INTENÇÃO
DE ORAÇÃO UNIVERSAL:
Ao
serviço da paz
Intenção
de oração Universal:
Para
que a linguagem do coração e do diálogo prevaleça sempre sobre a
linguagem das armas.
Um
mundo dilacerado
2.
Enquanto o século passado foi arrasado por duas guerras mundiais
devastadoras, conheceu a ameaça da guerra nuclear e um grande número
de outros conflitos, hoje, infelizmente, encontramo-nos a braços com
uma terrível guerra mundial aos pedaços.
Não
é fácil saber se o mundo de hoje seja mais ou menos violento que o
de ontem, nem se os meios modernos de comunicação e a mobilidade
que caracteriza a nossa época nos tornem mais conscientes da
violência ou mais rendidos a ela.
Seja
como for, esta violência que se exerce «aos pedaços», de maneiras
diferentes e a variados níveis, provoca enormes sofrimentos de que
estamos bem cientes: guerras em diferentes países e continentes;
terrorismo, criminalidade e ataques armados imprevisíveis; os abusos
sofridos pelos
migrantes
e as vítimas de tráfico humano; a devastação ambiental.
E
para quê? Porventura a violência permite alcançar objectivos de
valor duradouro? Tudo aquilo que obtém não é, antes, desencadear
represálias e espirais de conflitos letais que beneficiam apenas a
poucos «senhores da
guerra»?
A
violência não é o remédio para o nosso mundo dilacerado.
Responder à violência com a violência leva, na melhor das
hipóteses, a migrações forçadas e a atrozes sofrimentos, porque
grandes quantidades de recursos são destinadas a fins militares e
subtraídas às exigências do dia-a-dia dos jovens, das famílias em
dificuldade, dos idosos, dos doentes, da grande maioria dos
habitantes da terra.
No
pior dos casos, pode levar à morte física e espiritual de muitos,
se não mesmo de todos.
A
Boa Nova
3.
O próprio Jesus viveu em tempos de violência. Ensinou que o
verdadeiro campo de batalha, onde se defrontam a violência e a paz,
é o coração humano: «Porque é do interior do coração dos
homens que saem os maus pensamentos» (Marcos 7, 21).
Mas,
perante esta realidade, a resposta que oferece a mensagem de Cristo é
radicalmente positiva: Ele pregou incansavelmente o amor
incondicional de Deus, que acolhe e perdoa, e ensinou os seus
discípulos a amar os inimigos
(cf.
Mateus 5, 44) e a oferecer a outra face (cf. Mateus 5, 39).
Quando
impediu, aqueles que acusavam a adúltera, de a lapidar (cf. João 8,
1-11) e na noite antes de morrer, quando disse a Pedro para repor a
espada na bainha (cf. Mateus 26, 52), Jesus traçou o caminho da
não-violência que Ele percorreu até ao fim, até à cruz, tendo
assim estabelecido a paz e destruído a hostilidade (cf. Efésios 2,
14-16).
Por
isso, quem acolhe a Boa Nova de Jesus, sabe reconhecer a violência
que
carrega
dentro de si e deixa-se curar pela misericórdia de Deus, tornando-se
assim, por sua vez, instrumento de reconciliação, como exortava São
Francisco de Assis: «A paz que anunciais com os lábios, conservai-a
ainda mais abundante nos vossos corações».
Hoje,
ser verdadeiro discípulo de Jesus significa aderir também à sua
proposta de não-violência.
Esta,
como afirmou o meu predecessor Bento XVI, «é realista pois
considera que no mundo existe demasiada violência, demasiada
injustiça e, portanto, não se pode superar esta situação, exceto
se lhe contrapuser algo mais de amor, algo mais de bondade.
Este
“algo mais” vem de Deus».
E
acrescentava sem hesitação: «a não-violência para os cristãos
não é um mero comportamento táctico, mas um modo de ser da pessoa,
uma atitude de quem está tão convicto do amor de Deus e do seu
poder que não tem medo de enfrentar o mal somente com as armas do
amor e da verdade.
O
amor ao inimigo constitui o núcleo da “revolução cristã”».
A
página evangélica – amai os vossos inimigos (cf. Lucas 6, 27) –
é, justamente, considerada «a magna carta da não-violência
cristã»: esta não consiste «em render-se ao mal (...), mas em
responder ao mal com o bem (cf. Romanos 12, 17-21), quebrando dessa
forma a corrente da injustiça».
