Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quarta-feira, 15 de maio de 2019

DO PERDÃO DE JESUS NA CRUZ BROTA A PAZ






Mas devemos pedir "livrai-nos do mal"
   
   
Na Audiência Geral de hoje, o Papa Francisco deu continuidade ao seu ciclo de catequeses sobre a oração do Pai Nosso.

Inspirou-se no trecho das escrituras tirado da primeira carta de São Pedro apóstolo (5, 6-9) para reflectir sobre a sétima expressão: «Livrai-nos do mal».
Quem a pronuncia, explicou, «não só pede para não ser abandonado no tempo da tentação, mas suplica também para ser libertado» do «maligno que tende a pegar-nos e a morder-nos» como «um leão furioso».

Eis então a importância desta prece através da qual «Jesus nos deixa a herança mais preciosa», garantiu o Papa.
De facto, «se não houvesse os últimos versículos do Pai Nosso como poderiam rezar os pecadores, os perseguidos, os desesperados, os moribundos?».

Há um mal na nossa vida, que é uma presença indiscutível.
Os livros de história são o desolador catálogo de quanto a nossa existência neste mundo tem sido uma aventura muitas vezes fracassada.
Há um mal misterioso, que certamente não é obra de Deus - sim, não é obra de Deus -, mas penetra silencioso entre as páginas da história.
Silencioso como a serpente que carrega o veneno silenciosamente.”

A pessoa que reza não é cega, e vê com clareza diante de seus olhos esse mal que é tão presente e tão em contradição com o mistério próprio de Deus.
Não há ninguém entre nós que possa dizer estar isento do mal, ou de não ser ao menos tentado.
Todos nós sabemos o que é o mal, todos nós sabemos o que é a tentação, todos nós experimentamos na própria carne a tentação, de qualquer pecado.
Mas o tentador sugere-nos: faz isto, pensa isto, vai por aquele caminho - leva-nos ao mal.”

"Do perdão de Jesus na Cruz brota a paz, a verdadeira paz vem da cruz: o dom do Ressuscitado é a paz, um dom que nos dá Jesus (...).
O Senhor dá-nos a paz, dá-nos o perdão, mas nós devemos pedir "livrai-nos do mal", para não cair no mal.
Esta é a nossa esperança, a força que nos dá Jesus, Jesus ressuscitado, que está aqui, no meio de nós, Ele está aqui.

Está aqui, com a força que nos dá para seguir em frente e que promete libertar-nos do mal".





Resumo da catequese de hoje:

«Livrai-nos do mal»: pedimos nós a Deus, na última invocação do Pai Nosso.
Assim, Jesus ensinou-nos a invocar o Pai em todas as ocasiões da vida, incluindo aquelas em que se faz sentir a presença ameaçadora do maligno.
A pessoa que ora não é cega; tem diante dos olhos esta presença embaraçante e contrária ao mistério de Deus: um mal misterioso que, seguramente, não é obra de Deus, mas penetra, silencioso, nos sulcos da história.
O último grito do Pai Nosso é lançado contra esta presença do maligno, sob cuja instigação se multiplicam no mundo os lutos do homem, as injustiças, a escravidão, a exploração do outro, o sofrimento das crianças e a profanação da sua inocência.
Ora todos estes factos geram repulsa no coração da pessoa humana.
Esta é um ser votado à vida, que sonha com o amor e o bem, mas depois acaba subjugada ao mal.
A contradição sentida dentro de nós mesmos é tal, que podemos ser levados a desesperar do homem…
O cristão sabe, por experiência, como é aliciante e subjugador o poder do maligno («é como um leão que ronda e ruge, procurando a quem devorar»), mas sabe também que Jesus nunca cedeu às suas seduções, suportou o mal e venceu-o por nós: está da nossa parte e vem em nossa ajuda.
Se não houvesse esta súplica no Pai Nosso, como poderiam rezar os pecadores, os perseguidos, os desesperados, os moribundos?
A imploração – «livrai-nos do mal» – recorda a todos a presença do Filho de Deus que nos libertou do mal e restituiu a paz com a sua ressurreição.
Nisto está a nossa esperança.



Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano; L’Osservatore Romano


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