Na
audiência geral desta manhã o Papa Francisco concluiu o ciclo de
catequeses dedicado à misericórdia analisando duas obras de
misericórdia:
uma
espiritual, rezar a Deus por vivos e defuntos;
outra
corporal, enterrar os mortos
A
propósito de rezar pelos vivos, o Santo Padre contou um episódio
ocorrido no dia anterior de um jovem empresário que participou na
Missa em Santa Marta e que após a celebração disse em lágrimas
que deveria fechar a sua fábrica devido à crise mas 50 famílias
ficariam sem trabalho.
“Eis
um bom cristão”– disse
o Papa, pois ele poderia declarar falência e ficar com o dinheiro,
mas a sua consciência não o permitia e foi à missa para pedir a
Deus uma solução, não para ele, mas para as 50 famílias.
“Este
é um homem que sabe rezar, pelo próximo numa situação difícil.
E
não busca a solução mais fácil.
Fez-me
tão bem ouvi-lo e espero que existam tantas pessoas assim hoje, pois
muitos sofrem com a falta de trabalho”.
Concluindo
as catequeses sobre a misericórdia, o Papa Francisco pede um esforço
de rezar uns pelos outros para que as obras de misericórdia
corporais e espirituais se tornem sempre mais o estilo da nossa vida:
“Fizemos
o percurso das 14 obras de misericórdia, mas a misericórdia
continua e devemos exercitá-la nesses 14 modos.”
Nas
saudações finais o Papa declarou o seu pesar pelas vítimas do
acidente de aviação que vitimou a equipa de futebol brasileira
Chapecoense:
“Eu
também gostaria de recordar hoje a dor do povo brasileiro pela
tragédia da equipa de futebol e rezar pelos jogadores mortos, pelas
suas famílias.
Na
Itália, sabemos bem o que isso significa, pois lembramos Superga, em
1949.
São
tragédias duras. Rezemos por eles.”
Resumo
da Catequese do Santo Padre:
Concluímos
hoje o ciclo de catequeses dedicado ao tema da misericórdia, com a
análise de duas obras de misericórdia: uma espiritual, rezar a Deus
por vivos e defuntos, e outra corporal, enterrar os mortos.
À
primeira vista, esta última pode parecer estranha, mas pensemos em
tantas regiões atribuladas pelo flagelo da guerra, onde enterrar os
mortos se torna tristemente uma obra muito actual.
Às
vezes significa colocar em risco a própria vida, como foi o caso do
velho Tobi, no Antigo Testamento, outras vezes exige uma grande
coragem, como no caso de José de Arimatéia, que providenciou um
sepulcro para Jesus, após a sua morte na Cruz.
Para
os cristãos, a sepultura é um acto de piedade, mas também de fé e
esperança na ressurreição dos mortos.
Por
isso, somos chamados também a rezar pelos defuntos, primeiramente
porque reconhecemos o bem que essas pessoas nos fizeram em vida e,
depois, para encomendá-las à misericórdia de Deus.
Por
fim, não podemos esquecer de rezar pelos vivos, nossos companheiros
nas provas da vida.
Trata-se
de uma manifestação de fé na Comunhão dos Santos, que nos ensina
que os baptizados, encontrando-se unidos em Cristo e sob a acção do
Espírito Santo, podem interceder uns pelo outros.
Fontes:
Santa Sé; Rádio Vaticano
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