Às
15H00, o Senhor D. Pio Alves, em Visita Pastoral à nossa Paróquia,
Celebra a Eucaristia do Doente
Na
sua mensagem, o Papa Francisco convida-nos a “Confiar em Jesus
misericordioso, como Maria: ‘Fazei o que Ele vos disser’ (Jo 2,
5)”
Nas
saudações no final da audiência geral de ontem, véspera do Dia
Mundial do Doente, o Papa Francisco pediu a oração dos fiéis pelas
pessoas enfermas:
“Amanhã,
memória de Nossa Senhora de Lourdes, tem lugar o XXIV Dia Mundial do
Doente, que tem a sua celebração culminante em Nazaré.
Na mensagem
deste ano reflectimos sobre o papel insubstituível de Maria nas
Bodas de Caná: “Fazei o que Ele vos disser (Jo 2, 5).
Na solicitude
de Maria espelha a ternura de Deus e a imensa bondade de Jesus
Misericordioso.
Convido a
rezar pelos doentes e a fazê-los sentir o nosso amor.
A mesma
ternura de Maria esteja presente na vida de tantas pessoas que se
encontram ao lado dos doentes sabendo colher as suas necessidades,
mesmo aqueles mais imperceptíveis, porque vistos com olhos cheios de
amor.”
MENSAGEM
DE SUA SANTIDADE FRANCISCO PARA A XXIV JORNADA MUNDIAL DO DOENTE
(Terra
Santa - Nazaré, 11 de Fevereiro de 2016)
Tema:
«Confiar em Jesus misericordioso, como Maria: “Fazei o que Ele vos
disser” (Jo 2, 5)»
Amados
irmãos e irmãs!
A
XXIV Jornada Mundial do Doente dá-me ocasião para me sentir
particularmente próximo de vós, queridas pessoas doentes, e de
quantos cuidam de vós.
Dado
que a referida Jornada vai ser celebrada de maneira solene na Terra
Santa, proponho que, neste ano, se medite a narração evangélica
das bodas de Caná (Jo 2, 1-11), onde Jesus realizou o primeiro
milagre a pedido de sua Mãe.
O
tema escolhido – Confiar em Jesus misericordioso, como Maria:
«Fazei o que Ele vos disser» (Jo 2, 5) – insere-se muito bem
no âmbito do Jubileu Extraordinário da Misericórdia.
A
celebração eucarística central da Jornada terá lugar a 11 de
Fevereiro de 2016, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lurdes, e
precisamente em Nazaré, onde «o Verbo Se fez homem e veio habitar
connosco» (Jo 1, 14).
Em
Nazaré, Jesus deu início à sua missão salvífica, aplicando a Si
mesmo as palavras do profeta Isaías, como nos refere o evangelista
Lucas: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para
anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação
aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em
liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do
Senhor» (4, 18-19).
A
doença, sobretudo se grave, põe sempre em crise a existência
humana e suscita interrogativos que nos atingem em profundidade.
Por
vezes, o primeiro momento pode ser de rebelião: Porque havia de
acontecer precisamente a mim? Podemos sentir-nos desesperados, pensar
que tudo está perdido, que já nada tem sentido...
Nestas
situações, a fé em Deus se, por um lado, é posta à prova, por
outro, revela toda a sua força positiva; e não porque faça
desaparecer a doença, a tribulação ou os interrogativos que daí
derivam, mas porque nos dá uma chave para podermos descobrir o
sentido mais profundo daquilo que estamos a viver; uma chave que nos
ajuda a ver como a doença pode ser o caminho para chegar a uma
proximidade mais estreita com Jesus, que caminha ao nosso lado,
carregando a Cruz.
E
esta chave é-nos entregue pela Mãe, Maria, perita deste caminho.
Nas
bodas de Caná, Maria é a mulher solícita que se apercebe de um
problema muito importante para os esposos: acabou o vinho, símbolo
da alegria da festa.
Maria
dá-Se conta da dificuldade, de certa maneira assume-a e, com
discrição, age sem demora.
Não
fica a olhar e, muito menos, se demora a fazer juízos, mas dirige-Se
a Jesus e apresenta-Lhe o problema como é: «Não têm vinho» (Jo
2, 3).
