Não
é um profeta de desgraças que age como se tudo tivesse terminado no
calvário ou na sepultura
O
essencial do seu anúncio - com os factos e o testemunho de vida - é
Jesus, que depois de morto, ressuscitou na manhã de Páscoa.
E
"quem teve a graça de abraçar a ressurreição de Jesus, pode
ainda esperar no inesperado".
O
Papa Francisco, partindo do tema da esperança que constitui o tema
da catequese deste ano, concentrou a sua reflexão catequética sobre
os “missionários da esperança hoje”, ressaltando que o fazia
com alegria no início deste mês que a Igreja dedica “em
particular à missão”, e também no dia da Festa de São Francisco
de Assis, “um grande missionário de esperança”.
“A
tarefa dos cristãos neste mundo é a de abrir espaços de salvação,
como células de regeneração capazes de restituir a seiva vital
àquilo que parecia perdido para sempre.
Quando
o céu se apresenta todo nublado, é uma bênção à pessoa que sabe
falar do sol.
Por
isso, o verdadeiro cristão não é assim, lamuriento nem
mal-humorado, mas convencido, pela força da ressurreição, de que
nenhum mal é infinito, nenhuma noite é sem fim, nenhum homem é
definitivamente errado, nenhum ódio é invencível diante do amor”.
“Pensemos
nos tantos cristãos que não abandonaram o seu povo, quando chegou o
tempo da perseguição.
Ficaram
ali, onde havia incerteza sobre o amanhã, onde não se podia fazer
projectos de nenhum tipo; ficaram esperando simplesmente em Deus.
E
pensemos em nossos irmãos, em nossas irmãs do Médio Oriente que
dão testemunho de esperança e também oferecem a vida por este
testemunho.
Estes
são os verdadeiros cristãos!
Eles
trazem o céu no coração, olham para além.
Quem
teve a graça de abraçar a ressurreição de Jesus, pode ainda
esperar no inesperado”.
Os
mártires de todos os tempos, com a sua fidelidade a Cristo –
observa o Papa – confirmam que “a injustiça
não é a última palavra na vida. Em Cristo ressuscitado, podemos
continuar sempre a esperar”:
“Os
homens e as mulheres que têm um “porque” viver, resistem mais do
que os outros nos tempos de infortúnio.
Mas
quem tem Cristo ao seu lado, realmente não teme nada.
É
por isso que os cristãos, os verdadeiros cristãos, nunca são
homens fáceis e acomodados.
A
sua brandura não deve ser confundida com um sentimento de
insegurança e de submissão (…).
Caídos,
reerguem-se sempre”.
Este
é o motivo, concluiu dizendo o Papa, a razão porque o cristão é
um missionário de esperança.
“Não
por mérito seu, mas graças a Jesus, o grão de trigo que, caído em
terra, morreu e deu muito fruto”.
Resumo,
divulgado pela Santa Sé, da catequese do Santo Padre:
O
cristão é um missionário de esperança; e não por mérito próprio
mas graças a Jesus, grão de trigo que, caído em terra, morreu para
dar muito fruto.
Não
é um arauto ou um profeta de desgraças, como se tudo tivesse
terminado no calvário ou na sepultura.
O
essencial do seu anúncio é Jesus, que Se entregou à morte pelos
nossos pecados e que Deus ressuscitou na manhã de Páscoa.
Os
discípulos ficaram abatidos depois da sua crucifixão e sepultura;
aquela pedra, rolada contra a entrada do sepulcro, pusera termo a
três anos de vida esperançosa e entusiasmante na companhia do
Mestre vindo de Nazaré; parecia o fim de tudo, e alguns começavam
já a deixar Jerusalém para regressar a casa.
Mas
Jesus ressuscitou.
Este
facto inesperado transformou a mente e o coração dos discípulos,
uma transformação que ficará completa quando receberem a força do
Espírito Santo no dia de Pentecostes.
Desde
então, há um «extra» que habita a existência cristã,
inexplicável pela simples força de vontade ou por um cego
optimismo; até parece que os crentes têm, por cima das suas
cabeças, «um bocado de céu» a mais, que o mundo nem sequer
consegue intuir.
Assim
a tarefa dos cristãos neste mundo é abrir espaços de salvação,
como se fossem células de regeneração capazes de voltar a fazer
correr seiva vital onde tudo parecia morto e perdido para sempre.
Quando
o céu se apresenta todo nebuloso, é vista como uma bênção a
pessoa que sabe falar do sol.
Por
isso o verdadeiro cristão não é lamuriento nem mal-humorado, mas
sempre irradia esperança com o seu modo de acolher, sorrir e amar.
A
força da ressurreição irrompeu nele, convencendo-o de que nenhum
mal é infinito, nenhuma noite é sem fim, nenhum homem é caso
definitivamente perdido, nenhum ódio é invencível pelo amor.
Fontes:
Santa Sé; Rádio Vaticano
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