Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

XXIX DIA MUNDIAL DO DOENTE

 



Celebra-se nesta Quinta-feira dia 11 de Fevereiro de 2021

   

Nesta Quinta-feira, às 11H00, o Santuário de Fátima e a Agência Ecclesia vão transmitir pelos meios digitais, da Basílica de Nossa Senhora do Rosário, a Eucaristia do Dia Mundial do Doente. Também a Rádio Renascença e a TV Canção Nova efectuarão a transmissão em directo.



Nota da CEP sobre a celebração do Dia Mundial do Doente em Fátima

A Conferência Episcopal Portuguesa vai assinalar de forma especial o Dia Mundial do Doente com uma Missa na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no dia 11 de Fevereiro, às 11H00, que será presidida pelo Cardeal D. António Marto.

A Missa, que não contará com a participação de fiéis devido à situação de pandemia que o país atravessa, será transmitida pelos meios de comunicação social (Rádio Renascença e TV Canção Nova) e digital (Santuário de Fátima e Agência Ecclesia) e tem como intenção lembrar todos os que sofrem os efeitos da pandemia.

Os bispos portugueses consideram ser este o momento propício para prestar uma especial atenção às pessoas doentes, sobretudo neste momento de pandemia, e a todos aqueles que as acompanham, como salienta o Papa Francisco na Mensagem para o 29.º Dia Mundial do Doente.

Num texto intitulado “Um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos”, inspirado no trecho evangélico em que Jesus critica a hipocrisia “de quantos dizem mas não fazem”, o Santo Padre sublinha que “a experiência da doença faz-nos sentir a nossa vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, a necessidade natural do outro. Torna ainda mais nítida a nossa condição de criaturas, experimentando de maneira evidente a nossa dependência de Deus”.

Além da bênção dos doentes, haverá uma referência especial com uma prece pelos profissionais de saúde e por todos os cuidadores formais e informais que neste contexto estão na linha da frente na luta contra a pandemia e no cuidado ao próximo.

Lisboa, 5 de Fevereiro de 2021


ORAÇÃO PARA O

XXIX DIA MUNDIAL DO DOENTE

(11 de Fevereiro de 2021)


«Um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos» (Mt 23,8)

A relação de confiança na base do cuidado dos doentes


Pai santo, nós somos teus filhos.

Conhecemos o teu amor por cada um de nós

e por toda a humanidade.

Ajuda-nos a permanecer na tua luz,

para crescermos no amor recíproco,

e a fazermo-nos próximos

de quem sofre no corpo e no espírito.

Jesus Filho amado, verdadeiro homem e verdadeiro Deus,

és o nosso único Mestre.

Ensina-nos a caminhar na esperança.

Faz-nos aprender contigo, sobretudo na doença,

a acolher a fragilidade da vida.

Dá-nos a tua paz para os nossos medos,

o teu conforto para os nossos sofrimentos.

Espírito consolador,

os teus frutos são a paz, a humildade e a benevolência.

Alivia a humanidade aflita por esta pandemia.

Trata com o teu amor as relações feridas,

dá-nos o perdão recíproco,

converte os nossos corações

para que saibamos cuidar uns dos outros.

Maria, testemunha da esperança ao pé da cruz, ora por nós.



Na Oração do Ângelus do passado Domingo, a propósito do Dia Mundial do Doente, o Papa Francisco frisou que,

Para a Igreja, cuidar dos doentes de todo tipo não é uma "actividade opcional", algo acessório; não, é parte integrante de sua missão, como era da missão de Jesus: levar a ternura de Deus à humanidade sofredora.

A realidade que estamos a viver em todo o mundo por causa da pandemia torna esta mensagem particularmente actual”.


MENSAGEM DE SUA SANTIDADE PAPA FRANCISCO

PARA O XXIX DIA MUNDIAL DO DOENTE


«Um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos» (Mt 23, 8). A relação de confiança, na base do cuidado dos doentes


Queridos irmãos e irmãs!

A celebração do XXIX Dia Mundial do Doente que tem lugar a 11 de Fevereiro de 2021, memória de Nossa Senhora de Lurdes, é momento propício para prestar uma atenção especial às pessoas doentes e a quantos as assistem quer nos centros sanitários quer no seio das famílias e comunidades. Penso de modo particular nas pessoas que sofrem em todo o mundo os efeitos da pandemia do coronavírus. A todos, especialmente aos mais pobres e marginalizados, expresso a minha proximidade espiritual, assegurando a solicitude e o afecto da Igreja.


