Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A ESPERANÇA É CAMINHAR COM CRISTO PARA O PAI



Na passada Quarta-feira o Papa Francisco prosseguiu as suas catequeses sobre a esperança
 
 
Como referiu o Santo Padre:

para o cristão esperar significa a certeza de estar a caminho com Cristo rumo ao Pai que nos aguarda.
A esperança nunca está parada, a esperança está sempre a caminho e leva-nos a caminhar.
Esta esperança, que o Menino de Belém nos confere, oferece uma meta, um destino bom para o presente, a salvação à humanidade, a bem-aventurança a quantos confiam em Deus misericordioso.
São Paulo resume tudo isto com a expressão: «Fomos salvos pela esperança».”



O texto completo da catequese do Papa Francisco:


Caros irmãos e irmãs, bom dia!

Há pouco começamos um caminho de catequese sobre o tema da esperança, mais oportuno do que nunca no tempo de Advento.
Quem nos orientou até agora foi o profeta Isaías.
Hoje, a poucos dias do Natal, gostaria de meditar de modo mais específico sobre o momento em que, por assim dizer, a esperança entrou no mundo, com a encarnação do Filho de Deus.
O próprio Isaías tinha prenunciado o nascimento do Messias nalguns trechos: «Eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um filho, ao qual será dado o nome de Emanuel» (7, 14); e também: «Um renovo sairá do tronco de Jessé, um rebento brotará das suas raízes» (11, 1).
Nestas passagens transparece o sentido do Natal: Deus cumpre a promessa, fazendo-se homem; não abandona o seu povo, aproxima-se a ponto de se despojar da sua divindade.
De tal modo Deus demonstra a sua fidelidade e inaugura um Reino novo, que confere uma nova esperança à humanidade.
E qual é esta esperança? A vida eterna.

Quando falamos de esperança, referimo-nos muitas vezes àquilo que não está no poder do homem e que não é visível.
Com efeito, o que esperamos vai além das nossas forças e do nosso olhar.
Mas o Natal de Cristo, inaugurando a redenção, fala-nos de uma esperança diferente, de uma esperança confiável, visível e compreensível, porque fundada em Deus.
Ele entra no mundo e dá-nos a força de caminhar com Ele: Deus caminha ao nosso lado em Jesus, e caminhar com Ele rumo à plenitude da vida dá-nos a força de viver o presente de maneira nova, embora difícil.
Então, para o cristão esperar significa a certeza de estar a caminho com Cristo rumo ao Pai que nos aguarda.
A esperança nunca está parada, a esperança está sempre a caminho e leva-nos a caminhar.
Esta esperança, que o Menino de Belém nos confere, oferece uma meta, um destino bom para o presente, a salvação à humanidade, a bem-aventurança a quantos confiam em Deus misericordioso.
São Paulo resume tudo isto com a expressão: «Fomos salvos pela esperança» (Rm 8, 24).
Ou seja, caminhando neste mundo, com esperança, fomos salvos.
E aqui cada um de nós pode formular a pergunta: caminho com esperança ou a minha vida interior está parada, fechada?
O meu coração é uma gaveta fechada ou uma gaveta aberta à esperança, que me faz caminhar não sozinho, mas com Jesus?

Nas casas dos cristãos, durante o tempo de Advento, prepara-se o presépio, segundo a tradição que remonta a São Francisco de Assis.
Na sua simplicidade, o presépio transmite esperança; cada um dos personagens está imerso nesta atmosfera de esperança.

Antes de tudo, observamos o lugar em que Jesus nasce: Belém.
Pequeno povoado da Judeia, onde mil anos antes tinha nascido David, o pequeno pastor escolhido por Deus como rei de Israel.
Belém não é uma capital, e por isso é preferida pela providência divina, que gosta de agir através dos pequeninos e dos humildes.
Naquele lugar nasce o «filho de David» tão esperado, Jesus, em quem se encontram a esperança de Deus e a esperança do homem.

Depois olhamos para Maria, Mãe da esperança.
Com o seu «sim» abriu a Deus a porta do nosso mundo: o seu coração de jovem estava cheio de esperança, totalmente animada pela fé; e assim Deus escolheu-a e ela acreditou na sua palavra.
Aquela que por nove meses foi a arca da nova e eterna Aliança, na gruta contempla o Menino e nele vê o amor de Deus, que vem para salvar o seu povo e a humanidade inteira.
Ao lado de Maria está José, descendente de Jessé e de David; também ele acreditou nas palavras do anjo e, olhando para Jesus na manjedoura, medita que aquele Menino vem do Espírito Santo, e que o próprio Deus lhe ordenou que o chamassem assim, «Jesus».
Naquele nome está a esperança para cada homem, porque mediante aquele filho de mulher, Deus salvará a humanidade da morte e do pecado.
Por isso é importante olhar para o presépio!

E no presépio estão também os pastores, que representam os humildes e os pobres que esperavam o Messias, a «consolação de Israel» (Lc 2, 25) e a «libertação de Jerusalém» (Lc 2, 38).
Naquele Menino vêem o cumprimento das promessas e aguardam que a salvação de Deus finalmente chegue para cada um deles.
Quem confia nas próprias seguranças, sobretudo materiais, não espera a salvação de Deus.
Coloquemos isso na cabeça: as nossas seguranças não nos salvarão; a única segurança que nos salva é a esperança em Deus.
Salva-nos porque é forte e nos leva a caminhar na vida com alegria, com o desejo de praticar o bem, com a vontade de ser felizes para a eternidade.
Ao contrário, os pequeninos, os pastores, confiam em Deus, esperam n’Ele e alegram-se quando reconhecem naquele Menino o sinal indicado pelos anjos (cf. Lc 2, 12).

E precisamente o coro de anjos anuncia do alto o grande desígnio que aquele Menino realiza: «Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, que Ele ama» (Lc 2, 14).
A esperança cristã manifesta-se no louvor e na acção de graças a Deus, que inaugurou o seu Reino de amor, de justiça e de paz.

Estimados irmãos e irmãs, nestes dias, contemplando o presépio, preparamo-nos para o Natal do Senhor.
Será verdadeiramente uma festa, se recebermos Jesus, semente de esperança que Deus coloca nos sulcos da nossa história pessoal e comunitária.
Cada «sim» a Jesus que vem é um rebento de esperança.
Tenhamos confiança neste rebento de esperança, neste sim: «Sim, Jesus, Tu podes salvar-me, Tu podes salvar-me».
Feliz Natal de esperança a todos!



Fontes: Santa Sé; Rádio Vaticano


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