a cruz que é
feita nas limitações que inevitavelmente vão aparecendo há medida
que os anos passam.
O
Senhor ajuda-nos a saber encontrar o sentido da dor e, como no texto
do Evangelho, a saber descobrir que podemos e devemos unir a nossa
cruz à cruz redentora de Jesus Cristo.
E
se pudermos viver essa união com Jesus Cristo, sermos mais unidos
aos outros, sermos capazes de oferecer as dores, oferecer as
limitações, oferecer o sofrimento por uma pessoa de família, por
um amigo, pela Igreja, pela sociedade, por tantíssimas coisas pelas
quais faz falta rezar.
A
nossa cruz, a cruz que está presente na vida de todos nós, faz
sentido se soubermos vive-la à sombra e à luz da cruz de Jesus
Cristo.
O
Sacramento da Santa Unção, é um caminho, ajuda a perceber essa
realidade, dá-nos força para assumir essa realidade e por isso
mesmo ajuda-os a descobrir mais claramente o sentido da nossa vida, o
valor da nossa vida.
Meus
irmãos, a nossa vida faz sempre sentido.
Com
mais saúde ou com menos saúde, com mais anos ou menos anos, a vida
é sempre um dom de Deus que devemos tentar aproveitar até ao último
instante que Deus nos concede.
Deus
concede o dom da vida.
Não
somos nós que mandamos na vida, não são os outros que mandam na
vida, é Deus que nos deu a vida e é ele quem, na sua infinita
misericórdia, dispõe do termo dos nossos dias.
Saber
valorizar o dom da vida e ajudar as pessoas que estão à nossa volta
a perceber que a vida faz sempre sentido.
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