Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

PERANTE O ENIGMA DA MORTE MANTER A ESPERANÇA E A FÉ





Na catequese desta manhã o Papa Francisco estabeleceu uma relação entre a esperança cristã e a realidade da morte que a civilização moderna tende cada vez mais a cancelar
   
   
O Papa falou do enigma da morte, recomendando a estar prontos, nutridos pela fé e a esperança na vida eterna prometida por Jesus.
Nesse dia Ele nos toma pela mão e essa esperança torna-se realidade.

Encontramo-nos impreparados, sem um ”alfabeto” adequado para dizer palavras com sentido em volta do mistério da morte.
No entanto, os primeiros sinais de civilização humana passaram precisamente por este enigma.

Poderíamos dizer que o homem nasceu com os culto dos mortos.“

Diversas civilizações olharam com coragem para esta realidade ineludível que obrigava o homem a viver por algo de absoluto – afirmou Francisco citando o salmo 90 que diz “Ensina-nos a contar os dias e a termos um coração sábio”.
Palavras que nos chamam a um são realismo, pondo de lado o delírio da omnipotência.
O que somos nós? – perguntou o Papa, que respondeu com as palavras do salmo 88: “quase nada”, a vida passa como um sopro, e a morte põe a nu a nossa vida e nos mostra que os nossos actos de orgulho, de ira, de ódio não eram senão vaidade, pura vaidade.
E damo-nos conta, com amargura, de não ter amado suficientemente, de não ter procurado o que era essencial.
Por outro lado, vemos o que de realmente bom semeamos: os afectos pelos quais nos sacrificamos e que agora nos asseguram a mão.
E o Santo Padre continuou:

Jesus iluminou o mistério da nossa morte.
Com o seu comportamento nos autoriza a nos sentirmos tristes quando um ente querido morre.
Ele se sentiu profundamente perturbado perante o túmulo do amigo Lázaro e desatou a chorar.
Nesta atitude, sentimos Jesus muito próximo, nosso irmão.
Ele chorou pelo seu amigo Lázaro.”

O Papa Francisco lançou um convite aos participantes na audiência:

Eu vos convido, agora, a fechar os olhos e a pensar naquele momento: da nossa morte.
Cada um de nós pense na própria morte, e imagine aquele momento que virá, quando Jesus nos tomará a mão e nos dirá: “vem, vem comigo, levanta-te”.
Ali acabará a esperança e será a realidade, a realidade da vida.
Pensai bem: o próprio Jesus virá a cada um de nós e nos tomará as mãos, com a sua ternura, a sua doçura, o seu amor.
E cada um repita no seu coração as palavras de Jesus: “levanta-te, vem. Levanta-te, vem. Levanta-te, ressurge!”

Esta é a nossa esperança perante a morte.
Para quem acredita é uma porta que se abre de par em par.
Para quem dúvida é um raio de luz que passa por um buraquito que não se fechou completamente.
Mas para todos será uma graça, quando essa luz, do encontro com Jesus, nos iluminar – concluiu o Papa.


Resumo, divulgado pela Santa Sé, da catequese do Santo Padre:

O enigma da morte recebe luz da esperança cristã, chegando esta a cantar: «Felizes os mortos que morrem no Senhor».
A Marta, que chora pela morte de seu irmão Lázaro, o Senhor Jesus assegura: «Teu irmão ressuscitará», pois, «quem crê em Mim, mesmo que tenha morrido, viverá».
Eu não sou a morte; «Eu sou a ressurreição e a vida». «Crês nisto?» – pergunta ele a Marta.

Jesus, porém, faz a mesma pergunta a cada um de nós, sempre que a morte dilacera o tecido da vida e dos afectos.
Com a morte, a nossa existência toca o cimo, tendo diante de nós a vertente da fé ou o precipício do nada.
O desafio que então nos lança Jesus é continuar a crer.

Assim fez Ele com Jairo, a quem acabam de comunicar que a sua filha morreu, não há mais nada a fazer, de que serve incomodar o Mestre?!
Jesus ouve e apressa-se a tranquilizar Jairo: «Não tenhas receio; crê somente!».
O Senhor sabe que aquele pai é tentado a deixar-se cair na angústia e no desespero, e recomenda-lhe que conserve acesa a chamazinha que arde no seu coração: a fé.
«Não tenhas medo! Continua a manter acesa a chama da fé!»
E valeu? Sim; Jesus, chegado a casa dele, ressuscita a menina e entrega-a viva aos pais.

No caso de Lázaro, ressuscita-o quatro dias depois de ele ter morrido; já estava sepultado.
E Jesus manda-o sair do túmulo.

A esperança cristã apoia-se e alimenta-se desta posição que Jesus assume contra a morte.
Por nós, nada podemos; encontramo-nos indefesos perante o mistério da morte.
«Não tenhas receio – diz-nos Jesus –; crê somente!»
A graça de que necessitamos naquele momento – uma graça imensa! – é conservar acesa no coração a chama da fé.
Porque Jesus há de vir, tomar-nos-á pela mão, como fez com a filha de Jairo, e ordenar-nos-á: «Levanta-te, ressuscita».


Fontes: Santa Sé; Rádio Vaticano


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