Esta
semana o Papa Francisco dedicou a sua catequese ao sétimo
mandamento:
não roubarás
Um
mandamento – explicou o Santo Padre na catequese de hoje – que
não se relaciona apenas com o «tema do roubo ou do furto» e do
«respeito da propriedade alheia» mas exorta a uma reflexão mais
ampla sobre a «propriedade dos bens à luz da sabedoria cristã».
De
facto, a doutrina social da Igreja fala de «destino universal» para
recordar que, ainda que deva ser reconhecido «o respeito da
propriedade privada», «os bens da criação são destinados a todo
o género humano».
“O
mundo é rico de recursos para garantir a todos os bens primários.
No
entanto, muitos vivem numa pobreza escandalosa e os recursos, usados
sem critérios, vão-se deteriorando.
Mas
o mundo é um só!
A
humanidade é uma só!
A
riqueza do mundo hoje está nas mãos de uma minoria, de poucos, e a
pobreza, aliás, a miséria, é o sofrimento de muitos, da maioria.”
Na
realidade, ninguém «é dono absoluto dos bens» mas é «seu
administrador».
“Ninguém
é dono absoluto dos bens, é um administrador.
A
posse é uma responsabilidade.
...
Aquilo
que realmente possuo é aquilo que sei doar.
Esta
é a medida para avaliar como eu administro a riqueza – bem ou mal.
...
Se
posso doar, sou aberto, então sou rico, mas também na generosidade.
...
De
facto, se não posso doar algo, é porque essa coisa me possui, tem
poder sobre mim e eu sou um escravo.”
Resumo,
disponibilizado pela Santa Sé, da catequese do Papa Francisco:
O
sétimo Mandamento da Lei de Deus – «não furtar nem injustamente
reter ou danificar os bens do próximo» – pede-nos o respeito dos
bens alheios, mediante a prática da justiça e da caridade, da
temperança e da solidariedade.
A
criação querida e feita por Deus não é uma obra em série; entre
os seres criados, há diferenças, estão em condições diversas, de
tal modo que se pode viver provendo uns ao bem dos outros.
A
terra é rica de recursos para assegurar, a todos, os bens primários
e no entanto há muitos que vivem numa escandalosa indigência…
O
mundo é um só; a humanidade é uma só!
E
a doutrina social da Igreja apresenta o destino universal dos bens
como primordial, embora a promoção do bem comum exija o respeito
pela propriedade privada, o direito a ela e o respectivo exercício.
Mas,
a posse é uma responsabilidade: «a propriedade de um bem – lê-se
no Catecismo – faz do seu detentor um administrador da providência
de Deus» (n. 2404).
Por
isso, todos os bens subtraídos à lógica da Providência de Deus
acabam atraiçoados no seu sentido mais profundo.
Só
possuo verdadeiramente aquilo que sei dar.
De
facto, se não consigo dar uma coisa é porque ela me possui a mim,
tem poder sobre mim, sou escravo dela.
A
propriedade de um bem dá-me ocasião para o multiplicar com
criatividade e utilizar com generosidade, permitindo-me crescer na
caridade e na liberdade.
Então
a minha vida torna-se boa e a posse torna-se verdadeiramente uma
bênção.
Pois
a vida não é tempo para possuir, mas para amar: o que nos faz
ricos, não são os bens mas o amor.
Fontes:
Santa Sé; Notícias do Vaticano; L’Osservatore Romano
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