Na
audiência geral da manhã de hoje o Papa iniciou um ciclo de
catequeses sobre o tema da esperança cristã
Convidando
os fiéis a reflectirem sobre a esperança, o Papa leu as palavras de
Isaías, o grande Profeta do tempo do Advento, que se dirige ao povo
com um anúncio de consolação:
“Consolai,
consolai o meu povo!”,
diz
o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém, anunciai-lhe:
seu
cativeiro terminou, sua culpa está paga, da mão do Senhor já
recebeu por suas faltas o castigo dobrado. Grita uma voz:
“No
deserto abri caminho para o Senhor! No ermo rasgai estrada para o
nosso Deus!
Todo
vale seja aterrado, toda montanha, rebaixada,
para
ficar plano o caminho acidentado e recto, o tortuoso.
A
glória do Senhor vai, então, aparecer e todos verão que foi o
Senhor quem falou!”.
E
recordou também João Baptista que grita:
«Preparai
o caminho do Senhor endireitai as suas veredas»
Mas
a verdadeira história não é a história feita pelos poderosos mas
pelos pequenos afirmou o Papa:
“Mas
a verdadeira história não é aquela feita pelos poderosos, mas
aquela feita por Deus juntamente com os seus pequeninos.
Aqueles
pequenos e simples que encontramos com Jesus quando nasce:
Zacarias
e Isabel, idosos e marcados pela esterilidade, Maria, jovem rapariga
virgem prometida em casamento a José, os pastores de Belém, que
eram desprezados e não contavam nada.
São
os pequeninos, tornados grandes pela sua fé, os pequeninos que sabem
continuar a esperar.”
“Deixemo-nos
ensinar a esperança, aguardemos confiantes a vinda do Senhor e então
os desertos da nossa vida, sejam eles quais forem, transformar-se-ão
num jardim florido.”
No
final da audiência geral o Papa Francisco fez um apelo contra a
corrupção e pelos direitos humanos:
“Nos
próximos dias acontecem duas importantes jornadas promovidas pelas
Nações Unidas:
contra
a corrupção no dia 9 de Dezembro e aquela pelos direitos humanos de
dia 10 de Dezembro.
São
duas realidades estreitamente ligadas:
- a
corrupção é o aspecto negativo a combater, a começar pela
consciência pessoal e vigiando sobre os ambientes da vida civil,
especialmente, sobre aqueles mais em risco;
- os
direitos humanos são o aspecto positivo a ser promovido com decisão
sempre renovada, para que ninguém seja excluído do efectivo
reconhecimento dos direitos fundamentais da pessoa humana.
O
Senhor nos apoie neste dúplice compromisso.”
Resumo
da catequese do Santo Padre:
Iniciamos
hoje uma nova série de catequeses sobre o tema da esperança cristã.
De
modo particular neste tempo litúrgico do Advento, deixemos que o
Senhor nos ensine o que significa esperar.
No
começo desta Audiência Geral, ouvimos o profeta Isaías, por ordem
de Deus, consolar e encorajar o seu povo, exilado em Babilónia.
Com
o exílio, perdeu tudo: a pátria, a liberdade, a dignidade e até a
confiança em Deus.
Sentia-se
abandonado e sem esperança.
Tudo
na vida lhe parecia um deserto; mas é precisamente aí que Deus
decidiu descer e pede passagem para intervir: «Preparai o caminho do
Senhor – ouvimos nestes dias gritar João Baptista –, endireitai
as suas veredas».
No
tempo de João Baptista, o povo israelita sofria sob a dominação
dos Romanos, que o tornava estrangeiro na sua própria pátria,
governado pelos poderosos que decidiam a seu bel-prazer da vida do
povo.
Mas
a história verdadeira não é a história feita pelos poderosos, mas
por Deus juntamente com os seus pequeninos, como Zacarias e Isabel,
Maria e José, os pastores de Belém.
São
os pequeninos, tornados grandes pela sua fé, que sabem continuar a
esperar.
São
eles que transformam o deserto do exílio, da solidão mais
desesperada, do sofrimento numa estrada plana e segura para ir ao
encontro da glória do Senhor.
Deixemo-nos
ensinar a esperança, aguardemos confiantes a vinda do Senhor e então
os desertos da nossa vida, sejam eles quais forem, transformar-se-ão
num jardim florido.
Fontes:
Santa Sé; Rádio Vaticano; L'Osservatore Romano
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