O
Papa Francisco explicou hoje a penúltima invocação do Pai Nosso:
"Não
nos deixeis cair em tentação"
(Mt 6, 13)
Esta
invocação, afirmou, introduz-nos no âmago do drama, isto é, no
terreno do confronto entre a nossa liberdade e as insídias do
maligno.
Independentemente
da interpretação do texto, deve-se excluir que Deus seja o
protagonista das tentações que pairam sobre o caminho do homem.
“Os
cristãos não lidam com um Deus invejoso, em competição com o
homem, ou que gosta de colocá-lo à prova", disse o Papa
Francisco.
Pelo
contrário, quando o mal aparece na vida do homem, combate ao seu
lado, para que possa ser libertado.
“Um
Deus que combate por nós, não contra nós.
É
um Pai.
É
nesse sentido que rezamos o Pai Nosso."
Deus
está sempre connosco, prosseguiu o Papa:
"Quando
nos dá a vida, durante a vida, nas alegrias, nas provações, na
tristeza, nos fracassos quando pecamos.
Mas
sempre connosco porque é Pai, não pode abandonar-nos".
Jesus
foi tentado no deserto por Satanás.
A
sua vida pública começou assim, recordou o Papa.
Alguns
recriminam:
“Mas
porque falar do diabo, é uma coisa antiga, não existe.
Mas
o Evangelho ensina-nos que Jesus enfrentou o diabo.
E
saiu vitorioso".
Quando
Jesus se retira para rezar no Getsêmani, o seu coração é invadido
por uma angústia indescritível.
Ele
experimenta a solidão e o abandono a ponto de pedir aos seus amigos:
"Ficai aqui e vigiai comigo" (Mt 26, 38).
Mas
eles adormeceram.
Mas
no tempo em que o homem conhece sua provação, Deus ao invés vigia.
“Nos
momentos mais difíceis da nossa vida, mais sofridos, mais
angustiantes, Deus vigia connosco, luta connosco, sempre perto de
nós.
Por
quê?
Porque
é Pai.
Assim
começamos a oração: Pai Nosso.
Um
Pai não abandona seus filhos.”
O
Santo Padre termina com a seguinte oração:
"Afasta
de nós, ó Deus, o tempo de provação e da tentação.
Mas
quando chegar para nós este tempo, mostra-nos que não estamos
sozinhos, que o Cristo já tomou sobre si o peso dessa cruz, e nos
chama a carregá-la com Ele, abandonando-nos confiantes no amor do
Pai."
Resumo
da catequese do Santo Padre:
A
penúltima invocação do Pai-Nosso – «não nos deixeis cair em
tentação» – entra no terreno do confronto entre a nossa
liberdade e as ciladas do maligno.
Nós
sabemos que o Pai do Céu combate ao nosso lado, para não
soçobrarmos na prova e na tentação.
Estes
dois momentos aparecem misteriosamente presentes na vida do próprio
Jesus: as tentações ao início da sua vida pública e, no final
desta, a prova bem explícita na agonia do Jardim das Oliveiras.
São
precisamente estes textos evangélicos que nos mostram como o Pai do
Céu atende a referida invocação: não nos deixa sozinhos, mas, em
Jesus, manifesta-se como Deus connosco até às consequências
extremas.
Na
prova do Getsémani, acontece algo de inesperado: Jesus, que nunca
mendigara amor para Si mesmo, naquela noite sente a sua alma invadida
por uma tristeza de morte e pede a proximidade dos seus discípulos:
«Ficai aqui e vigiai comigo».
Eles,
porém, adormeceram…
Na
hora da agonia, Deus pede ao homem para não O abandonar, mas o homem
adormece.
Pelo
contrário, na hora em que o homem experimenta a prova, Deus vela.
Aquela
noite de sofrimento e luta constitui o extremo sinal da Encarnação:
Deus desce para nos encontrar nos nossos abismos e dores de parto que
constelam a história.
O
nosso conforto na hora da prova é saber que este vale de lágrimas,
desde quando Jesus o atravessou, já não é pura desolação, mas
está abençoado pela presença do Filho de Deus.
Ele
nunca nos abandona.
Por
isso, na hora da prova e da tentação, abandonemo-nos, confiantes,
ao amor do Pai.
O
desemprego é tragédia mundial
Na
sua saudação final o Papa pediu a intercessão de São José
operário para aqueles que perderam o emprego.
No
Dia do Trabalhador, o Papa Francisco definiu o desemprego como uma
“tragédia mundial” e pediu a intercessão de São José por
aqueles que perderam o próprio emprego ou não conseguem
encontrá-lo.
O
Santo Padre fez votos de que a figura de São José, “o humilde
trabalhador de Nazaré, nos oriente em direcção a Cristo, sustente
o sacrifício daqueles que praticam o bem neste mundo e interceda por
aqueles que perderam o próprio emprego ou não conseguem
encontrá-lo, uma tragédia mundial nestes tempos”.
Fontes:
Santa Sé; Notícias do Vaticano
Sem comentários:
Enviar um comentário