Mais
poderosa que a violência
4.
Por vezes, entende-se a não-violência como rendição, negligência
e passividade, mas, na realidade, não é isso.
Quando
a Madre Teresa recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1979, declarou
claramente
qual era a sua ideia de não-violência ativa: «Na nossa família,
não temos necessidade de bombas e de armas, não precisamos de
destruir para edificar a paz, mas apenas de estar juntos, de nos
amarmos uns aos outros (...).
E
poderemos superar todo o mal que há no mundo».
Com
efeito, a força das armas é enganadora.
«Enquanto
os traficantes de armas fazem o seu trabalho, há pobres
pacificadores que, só para ajudar uma pessoa, outra e outra, dão a
vida»; para estes obreiros da paz, a Madre Teresa é «um símbolo,
um ícone dos nossos tempos».
No
passado mês de Setembro, tive a grande alegria de a proclamar Santa.
Elogiei a sua disponibilidade para com todos «através do
acolhimento e da defesa da vida humana, a dos nascituros e a dos
abandonados e descartados.
(...)
Inclinou-se sobre as pessoas indefesas, deixadas moribundas à beira
da estrada, reconhecendo a dignidade que Deus lhes dera; fez ouvir a
sua voz aos poderosos da terra, para que reconhecessem a sua culpa
diante dos crimes – diante dos crimes! – da pobreza criada por
eles mesmos».
Como
resposta, a sua missão – e nisto representa milhares, antes,
milhões de pessoas – é ir ao encontro das vítimas com
generosidade e dedicação, tocando e vendando cada corpo ferido,
curando cada vida dilacerada.
MENSAGEM
PARA A CELEBRAÇÃO DO 50º DIA MUNDIAL DA PAZ
Papa
Francisco, 8 de Dezembro 2016
ORAÇÃO
Senhor
Jesus, Príncipe da Paz,
num
mundo dilacerado pela guerra e pela violência, vejo-me muitas vezes
perdido e insensível à realidade do sofrimento de tantos irmãos e
irmãs.
Eu
Te peço, toca o meu coração para poder ser construtor do diálogo
e da paz, a começar junto daqueles a quem devo perdoar e pedir
perdão.
Envia,
Senhor, o teu Espírito ao coração de quantos fazem a guerra, para
que se sintam movidos a dialogar e a perceber que a violência não
resolve os problemas, antes causa um maior sofrimento.
Faz-me
sentir sempre a tua paz e ser transmissor da paz!
Pai
Nosso...
DESAFIOS
PARA O MÊS
-
Quais são as pessoas e situações que precisam de reconciliação no meu coração? Ter palavras e gestos concretos de perdão.
-
Perante situações de desavença e conflito, nos ambientes em que vivo, vou procurar ser agente de reconciliação, estabelecer pontes e favorecer o diálogo e a compreensão mútua.
-
Organizar um momento de oração na comunidade para ajudar a não deixar o coração indiferente às realidades de guerra, conflito e violência a que assistimos, longe ou perto de nós.
O
VÍDEO DO PAPA – Ao
serviço da paz
Três
letras que alguns utilizam normalmente mas há outros que há anos
não a experimentam.
Porque
em muitos lugares do mundo a paz não é uma realidade, é somente um
desejo para milhares de pessoas que sofrem pela sua ausência.
Pensemos
mais do que nessas três letras, mas no seu significado.
Rezemos
e trabalhemos para alcançar a verdadeira paz.
Papa
Francisco – Novembro 2018
“Todos
queremos a paz.
É
uma aspiração profunda, sobretudo daqueles que sofrem pela ausência
de paz.
Recordemos
que Jesus também viveu em tempos de violência.
E
Ele ensinou-nos
que a verdadeira paz está no coração humano.
Podemos
falar com palavras esplêndidas, mas, se no
nosso
coração não há paz, não haverá no mundo.
Pratiquemos
esta paz nos pequenos gestos, com o diálogo a
guiar
as relações pessoais e sociais.
Com
zero violência e cem por cento de ternura, construamos a paz
evangélica que não exclui ninguém.
Rezemos
juntos para que a linguagem do coração e do diálogo prevaleça
sempre sobre a linguagem das armas.”
Fontes:
Apostolado da Oração; Rede Mundial de Oração do Papa
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