1. O tema deste Dia inspira-se no trecho evangélico em que Jesus critica a hipocrisia de quantos dizem mas não fazem (cf. Mt 23, 1-12). Quando a fé fica reduzida a exercícios verbais estéreis, sem se envolver na história e nas necessidades do outro, então falha a coerência entre o credo professado e a vida real. O risco é grave; Jesus, para acautelar do perigo de derrapagem na idolatria de si mesmo, usa expressões fortes e afirma: «Um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos» (23, 8).

Esta crítica feita por Jesus àqueles que «dizem e não fazem» (23, 3) é sempre salutar para todos, pois ninguém está imune do mal da hipocrisia, um mal muito grave, cujo efeito é impedir-nos de desabrochar como filhos do único Pai, chamados a viver uma fraternidade universal.

Como reacção à necessidade em que versa o irmão e a irmã, Jesus apresenta um modelo de comportamento totalmente oposto à hipocrisia: propõe deter-se, escutar, estabelecer uma relação directa e pessoal, sentir empatia e enternecimento, deixar-se comover pelo seu sofrimento até lhe valer e servir (cf. Lc 10, 30-35).


2. A experiência da doença faz-nos sentir a nossa vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, a necessidade natural do outro. Torna ainda mais nítida a nossa condição de criaturas, experimentando de maneira evidente a nossa dependência de Deus. De facto, quando estamos doentes, a incerteza, o temor e, por vezes, o pavor impregnam a mente e o coração; encontramo-nos numa situação de impotência, porque a saúde não depende das nossas capacidades nem do nosso afã (cf. Mt 6, 27).

A doença obriga a questionar-se sobre o sentido da vida; uma pergunta que, na fé, se dirige a Deus. Nela, procura-se um significado novo e uma direção nova para a existência e, por vezes, pode não encontrar imediatamente uma resposta. Os próprios amigos e familiares nem sempre são capazes de nos ajudar nesta busca afanosa.

Emblemática a este respeito é a figura bíblica de Job. A esposa e os amigos não conseguem acompanhá-lo na sua desventura; antes, acusam-no aumentando nele solidão e desorientamento. Job cai num estado de abandono e confusão. Mas é precisamente através desta fragilidade extrema, rejeitando toda a hipocrisia e escolhendo o caminho da sinceridade para com Deus e os outros, que faz chegar o seu grito instante a Deus, que acaba por responder abrindo-lhe um novo horizonte: confirma que o seu sofrimento não é uma punição nem um castigo, tal como não é distanciamento de Deus nem sinal de indiferença d’Ele. E assim, do coração ferido e recuperado de Job, brota aquela vibrante e comovente declaração ao Senhor: «Os meus ouvidos tinham ouvido falar de Ti, mas agora vêem-Te os meus próprios olhos» (Job 42, 5).


3. A doença tem sempre um rosto, e até mais do que um: o rosto de todas as pessoas doentes, mesmo daquelas que se sentem ignoradas, excluídas, vítimas de injustiças sociais que lhes negam direitos essenciais (cf. Enc. Fratelli tutti, 22). A actual pandemia colocou em evidência tantas insuficiências dos sistemas sanitários e carências na assistência às pessoas doentes. Viu-se que, aos idosos, aos mais frágeis e vulneráveis, nem sempre é garantido o acesso aos cuidados médicos, ou não o é sempre de forma equitativa. Isto depende das opções políticas, do modo de administrar os recursos e do empenho de quantos revestem funções de responsabilidade. O investimento de recursos nos cuidados e assistência das pessoas doentes é uma prioridade ditada pelo princípio de que a saúde é um bem comum primário. Ao mesmo tempo, a pandemia destacou também a dedicação e generosidade de profissionais de saúde, voluntários, trabalhadores e trabalhadoras, sacerdotes, religiosos e religiosas: com profissionalismo, abnegação, sentido de responsabilidade e amor ao próximo, ajudaram, trataram, confortaram e serviram tantos doentes e os seus familiares. Uma série silenciosa de homens e mulheres que optaram por fixar aqueles rostos, ocupando-se das feridas de pacientes que sentiam como próximo em virtude da pertença comum à família humana.

