A
catequese do Papa Francisco foi dedicada à primeira bem-aventurança
proclamada por Jesus
Bem-aventurados
os pobres em espírito
O
Santo Padre comentou a primeira das oito proclamadas por Jesus:
“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino
dos Céus”. (Mt 5,3)
O
Papa começou por explicar o significado de “pobres”: aqui não
se trata simplesmente de uma pobreza material, mas de ser pobres em
espírito.
O
espírito, segundo a Bíblia, é o sopro da vida que Deus comunicou a
Adão, é a nossa dimensão mais íntima, a dimensão espiritual, a
que nos torna pessoas humanas, o núcleo profundo do nosso ser.
Portanto,
os “pobres em espírito” são aqueles que são e se sentem
pobres, mendicantes, no íntimo de seu ser.
“Quantas
vezes ouvimos o contrário!
É
preciso ser alguém, ser alguém… é disto que nasce a solidão e a
infelicidade: se devo ser 'alguém', estou competindo com os outros e
vivo na preocupação obsessiva pelo meu ego.
Se
não aceito ser pobre, sinto ódio por tudo aquilo que recorda a
minha fragilidade."
O
Reino de Deus é dos pobres em espírito, mas há também os reinos
deste mundo, feitos de pessoas com posses e comodidades.
Mas
são reinos que acabam.
O
poder dos homens, inclusive os maiores impérios, passam e
desaparecem.
"Mas
vemos na televisão, nos jornais, governantes fortes, poderosos, mas
caíram.
Ontem
eram, hoje não são mais.
As
riquezas deste mundo vão embora, também o dinheiro.
Os
velhos ensinavam-nos que o sudário não tinha bolsos.
Nunca
vi atrás de um cortejo fúnebre um camião de mudanças.
Ninguém
leva nada!"
Reina
realmente quem sabe amar o verdadeiro bem mais que a si mesmo.
Este
é o poder de Deus.
Cristo
mostrou-se poderoso porque soube fazer o que os reis da terra não
fazem: dar a vida pelos homens.
“Este
é o poder verdadeiro: poder da fraternidade, da caridade, do amor,
da humildade.
Isso
fez Cristo.
Nisto
está a verdadeira liberdade.
Quem
tem os poderes da humildade, do serviço, da fraternidade, é livre.”
Resumo
da catequese de hoje:
A
primeira Bem-aventurança ensina: “bem-aventurados os pobres em
espírito, porque deles é o Reino dos Céus”.
Aqui
não se trata simplesmente de uma pobreza material, mas de ser pobres
em espírito, ou seja, sentimo-nos pobres no íntimo do próprio ser.
Na
prática, significa reconhecer que não somos auto-suficientes, não
somos senhores da nossa existência.
Consequentemente,
ser pobre em espírito significa também rejeitar a tentação do
orgulho, sabendo reconhecer os nossos erros e pedir perdão a Deus –
que nunca se cansa de nos perdoar –, vencendo assim a tentação,
que tanta angústia nos causa, de viver escravizados pela preocupação
com a nossa imagem, com a opinião alheia.
Em
suma, o Reino dos Céus é dos pobres em espírito, porque eles são
capazes de amar o verdadeiro bem mais que a si mesmos, confiando em
Cristo, o Rei dos reis, que deu sua vida pelos homens.
Fontes:
Santa Sé; Notícias do Vaticano
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