No
Vaticano decorre este fim-de-semana o Jubileu das pessoas socialmente
excluídas
[Às
8H55 de Domingo, transmissão da Missa por ocasião do Jubileu das
pessoas socialmente excluídas]
Os
pobres serão os protagonistas, no Vaticano, neste fim-de-semana, no
contexto do Jubileu das pessoas socialmente excluídas.
Na
passada sexta-feira (11Nov),
encontraram-se com o Papa Francisco na Sala Paulo VI e ontem,
sábado, participaram da audiência jubilar na Praça São Pedro.
Hoje,
domingo, participam da missa do Jubileu das pessoas socialmente
excluídas presidida pelo Papa Francisco.
Na
manhã de sexta-feira o Papa Francisco recebeu em audiência os cerca
de 4.000 sem-abrigo que
viveram ou que vivem na rua, provenientes de muitos países europeus,
e estão presentes estes dias em Roma para celebrar o seu Jubileu da
Misericórdia.
Após
ter escutado as palavras proferidas pelos testemunhos, o Papa,
falando de braços abertos, recordou aos presentes:
“A
pobreza está no coração do Evangelho; só quem sente que lhe falta
algo olha para cima e sonha alto; quem tudo tem não pode sonhar; as
pessoas seguiam Jesus porque sonhavam que ele ia curá-los e
libertar-lhes dos males de que sofriam: eram homens e mulheres com
paixão e sonhos; esses eram as pessoas que seguiam Jesus.
Por
isso, eu vos peço hoje: ensinem a todos nós que temos um tecto para
dormir, que não nos falta comida ou medicamentos, ensinem-nos a
nunca nos sentirmos satisfeitos, a perder a capacidade de sonhar;
mediante os vossos sonhos ensinem-nos a sonhar a partir do Evangelho,
vós que estais no coração do Evangelho”.
No
final, o Papa agradeceu a todos por terem vindo visitá-lo, pelos
testemunhos de vida que foram comunicados e disse:
“Peço-vos
perdão, por todas as vezes que vos ofendi com as minhas palavras ou
por não ter dito aquilo que deveria ter dito; peço-vos perdão em
nome dos cristãos que não lêem o Evangelho na devida forma para
encontrarem a pobreza no seu centro; peço-vos perdão por todas as
vezes que os cristãos perante uma pessoa pobre, ou perante uma
situação de pobreza viraram o rosto para o outro lado; perdão!
O
vosso perdão aos homens e mulheres da Igreja que nunca vos quiseram
encontrar é uma água benta para nós, é limpeza para nós, é
ajudar-nos a voltar a acreditar que no coração do Evangelho está a
pobreza como a grande mensagem e que todos nós, cristãos,
católicos, temos construir uma Igreja pobre para os pobres; e que
cada homem e mulher tem que ver em cada pobre, a mensagem de Deus que
se fez pobre para nos acompanhar na vida. Que Deus vos abençoe”.
Ao
terminar o encontro, o Papa, colocando-se de pé, recitou uma
invocação ao Senhor:
“Deus,
Pai de todos nós, de cada um de vossos filhos, peço-vos que nos dê
força, que nos dê alegria, que nos ensine a sonhar para olhar
adiante; que nos ensine a ser solidários, porque somos irmãos; e
que nos ajude a defender a nossa dignidade”.
Na
manhã de ontem, na sua catequese da última audiência Jubilar, o
Papa reflectiu sobre um aspecto importante da misericórdia: a
inclusão.
E
explicou:
“Deus
quer todos incluídos; não exclui ninguém.”
Resumo
da catequese do Santo Padre:
Um
aspecto importante da misericórdia é a inclusão, que se manifesta
nos nossos braços abertos para acolher, sem excluir nem classificar
os outros segundo a sua condição social, língua, raça, cultura,
religião.
Diante
de nós, há apenas uma pessoa concreta que devemos amar como Deus a
ama.
Deus
quer todos incluídos; não exclui ninguém.
Como
são verdadeiras as palavras de Jesus, quando convida a ir até Ele
todas as pessoas que estão cansadas e oprimidas, garantindo-lhes
alívio e conforto.
Os
seus braços abertos na cruz provam que ninguém é excluído do seu
amor e da sua misericórdia.
A
expressão mais palpável de que somos acolhidos e restaurados em
Jesus é o seu perdão.
Todos
precisamos de ser perdoados por Deus; e todos precisamos de encontrar
irmãos e irmãs que nos ajudem a chegar até Jesus e receber o
perdão que Ele nos mereceu na cruz.
Não
sejamos de obstáculo a que isso aconteça.
O
nosso coração é misericordioso?
O
nosso modo de pensar e agir é inclusivo?
É
que, através dos nossos olhos, pousa-se o olhar de Jesus sobre cada
um dos nossos irmãos.
Deixemo-nos
envolver neste movimento de inclusão dos outros, para sermos
testemunhas da misericórdia com que Deus acolheu e acolhe a cada um
de nós.
Não
excluamos ninguém; antes, pelo contrário, com humildade e
simplicidade, façamo-nos instrumentos da misericórdia inclusiva do
Pai.
13Nov2016,
às 8H55, transmissão da Missa por ocasião do Jubileu das pessoas
socialmente excluídas
Fontes:
Santa Sé; Rádio Vaticano; Centro Televisivo do Vaticano
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