Com efeito, a proximidade é um bálsamo precioso, que dá apoio e consolação a quem sofre na doença. Enquanto cristãos, vivemos uma tal proximidade como expressão do amor de Jesus Cristo, o bom Samaritano, que, compadecido, Se fez próximo de todo o ser humano, ferido pelo pecado. Unidos a Ele pela acção do Espírito Santo, somos chamados a ser misericordiosos como o Pai e a amar, de modo especial, os irmãos doentes, frágeis e atribulados (cf. Jo 13, 34-35). E vivemos esta proximidade pessoalmente, mas também de forma comunitária: na realidade, o amor fraterno em Cristo gera uma comunidade capaz de curar, que não abandona ninguém, que inclui e acolhe sobretudo os mais frágeis.

A propósito, quero recordar a importância da solidariedade fraterna, que se manifesta concretamente no serviço, podendo assumir formas muito diferentes mas todas elas tendentes a apoiar o próximo. «Servir significa cuidar dos frágeis das nossas famílias, da nossa sociedade, do nosso povo». Neste compromisso, cada um é capaz de, «à vista concreta dos mais frágeis (...), pôr de lado as suas exigências e expectativas, os seus desejos de omnipotência (...): o serviço fixa sempre o rosto do irmão, toca a sua carne, sente a sua proximidade e, em alguns casos, até “padece” com ela e procura a promoção do irmão. Por isso, o serviço nunca é ideológico, dado que não servimos ideias, mas pessoas» (Francisco, Homilia em Havana, 20/IX/2015).


4. Para haver uma boa terapia é decisivo o aspecto relacional, através do qual se pode conseguir uma abordagem holística da pessoa doente. A valorização deste aspecto ajuda também os médicos, enfermeiros, profissionais e voluntários a ocuparem-se daqueles que sofrem para os acompanhar ao longo do itinerário de cura, graças a uma relação interpessoal de confiança (cf. Nova Carta dos Agentes da Saúde, 2016, 4). Trata-se, pois, de estabelecer um pacto entre as pessoas carecidas de cuidados e aqueles que as tratam; um pacto baseado na confiança e respeito mútuos, na sinceridade, na disponibilidade, de modo a superar toda e qualquer barreira defensiva, colocar no centro a dignidade da pessoa doente, tutelar o profissionalismo dos agentes de saúde e manter um bom relacionamento com as famílias dos doentes.

Tal relação com a pessoa doente encontra uma fonte inesgotável de motivações e energias precisamente na caridade de Cristo, como demonstra o testemunho milenar de homens e mulheres que se santificaram servindo os enfermos. Efectivamente, do mistério da morte e ressurreição de Cristo, brota aquele amor que é capaz de dar sentido pleno tanto à condição do doente como à da pessoa que cuida dele. Assim o atesta muitas vezes o Evangelho quando mostra que as curas realizadas por Jesus nunca são gestos mágicos, mas fruto de um encontro, uma relação interpessoal, em que ao dom de Deus, oferecido por Jesus, corresponde a fé de quem o acolhe, como se resume nesta frase que Jesus repete com frequência: «A tua fé te salvou».


5. Queridos irmãos e irmãs, o mandamento do amor, que Jesus deixou aos seus discípulos, encontra uma realização concreta também no relacionamento com os doentes. Uma sociedade é tanto mais humana quanto melhor souber cuidar dos seus membros frágeis e atribulados e o fizer com uma eficiência animada por amor fraterno. Tendamos para esta meta, procurando que ninguém fique sozinho, nem se sinta excluído e abandonado.

Todas as pessoas doentes, os agentes da saúde e quantos se prodigalizam junto dos que sofrem, confio-os a Maria, Mãe de Misericórdia e Saúde dos Enfermos. Que Ela, da Gruta de Lurdes e dos seus inumeráveis santuários espalhados por todo o mundo, sustente a nossa fé e a nossa esperança e nos ajude a cuidar uns dos outros com amor fraterno. A todos e cada um concedo, de coração, a minha bênção.

Roma, em São João de Latrão, no IV Domingo de Advento, 20 de Dezembro de 2020.

Francisco


Fontes: Santa Sé; Notícias do Vaticano; Conferência Episcopal Portuguesa; Agência Ecclesia; Comissão Nacional da Pastoral da Saúde


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