E
quando Jesus Lhe faz notar que ainda não chegou o momento de
revelar-Se (cf. v. 4), Maria diz aos serventes: «Fazei o que Ele vos
disser» (v. 5).
Então
Jesus realiza o milagre, transformando uma grande quantidade de água
em vinho, um vinho que logo se revela o melhor de toda a festa.
Que
ensinamento podemos tirar, para a Jornada Mundial do Doente, do
mistério das bodas de Caná?
O
banquete das bodas de Caná é um ícone da Igreja: no centro, está
Jesus misericordioso que realiza o sinal; em redor d’Ele, os
discípulos, as primícias da nova comunidade; e, perto de Jesus e
dos seus discípulos, está Maria, Mãe providente e orante.
Maria
participa na alegria do povo comum, e contribui para a aumentar;
intercede junto de seu Filho a bem dos esposos e de todos os
convidados.
E
Jesus não rejeitou o pedido de sua Mãe.
Quanta
esperança há neste acontecimento para todos nós!
Temos
uma Mãe de olhar vigilante e bom, como seu Filho; o coração
materno e repleto de misericórdia, como Ele; as mãos que desejam
ajudar, como as mãos de Jesus que dividiam o pão para quem tinha
fome, que tocavam os doentes e os curavam.
Isto
enche-nos de confiança, fazendo-nos abrir à graça e à
misericórdia de Cristo.
A
intercessão de Maria faz-nos experimentar a consolação, pela qual
o apóstolo Paulo bendiz a Deus: «Bendito seja Deus e Pai de Nosso
Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda
consolação!
Ele
nos consola em toda a nossa tribulação, para que também nós
possamos consolar aqueles que estão em qualquer tribulação,
mediante a consolação que nós mesmos recebemos de Deus.
Na
verdade, assim como abundam em nós os sofrimentos de Cristo, também,
por meio de Cristo, é abundante a nossa consolação» (2 Cor 1,
3-5).
Maria
é a Mãe «consolada», que consola os seus filhos.
Em
Caná, manifestam-se os traços distintivos de Jesus e da sua missão:
é Aquele que socorre quem está em dificuldade e passa necessidade.
Com
efeito, no seu ministério messiânico, curará a muitos de doenças,
enfermidades e espíritos malignos, dará vista aos cegos, fará
caminhar os coxos, restituirá saúde e dignidade aos leprosos,
ressuscitará os mortos, e aos pobres anunciará a boa nova (cf. Lc
7, 21-22).
E,
durante o festim nupcial, o pedido de Maria – sugerido pelo
Espírito Santo ao seu coração materno – fez revelar-se não só
o poder messiânico de Jesus, mas também a sua misericórdia.
Na
solicitude de Maria, reflecte-se a ternura de Deus.
E
a mesma ternura torna-se presente na vida de tantas pessoas que
acompanham os doentes e sabem individuar as suas necessidades, mesmo
as mais subtis, porque vêem com um olhar cheio de amor.
Quantas
vezes uma mãe à cabeceira do filho doente, ou um filho que cuida do
seu progenitor idoso, ou um neto que acompanha o avô ou a avó,
depõe a sua súplica nas mãos de Nossa Senhora!
Para
nossos familiares doentes, pedimos, em primeiro lugar, a saúde; o
próprio Jesus manifestou a presença do Reino de Deus precisamente
através das curas.
«Ide
contar a João o que vedes e ouvis: os cegos vêem e os coxos andam;
os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem, os mortos ressuscitam»
(Mt 11, 4-5).
Mas
o amor, animado pela fé, leva-nos a pedir, para eles, algo maior do
que a saúde física: pedimos uma paz, uma serenidade da vida que
parte do coração e que é dom de Deus, fruto do Espírito Santo que
o Pai nunca nega a quantos Lho pedem com confiança.
No
episódio de Caná, além de Jesus e sua Mãe, temos aqueles que são
chamados «serventes» e que d’Ela recebem esta recomendação:
«Fazei o que Ele vos disser» (Jo 2, 5).
Naturalmente,
o milagre dá-se por obra de Cristo; contudo Ele quer servir-Se da
ajuda humana para realizar o prodígio.
Poderia
ter feito aparecer o vinho directamente nas vasilhas.
Mas
quer valer-Se da colaboração humana e pede aos serventes que as
encham de água.
