Desde
a manhã de hoje até Domingo dia 2 de Junho o Papa Francisco realiza
a sua 30ª Viagem Apostólica
Vinte
anos depois de João Paulo II, o Papa Francisco desloca-se à
Roménia.
O
Santo Padre visitará não só Bucareste, como ocorreu com o Papa
Wojtyla, mas também diferentes regiões, cada uma com a sua própria
história e cultura, onde encontrará as diferentes comunidades
católicas.
A
Roménia é um país com uma maioria ortodoxa em que os católicos
são cerca de 7%.
O
logótipo da viagem ao país, que é definido “jardim da Mãe de
Deus”, tem uma marca mariana, com o convite à comunidade inteira a
pôr-se sob o manto protector de Nossa Senhora.
Um
convite à unidade frisado pelo mote que recita: «Caminhemos
juntos».
Segundo
a tradição, as cores do logótipo evocam as da bandeira nacional
romena: azul, amarelo e vermelho.
Na
mensagem em vídeo divulgada esta terça-feira (dia 28 de Maio), em
língua italiana, o Papa começa saudando cordialmente o povo da
Roménia, um “país belo e acolhedor”, e afirma que fará a
visita “como peregrino e irmão”.
O
Papa então citou os irmãos Pedro e André, os Apóstolos de Cristo,
para falar dos laços de fé que unem os cristãos.
“Aguardo
com grande expectativa a alegria de encontrar o Patriarca e o Sínodo
Permanente da Igreja Ortodoxa Romena, como também os pastores e os
fiéis católicos.
Os
laços de fé que nos unem remontam aos Apóstolos, em especial, o
vínculo que uniu Pedro e André, que, segundo a tradição, levou a
fé às vossas terras.
Irmãos
de sangue, eles também derramaram o sangue pelo Senhor.
E,
entre vós, foram tantos os mártires, mesmo nos últimos tempos,
como os sete bispos greco-católicos que terei a alegria de proclamar
Beatos.
Aquilo
pelo que sofreram, a ponto de oferecer a vida, é uma herança muito
preciosa para ser esquecida.
E
é uma herança comum, que nos chama a não nos distanciarmos do
irmão que a compartilha.”
O
Papa Francisco finalizou a mensagem, assegurando proximidade na
oração e enviando a sua bênção, além de enaltecer o percurso
que será feito durante a viagem - uma caminhada conjunta:
“Vou
até vós para caminharmos juntos.
Caminhamos
juntos quando aprendemos a preservar as raízes e a família, quando
cuidamos do futuro dos filhos e do irmão que está ao lado, quando
vamos além dos medos e das suspeitas, quando derrubamos as barreiras
que nos separam dos outros.”
Esta
manhã, após a Recepção Oficial no Aeroporto de Bucareste,
realizou-se no Palácio Presidencial a Cerimónia de Boas-vindas, a
Visita de Cortesia ao Presidente da Roménia, o encontro com o
Primeiro-Ministro, e o habitual encontro com as Autoridades, a
Sociedade Civil e o Corpo Diplomático.
Após
as palavras de boas-vindas do Presidente, o Papa Francisco pronunciou
seu discurso expressando sua alegria:
“Estou
feliz por me encontrar na vossa linda terra, vinte anos depois da
visita de São João Paulo II e no semestre em que a Roménia –
pela primeira vez desde que começou a fazer parte da União Europeia
– preside ao Conselho Europeu.”
Depois
de lembrar dos 30 anos passados desde que a Roménia se libertou do
regime que oprimia a liberdade civil e religiosa, o Papa elogiou a
reconstrução e o trabalho feito “através do pluralismo das
forças políticas e sociais e do seu diálogo mútuo, através do
reconhecimento fundamental da liberdade religiosa e da plena
integração do país no mais amplo cenário internacional”.
E
abordou o fenómeno da emigração:
“Penso,
em primeiro lugar, no fenómeno da emigração, que envolveu vários
milhões de pessoas que deixaram a casa e a pátria à procura de
novas oportunidades de trabalho e duma vida digna.
Penso
no despovoamento de tantas aldeias, que em poucos anos viram partir
uma parte considerável dos seus habitantes; penso nas consequências
que tudo isto pode ter sobre a qualidade da vida em tais terras e no
enfraquecimento das vossas raízes culturais e espirituais mais ricas
que vos sustentaram nos momentos mais duros, nas adversidades.
Presto
homenagem aos sacrifícios de tantos filhos e filhas da Roménia que
enriquecem os países para onde emigraram, com a sua cultura, o seu
património de valores e o seu trabalho e, com o fruto do seu
empenho, ajudam a família que ficou na própria pátria.
Pensar
nos irmãos e irmãs que estão no estrangeiro é um acto de
patriotismo, é um acto de fraternidade, é um acto de justiça.
Continuai
a fazê-lo.”
Sobre
a nova fase histórica que o país atravessa, o Papa Francisco
referiu que:
“é
preciso aumentar a colaboração positiva das forças políticas,
económicas, sociais e espirituais; é necessário caminhar juntos,
caminhar unidos e que todos se comprometam, convictamente, a não
renunciar à vocação mais nobre a que deve aspirar um Estado:
ocupar-se do bem comum do seu povo.”
E
que a Igreja católica quer dar o seu contributo para a construção
da sociedade.
“Neste
sentido, as Igrejas cristãs podem ajudar a reencontrar e alentar o
coração pulsante donde fazer fluir uma acção política e social
que parta da dignidade da pessoa e leve a empenhar-se, leal e
generosamente, pelo bem comum da colectividade.”
Encontro
do Papa Francisco com as Autoridades, o Corpo Diplomático e os
Representantes da Sociedade Civil - Palácio Presidencial Cotroceni,
Bucareste, Roménia:
Fontes:
Santa Sé; Notícias do Vaticano; L'Osservatore Romano
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