Deus não responde ao povo com recriminações e castigos mas oferece alimento em abundância
A liturgia do 18.º Domingo do Tempo Comum repete, no essencial, a mensagem das leituras do passado domingo. Assegura-nos que Deus está empenhado em oferecer ao seu Povo o alimento que dá a vida eterna e definitiva.
A primeira leitura dá-nos conta da preocupação de Deus em oferecer ao seu Povo, com solicitude e amor, o alimento que dá vida. A acção de Deus não vai, apenas, no sentido de satisfazer a fome física do seu Povo; mas pretende também (e principalmente) ajudar o Povo a crescer, a amadurecer, a superar mentalidades estreitas e egoístas, a sair do seu fechamento e a tomar consciência de outros valores.
A segunda leitura diz-nos que a adesão a Jesus implica o deixar de ser homem velho e o passar a ser homem novo. Aquele que aceita Jesus como o "pão" que dá vida e adere a Ele, passa a ser uma outra pessoa. O encontro com Cristo deve significar, para qualquer homem, uma mudança radical, um jeito completamente diferente de se situar face a Deus, face aos irmãos, face a si próprio e face ao mundo.
No Evangelho, Jesus apresenta-Se como o "pão" da vida que desceu do céu para dar vida ao mundo. Aos que O seguem, Jesus pede que aceitem esse "pão" - isto é, que escutem as palavras que Ele diz, que as acolham no seu coração, que aceitem os seus valores, que adiram à sua proposta.
Reflexão pelo Fei José Nunes:
LEITURA I - Ex 16,2-4.12-15
Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias,
toda a comunidade dos filhos de Israel começou a murmurar no deserto contra Moisés e Aarão.
Disseram-lhes os filhos de Israel:
«Antes tivéssemos morrido às mãos do Senhor na terra do Egipto, quando estávamos sentados ao pé das panelas de carne e comíamos pão até nos saciarmos. Trouxestes-nos a este deserto, para deixar morrer à fome toda esta multidão».
Então o Senhor disse a Moisés:
«Vou fazer que chova para vós pão do céu. O povo sairá para apanhar a quantidade necessária para cada dia. Vou assim pô-lo à prova, para ver se segue ou não a minha lei. Eu ouvi as murmurações dos filhos de Israel. Vai dizer-lhes: 'Ao cair da noite comereis carne e de manhã saciar-vos-eis de pão. Então reconhecereis que Eu sou o Senhor, vosso Deus'».
Nessa tarde apareceram codornizes, que cobriram o acampamento, e na manhã seguinte havia uma camada de orvalho em volta do acampamento. Quando essa camada de orvalho se evaporou, apareceu à superfície do deserto uma substância granulosa, fina como a geada sobre a terra. Quando a viram, os filhos de Israel perguntaram uns aos outros:
«Man-hu?», quer dizer: «Que é isto?», pois não sabiam o que era.
Disse-lhes então Moisés:
«É o pão que o Senhor vos dá em alimento».
LEITURA II - Ef 4,17.20-24
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos:
Eis o que vos digo e aconselho em nome do Senhor:
Não torneis a proceder como os pagãos, que vivem na futilidade dos seus pensamentos. Não foi assim que aprendestes a conhecer a Cristo, se é que d'Ele ouvistes pregar e sobre Ele fostes instruídos, conforme a verdade que está em Jesus. É necessário abandonar a vida de outrora e pôr de parte o homem velho, corrompido por desejos enganadores. Renovai-vos pela transformação espiritual da vossa inteligência e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus na justiça e santidade verdadeiras.
EVANGELHO - Jo 6,24-35
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo,
quando a multidão viu que nem Jesus nem os seus discípulos estavam à beira do lago, subiram todos para as barcas e foram para Cafarnaum, à procura de Jesus. Ao encontrá-l'O no outro lado do mar, disseram-Lhe:
«Mestre, quando chegaste aqui?»
Jesus respondeu-lhes:
«Em verdade, em verdade vos digo: vós procurais-Me, não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados. Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do homem vos dará. A Ele é que o Pai, o próprio Deus, marcou com o seu selo».
Disseram-Lhe então:
«Que devemos nós fazer para praticar as obras de Deus?»
Respondeu-lhes Jesus:
«A obra de Deus consiste em acreditar n'Aquele que Ele enviou».
Disseram-Lhe eles:
«Que milagres fazes Tu, para que nós vejamos e acreditemos em Ti? Que obra realizas? No deserto os nossos pais comeram o maná, conforme está escrito: 'Deu-lhes a comer um pão que veio do céu'».
Jesus respondeu-lhes:
«Em verdade, em verdade vos digo:
Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu; meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do Céu. O pão de Deus é o que desce do Céu para dar a vida ao mundo».
Disseram-Lhe eles:
«Senhor, dá-nos sempre desse pão».
Jesus respondeu-lhes:
«Eu sou o pão da vida: quem vem a Mim nunca mais terá fome, quem acredita em Mim nunca mais terá sede».
A proposta de leitura do Frei José Nunes para o tempo de férias:
Paciência com Deus: Oportunidade para um encontro, por Tomás Halik.
RESUMO
Um crente que diz que os ateus não estão errados!
Tomáš Halik produz com este livro uma das mais estimulantes respostas ao diálogo, nem sempre pacífico, entre fé e ateísmo. O seu argumento é de que a única grande diferença entre ateus e crentes é a paciência.
Os ateus não estão errados, apenas impacientes. No fundo, pretendem resolver rapidamente as dúvidas em vez de suportá-las. Mas a insistência dos ateus em afirmar que o mundo natural não prova a existência de Deus está correcta.
E a sua experiência da ausência de Deus é uma experiência verdadeira, compartilhada também pelos crentes. A fé não é uma negação de nada disso. Pelo contrário, é uma resistência paciente face à ambiguidade do mundo e uma espera confiada na ausência de Deus. A fé não é senão, como o sugestivo título de Halik indica, a paciência com Deus.
Em contraste com a retórica fechada de alguma apologética – que com uma ingenuidade drástica tenta simplesmente contornar a ambivalência do mundo natural e as dificuldades reais do ato de crer, Tomáš Halik dá, de facto, uma reposta sensível e realista, do ponto de vista cristão, às interrogações do ateísmo.
É um livro premiado internacionalmente que por toda a parte suscita debates apaixonados. Tomáš Halik é não só o mais importante intelectual católico da República Checa, mas tornou-se, com esta obra, um autor europeu de referência.
Avisos à Comunidade Paroquial:
Celebrações Eucarísticas
Domingo dia 1Ago, às 11H00 - - Eucaristia do XVIII Domingo do Tempo Comum - ano B, na Capela de São Pantaleão, em honra a São Pantaleão
Sábado dia 7Ago, às 17H00 – Eucaristia Vespertina, no Salão Paroquial
Domingo dia 8Ago, às 9H30 - Eucaristia do XIX Domingo do Tempo Comum - ano B, no Salão Paroquial
Nota: Esta semana não haverá Missa na Quarta-feira.
Fontes: Dehonianos; Agência Ecclesia
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