Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

QUARESMA: ENTRAR NO DESERTO




O tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta Quarta-feira de Cinzas
   
   
O Santo Padre falou sobre o significado espiritual do deserto - o que o deserto significa espiritualmente para todos nós, mesmo para os que moram na cidade.

Hoje, Quarta-feira de Cinzas , começamos a jornada quaresmal, uma jornada de quarenta dias em direcção à Páscoa, em direcção ao coração do ano litúrgico e da fé.
É um caminho que segue o de Jesus, que no início de seu ministério se retirou por quarenta dias para rezar e jejuar, tentado pelo diabo, no deserto.”

O deserto é o lugar da Palavra de Deus

O Papa convidou os presentes a imaginarem estar num deserto.

A primeira sensação seria a de estarmos envolvidos num grande silêncio: sem barulho, a não ser do vento e da nossa respiração.
O deserto é o lugar em que se toma distância do barulho que nos circunda.
É ausência de palavras para dar espaço a outra Palavra, a Palavra de Deus, que acaricia o nosso coração como a brisa suave.
O deserto é o lugar da Palavra, com letra maiúscula.
Na Bíblia, o Senhor gosta de conversar connosco no deserto.
No deserto, ele entrega a Moisés as “dez palavras", os dez mandamentos.
E quando o povo se afasta Dele, tornando-se como uma noiva infiel, Deus diz: «Vou levá-la ao deserto e conquistar seu coração. Lá me responderá, como nos dias de sua juventude».
No deserto, ouve-se a Palavra de Deus, que é como um som suave.”

A Quaresma é o tempo propício para abrir espaço à Palavra de Deus.
É o tempo para desligar a televisão e abrir a Bíblia.
É o tempo para desligar o telemóvel e nos ligarmos ao Evangelho.
É o tempo de renunciar a palavras inúteis, críticas e mexericos e nos aproximarmos do Senhor.
É o tempo de nos dedicarmos a uma ecologia saudável do coração, fazer uma limpeza.
Vivemos num ambiente poluído por muita violência verbal, por muitas palavras ofensivas e nocivas que a rede amplifica.”

O deserto é o lugar do essencial

Ao diabo que o tentou, Jesus respondeu: “O homem não viverá somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”.
Mais que o pão, precisamos da Palavra de Deus, precisamos falar com Deus: rezar”, disse o Papa.

O deserto é o lugar do essencial.
Olhemos para as nossas vidas: quantas coisas inúteis nos circundam.
Seguimos mil coisas que parecem necessárias, mas na realidade não são.
Como nos faria bem libertar-nos de tantas realidades supérfluas para mais facilmente identificarmos aquilo que interessa e reencontrar o rosto de quem está ao nosso lado.”

Jejuar é saber renunciar às coisas vãs, supérfluas, para ir ao essencial.
Jejuar não é apenas para emagrecer, jejuar é ir ao essencial, é buscar a beleza de uma vida mais simples.”


O deserto é o lugar da solidão

Por fim, o Papa disse que o deserto “é o lugar da solidão”.

Ainda hoje, perto de nós, existem muitos desertos, muitas pessoas sozinhas.
São pessoas sós e abandonadas.
Quantos pobres e idosos estão ao nosso lado e vivem em silêncio, sem fazer barulho, marginalizados e descartados!”

Falar sobre eles não faz audiência.
Mas o deserto leva-nos a eles, àqueles que, em silêncio, pedem a nossa ajuda.
Muitos olhares silenciosos que pedem a nossa ajuda.
O caminho no deserto quaresmal é um caminho da caridade para com os vulneráveis.

Oração, jejum e obras de caridade: eis o caminho no deserto quaresmal.”







Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano


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