Como
é precioso e agradável aos olhos de Deus ser serventes dos outros!
Mais
do que qualquer outra coisa, é isto que nos faz semelhantes a Jesus,
que «não veio para ser servido, mas para servir» (Mc 10, 45).
Aqueles
personagens anónimos do Evangelho dão-nos uma grande lição.
Não
só obedecem, mas fazem-no generosamente: enchem as vasilhas até
cima (cf. Jo 2, 7).
Confiam
na Mãe, fazendo, imediatamente e bem, o que lhes é pedido, sem
lamentos nem cálculos.
Nesta
Jornada Mundial do Doente, podemos pedir a Jesus misericordioso, pela
intercessão de Maria, Mãe d’Ele e nossa, que nos conceda a todos
a mesma disponibilidade ao serviço dos necessitados e,
concretamente, dos nossos irmãos e irmãs doentes.
Por
vezes, este serviço pode ser cansativo, pesado, mas tenhamos a
certeza de que o Senhor não deixará de transformar o nosso esforço
humano em algo de divino.
Também
nós podemos ser mãos, braços, corações que ajudam a Deus a
realizar os seus prodígios, muitas vezes escondidos.
Também
nós, sãos ou doentes, podemos oferecer as nossas canseiras e
sofrimentos como aquela água que encheu as vasilhas nas bodas de
Caná e foi transformada no vinho melhor.
Tanto
com a ajuda discreta de quem sofre, como suportando a doença,
carrega-se aos ombros a cruz de cada dia e segue-se o Mestre (cf. Lc
9, 23); e, embora o encontro com o sofrimento seja sempre um
mistério, Jesus ajuda-nos a desvendar o seu sentido.
Se
soubermos seguir a voz d’Aquela que recomenda, a nós também,
«fazei o que Ele vos disser», Jesus transformará sempre a água da
nossa vida em vinho apreciado.
Assim,
esta Jornada Mundial do Doente, celebrada solenemente na Terra Santa,
ajudará a tornar realidade os votos que formulei na Bula de
proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia: «Possa
este Ano Jubilar, vivido na misericórdia, favorecer o encontro com
[o judaísmo e o islamismo] e com as outras nobres tradições
religiosas; que ele nos torne mais abertos ao diálogo, para melhor
nos conhecermos e compreendermos; elimine todas as formas de
fechamento e desprezo e expulse todas as formas de violência e
discriminação» (Misericordiae Vultus, 23).
Cada
hospital ou casa de cura pode ser sinal visível e lugar para
promover a cultura do encontro e da paz, onde a experiência da
doença e da tribulação, bem como a ajuda profissional e fraterna
contribuam para superar qualquer barreira e divisão.
Exemplo
disto são as duas Irmãs canonizadas no passado mês de Maio: Santa
Maria Alfonsina Danil Ghattas e Santa Maria de Jesus Crucificado
Baouardy, ambas filhas da Terra Santa.
A
primeira foi uma testemunha de mansidão e unidade, dando claro
testemunho de como é importante tornarmo-nos responsáveis uns pelos
outros, vivermos ao serviço uns dos outros.
A
segunda, mulher humilde e analfabeta, foi dócil ao Espírito Santo,
tornando-se instrumento de encontro com o mundo muçulmano.
A
todos aqueles que estão ao serviço dos doentes e atribulados,
desejo que vivam animados pelo espírito de Maria, Mãe da
Misericórdia.
«A
doçura do seu olhar nos acompanhe neste Ano Santo, para podermos
todos nós redescobrir a alegria da ternura de Deus» (ibid., 24) e
levá-la impressa nos nossos corações e nos nossos gestos.
Confiamos
à intercessão da Virgem as ânsias e tribulações, juntamente com
as alegrias e consolações, dirigindo-Lhe a nossa oração para que
Ela pouse sobre nós o seu olhar misericordioso, especialmente nos
momentos de sofrimento, e nos torne dignos de contemplar, hoje e para
sempre, o Rosto da misericórdia que é seu Filho Jesus.
Acompanho
esta súplica por todos vós com a minha Bênção Apostólica.
Vaticano,
15 de Setembro – Memória de Nossa Senhora das Dores – do ano
2015.
Francisco
Fontes:
Santa Sé; Rádio Vaticano
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