Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

SER POBRE EM ESPÍRITO É SER LIVRE PARA AMAR


A catequese do Papa Francisco foi dedicada à primeira bem-aventurança proclamada por Jesus
Bem-aventurados os pobres em espírito
   
   
O Santo Padre comentou a primeira das oito proclamadas por Jesus: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”. (Mt 5,3)

O Papa começou por explicar o significado de “pobres”: aqui não se trata simplesmente de uma pobreza material, mas de ser pobres em espírito.
O espírito, segundo a Bíblia, é o sopro da vida que Deus comunicou a Adão, é a nossa dimensão mais íntima, a dimensão espiritual, a que nos torna pessoas humanas, o núcleo profundo do nosso ser.
Portanto, os “pobres em espírito” são aqueles que são e se sentem pobres, mendicantes, no íntimo de seu ser.

Quantas vezes ouvimos o contrário!
É preciso ser alguém, ser alguém… é disto que nasce a solidão e a infelicidade: se devo ser 'alguém', estou competindo com os outros e vivo na preocupação obsessiva pelo meu ego.
Se não aceito ser pobre, sinto ódio por tudo aquilo que recorda a minha fragilidade."

O Reino de Deus é dos pobres em espírito, mas há também os reinos deste mundo, feitos de pessoas com posses e comodidades.
Mas são reinos que acabam.
O poder dos homens, inclusive os maiores impérios, passam e desaparecem.

"Mas vemos na televisão, nos jornais, governantes fortes, poderosos, mas caíram.
Ontem eram, hoje não são mais.
As riquezas deste mundo vão embora, também o dinheiro.
Os velhos ensinavam-nos que o sudário não tinha bolsos.
Nunca vi atrás de um cortejo fúnebre um camião de mudanças.
Ninguém leva nada!"

Reina realmente quem sabe amar o verdadeiro bem mais que a si mesmo.
Este é o poder de Deus.
Cristo mostrou-se poderoso porque soube fazer o que os reis da terra não fazem: dar a vida pelos homens.

Este é o poder verdadeiro: poder da fraternidade, da caridade, do amor, da humildade.
Isso fez Cristo.
Nisto está a verdadeira liberdade.
Quem tem os poderes da humildade, do serviço, da fraternidade, é livre.”




Resumo da catequese de hoje:

A primeira Bem-aventurança ensina: “bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”.
Aqui não se trata simplesmente de uma pobreza material, mas de ser pobres em espírito, ou seja, sentimo-nos pobres no íntimo do próprio ser.
Na prática, significa reconhecer que não somos auto-suficientes, não somos senhores da nossa existência.
Consequentemente, ser pobre em espírito significa também rejeitar a tentação do orgulho, sabendo reconhecer os nossos erros e pedir perdão a Deus – que nunca se cansa de nos perdoar –, vencendo assim a tentação, que tanta angústia nos causa, de viver escravizados pela preocupação com a nossa imagem, com a opinião alheia.
Em suma, o Reino dos Céus é dos pobres em espírito, porque eles são capazes de amar o verdadeiro bem mais que a si mesmos, confiando em Cristo, o Rei dos reis, que deu sua vida pelos homens.



Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano


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